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    Elementos para a organização das ações de alimentação e nutrição na estratégia saúde da família

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    Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Ciências da Saúde, Departamento de Nutrição, Programa de Pós-Graduação em Nutrição Humana, 2014.As mudanças no perfil nutricional da população brasileira requerem medidas integradas, principalmente na Atenção Básica que passa a ser coordenadora da saúde nas redes de atenção. O Estado Brasileiro tem avançado com a Estratégia de Saúde da Família como proposta de reorganização, sendo uma proposta sustentável com melhor custo-efetividade por meio do fortalecimento, qualificação e incorporação de ações programáticas mais amplas e intersetoriais, como as de alimentação e nutrição. Tais ações contribuem para garantir os princípios da integralidade, universalidade e resolubilidade. E, com a inserção dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família em 2008, as equipes de saúde da família puderam se vincular com uma abordagem interdisciplinar e contar com profissionais como o nutricionista. O propósito do estudo foi levantar aspectos relacionados à pesquisa acadêmica e aos recursos humanos para contribuir com o entendimento da organização das ações de alimentação e nutrição na Estratégia Saúde da Família em municípios brasileiros. Foram utilizados vários tipos métodos, resultando em três artigos: 1) No primeiro artigo, dois procedimentos foram explorados: 1.1) Uma revisão estruturada das bases Web of Science, Medline, Lilacs, SciELO e Embase, seguindo os princípios que orientam as revisões sistemáticas da Colaboração Cochrane; 1.2) Uma busca de grupos de pesquisa feita por meio do Diretório de Grupos de Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico; 2) Um estudo descritivo com cortes temporais com dados sobre o quantitativo de nutricionistas atuantes na Atenção Básica, fornecidos pelo Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde do Brasil no período de 2007 a 2013; 3) Um estudo qualitativo descritivo realizado, em 2010, com emprego de grupo focais com profissionais das equipes de 30 municípios de grande porte. Os resultados encontrados mostraram poucos estudos originais, decorrentes de poucos grupos de pesquisa sobre o assunto, tendo o diagnóstico como ação principal, persistência de foco de atenção nas crianças e em temas relacionados, e sob coordenação de nutricionistas, médicos e enfermeiros. Os relatos sobre as práticas de alimentação e nutrição dos profissionais de saúde convergiram com esses achados quando apontam ações e parcerias intersetoriais ainda pontuais, alta rotatividade e contratos precários, falta de qualificação, limites e frustrações dos profissionais relacionados aos problemas sociais e pequena legitimação social da Estratégia de Saúde da Família onde impera o modelo médico hegemônico. Mas a inserção dos Núcleos de Apoio com o nutricionista indicou falas favoráveis às mudanças no processo de trabalho, parecendo estar relacionada a uma nova dinâmica de atenção baseada na integralidade, na interdisciplinaridade, maior investimento na infraestrutura e com propostas de ações mais familiares e coletivas. Os núcleos também contribuíram com uma importante evolução do quantitativo de nutricionistas no Brasil, nos últimos sete anos, em relação aos que trabalham na rede tradicional, aos demais profissionais e até aos outros níveis de atenção. Exceto pelo número de artigos (a maioria de autores da Região Sudeste), a adesão da Região Nordeste na tentativa de organização da Atenção Básica tornou-se evidente. A partir desses resultados, concluiu-se que para potencializar as ações de Alimentação e Nutrição na Atenção Básica, principalmente na Estratégia de Saúde da Família, é necessária a presença de profissionais habilitados, em quantidade compatível com as demandas locais de saúde, mas deve haver um norteamento sobre um processo de trabalho mais interdisciplinar e intersetorial, além de condições de infraestrutura, de contrato estável desses profissionais e ações políticas de proteção à população. Dessa forma, poderá ser possível efetivar a integralidade nos serviços de saúde e consolidar o modelo de atenção familiar e comunitária.The nutritional profile changes of the brazilian population need comprehensive actions, especially in Primary Care, health coordinating in care networks. The Brazilian State officially advanced with prioritization the Family Health Strategy as the definitive proposal for redirecting the health system. It is a sustainable proposal with better cost-effectiveness by strengthening, training and incorporation of broader intersectoral and program actions, as food and nutrition actions. Such actions help to ensure the principles of comprehensiveness, universality and solvability. In 2008, with the insertion of Support Centers for Family Health, the family heath teams were linked with an interdisciplinary approach and began to have dietitians as professionals. The study purpose was to collect issues related to academic research and human resources to contribute with food and nutrition actions in the Family Health Strategy in brazilian municipalities. Different types of methods were used, resulting in three articles: 1) In the first, two procedures were used: 1.1) A structured review of the databases Web of Science, Medline, Lilacs, SciELO and Embase, followed the principles that guide systematic reviews in the Cochrane Collaboration; 1.2) A research groups were searched in the Research Group Directory of the National Council for Scientific and Technological Development; 2) In the second, the study was descriptive with cross-sectional times that used indirect data (dietitians number that work in the Primary Health Care) from National Register of Health Establishments in the period 2007-2013; 3) In the third article, qualitative study of multiple cases was conducted on Family Health professionals teams from 30 municipalities over 100 thousand inhabitants in 2010. Focus groups were used. The findings indicated that few studies focused on food and nutrition in the Family Health Strategy, probably because of the existence of few research groups in the country. The studies focused mostly on children, were about diagnoses and were coordinated by dieticians, nurses, and physicians. The reports of health professionals about food and nutrition practices approach findings when they indicate occasional actions and intersectoral partnerships, high turnover, insecure employment contracts, qualification absence, limitations and frustrations professionals about social problems and legitimacy lack of Family Health Strategy, hegemony of biomedical model. However, with the dietitian integration into Support Centers for Family Health, speeches favorable to the work process changes appeared, may be related to a new dynamic care based on the comprehensiveness, on the interdisciplinarity, increased investment in infrastructure and in the familiar and collective actions. The Support Centers also have provided an important evolution in dietitian’s numbers on Brazil, the past seven years, than those who work in traditional network, other professionals and even in relation to other care levels. The accession of the northeast region in the attempt of organizing primary care is apparent. From these results, it is concluded that to potentiate food and nutrition actions in primary health care, it’s necessary the qualified professionals inclusion, quantity compatible with the local health demands. However, there should be a direction on a interdisciplinary and intersectoral work process, well as infrastructure conditions, permanent contract these professionals and public policy actions to protect the population. In this way, it may be possible to achieve comprehesiveness in health services and consolidate the model of family and community care

    Potencialidades da pesquisa em alimentação e nutrição na Estratégia de Saúde da Família: uma revisão estruturada

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    OBJETIVO: Traçar o perfil dos grupos de pesquisa e das publicações que apresentem ações relacionadas à alimentação e nutrição no âmbito da Estratégia Saúde da Família no Brasil a partir do ano de 1994. MÉTODOS: Dois procedimentos foram explorados: a revisão estruturada e a busca de grupos de pesquisa. A primeira explorou as bases Web of Science, Medline, Lilacs, SciELO e Embase, seguiu os princípios que orientam as revisões sistemáticas da Colaboração Cochrane. Foram ainda consultadas as referências dos artigos selecionados. A busca de grupos de pesquisa foi feita por meio do Diretório de Grupos de Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. RESULTADOS: Foram encontrados 54 artigos originais, sendo 10 identificados na lista de referências, publicados entre os anos de 2002 a 2012 em 20 diferentes periódicos. Sua maior parte foi realizada na Região Sudeste, sob coordenação de nutricionistas, enfermeiros e médicos, com crianças como sujeitos de pesquisa. Diabetes Mellitus, Hipertensão e Aleitamento materno foram os temas mais encontrados (n=23). Foram identificados 42 artigos de pesquisa quantitativa, em sua maioria sobre diagnóstico. Foram encontrados apenas cinco grupos de pesquisa com o tema na Estratégia Saúde da Família, apesar do aumento de pesquisas na área ao longo dos anos. CONCLUSÃO: Apesar da produção crescente, os achados desta revisão estruturada indicaram poucos estudos com foco em alimentação e nutrição no contexto da Saúde da Família, provavelmente devido à existência de poucos grupos de pesquisa no País. É necessário fomentar estudos sobre o tema de maneira mais ampla e consistente.OBJECTIVE: Determine the profile of research groups and publications with food and nutrition-related actions promoted by the Family Health Strategy in Brazil since 1994. METHODS: Two procedures were used: structured review and research group search. The former searched the databases Web of Science, Medline, Lilacs, SciELO and Embase, and followed the principles that guide systematic reviews in the Cochrane Collaboration. The references of the selected articles were also consulted. The research groups were searched in the Research Group Directory of the National Council for Scientific and Technological Development. RESULTS: A total of 54 articles published between 2002 and 2012 in 20 different journals were identified. Ten of these were retrieved from the references section of other articles. Focusing mostly on children from the Southeast region, these studies were coordinated by dieticians, nurses, and physicians. Diabetes Mellitus, high blood pressure, and breastfeeding were the most common topics (n=23). The quantitative methodology was employed by 42 articles, most about diagnoses. Only five research groups studied the Family Health Strategy, despite the growing number of studies in the area over the years. CONCLUSION: Despite the growing scientific production, the findings of this structured review indicate that few studies focused on food and nutrition in the Family Health Strategy, probably because of the existence of few research groups in the country. More comprehensive and consistent studies on the topic are needed

    Foods subject to mandatory fortification with iron: a study with pregnant women

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    OBJETIVO: Avaliar o consumo de alimentos sujeitos à fortificação compulsória com ferro por gestantes atendidas em consultas de pré-natal do Hospital Universitário de Brasília. MÉTODOS: Trata-se de série temporal que comparou dados de 228 pares de gestantes a partir de duas avaliações transversais: em 2004, pré-fortificação e em 2005, um ano após intervenção. Dados gestacionais, socioeconômicos, demográficos, índice de massa corporal e consumo alimentar foram coletados. Este último foi aferido por Questionário Semiquantitativo de Freqüência Alimentar incluindo alimentos à base de farinhas de trigo e de milho. RESULTADOS: O consumo per capita diário médio de farinhas foi estimado em 121,7g (98,7-115,8), no 1º momento, e 119,5g (93,6-109,5), no 2º momento (p>0,05), com maior contribuição da farinha de trigo. Os alimentos mais consumidos, em ambos os momentos, foram: pão francês, biscoitos, bolo, macarrão e cuscuz de milho. As gestantes do estudo receberiam uma média de 5,1mg de ferro adicional, se a fortificação estivesse ocorrendo como o preconizado pela legislação, que corresponde a 19% da Ingestão Dietética de Referência. CONCLUSÃO: Os alimentos sujeitos à fortificação são veículos apropriados em relação ao largo consumo, porém são necessários estudos que avaliem a quantidade adicionada e a biodisponibilidade dos compostos de ferro.OBJECTIVE: The objective of this study was to assess the consumption of foods subject to mandatory fortification with iron by pregnant women visiting the Hospital Universitário de Brasília for prenatal care. METHODS: A time-series study that compared 228 paired pregnant women through two cross-sectional assessments: in 2004, before flour fortification, and a year later. Pregnancy, socioeconomic and demographic data, body mass index and food consumption patterns were collected. The latter was determined by applying the Semiquantitative Food Frequency Questionnaire and included foods containing wheat and corn flours. RESULTS: The daily per capita consumption of flours was estimated to be 121.7g (98.7-115.8) in the first interview before fortification and 119.5g (93.6-109.5) in the second interview after fortification (p>0.05), with a greater consumption of wheat flour. The most consumed foods before and after fortification were French bread, cookies, cakes, pasta and corn couscous. The studied pregnant women would have received an extra 5.1mg of iron if fortification had been done according to the legislation, which corresponds to 19% of the Dietary Reference Intake. CONCLUSION: The foods subject to fortification are appropriate vehicles because of their high consumption yet studies that assess the amount of iron added and the bioavailability of the iron compounds used are needed

    Increase in the number of nutritionists in the primary health care in Brazil : Contributions of the Support Centers for Family Health and Family Health Strategy from 2007 to 2013

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    Objetivo: identificar a evolução do quantitativo de nutricionistas atuantes na Atenção Básica nos municípios brasileiros, com ênfase nas Equipes de Saúde da Família e nos Núcleos de Apoio à Saúde da Família. Métodos: estudo descritivo utilizando dados secundários do número de nutricionistas, tempo no serviço, tipo de equipe, estabelecimentos onde são cadastrados e perfil dos municípios brasileiros, solicitados pela equipe da pesquisa e fornecidos pelo Ministério da Saúde, com base no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde no período de 2007 a 2013. Foi utilizada a estatística descritiva. Resultados: o número de nutricionistas aumentou ao longo dos anos porque mais municípios brasileiros contrataram estes profissionais. O incremento foi mais acentuado (cerca de 700% entre 2008 e 2013) para os Núcleos de Apoio à Saúde da Família, nos quais o profissional é o terceiro mais presente, após psicólogos e fisioterapeutas. Pequena parcela dos nutricionistas (6-15%) permaneceu no cargo por mais de cinco anos; o percentual variou de acordo com o ano e com o tipo de equipe. Os municípios de pequeno porte, pertencentes à região Nordeste e com Índice de Desenvolvimento Humano Municipal médio, foram os que mais contrataram profissionais nutricionistas. Por outro lado, houve um menor aumento, de 75%, no número de nutricionistas contratados para as Unidades Básicas/Centros de Saúde (excluindo os profissionais dos Núcleos e da Estratégia Saúde da Família). Conclusão: foi constatado o aumento do número de nutricionistas na Atenção Básica, bem como o aumento no número de municípios que contrataram este profissional, principalmente para os Núcleos de Apoio à Saúde da Família. A manutenção dessa taxa de aumento poderá influenciar na inversão da proporção de nutricionistas da Atenção Básica, em relação aos outros níveis de atenção à saúde, como a média e alta complexidade.Objective: identify the increase in the number of nutritionists in the Primary Health Care in Brazilian municipalities focusing on Family Health Teams and Support Centers for Family Health. Methods: a cross-sectional descriptive study was conducted using secondary data for the number of nutritionists, their length of employment, type of teams established, their workplace, and the profile of Brazilian municipalities. The data were provided upon request by the Ministry of Health, based on the National Cadastre of Health Establishments in the period of 2007-2013. Descriptive statistics was used. Results: the number of nutritionists increased over the years since more Brazilian municipalities hired these professionals. This increase was greater (around 700% between 2008 and 2013) in the Support Centers for Family Health, in which nutritionists are the third most common professionals, after psychologists and physiotherapists. A small proportion of nutritionists (6-15%) remained on their job for more than five years; this number varied according to the year and the type of team. The small-sized cities, located in the Northeastern region, with intermediate levels of Municipal Human Development Index, were the ones that hired more nutritionists. On the other hand, there was a smaller rate increase (75%) in the number of nutritionists hired to work in Basic Health Care Units/Health Centers (excluding those professionals for Family Health Strategy and Centers). Conclusion: it was observed an increase in the number of nutritionists in the Primary Health Care and in the number of municipalities that hired these professionals, especially in the case of the Support Centers for Family Health. Maintaining this growth rate may change the proportion of nutritionists in Primary Health Care in relation to those working in other health care levels, such as secondary and tertiary health care

    Instrument to identify food neophobia in Brazilian children by their caregivers

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    This study aimed to develop a specific instrument to evaluate food neophobia focused on Brazilian children and to perform the content validation and internal semantic consistency and reproducibility evaluation of the instrument. Three steps were necessary to conduct the study: (i) development of the instrument, (ii) internal validation (content validation and semantic evaluation) of the food neophobia instrument using 22 experts in the first round and 20 of them in the second round, (iii) evaluation of the internal consistency and reproducibility of the instrument with the children’s caregivers, using the test–retest (where the same caregiver—n = 22—answered twice, with 24 h interval) and comparing responses between two caregivers (n = 44) of the same children (n = 22). We developed an instrument in Brazilian–Portuguese to evaluate children’s food neophobia based on the caregivers’ perceptions with 25 items divided into three domains (neophobia in general, neophobia for fruits and neophobia for vegetables). Our results indicated that the instrument has excellent internal consistency (>0.9) and reproducibility (>0.9) when answered by the caregiver who knows the child’s eating habits, indicating reliability to be applied in Brazil. In addition, when the two caregivers answered the instrument, we found a good reproducibility (>0.6), confirming the possibility to be answered by one of the caregivers. Further studies are necessary to complete external validation with a representative sample of the target group in Brazil, showing nationwide the profile of the population. The potential of a neophobia study would contribute to the implementation of effective strategies and guidelines to support parents and health professionals, especially those involved in health and nutrition, to identify traces of food neophobia or neophobic behavior. By accurately measuring food neophobia in children, families can prevent nutritional deficiencies throughout adolescence and adulthood, improving eating habits. Children usually have neophobias similar to the ones presented by their parents—and when early detected, these neophobias can be addressed

    Food neophobia among Brazilian children : prevalence and questionnaire score development

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    This study aims to create and validate a score to classify food neophobia among Brazilian children (from the ages of 4 to 11 years) and investigate the prevalence of food neophobia. This descriptive cross-sectional population-based study is conducted following three steps: (i) the application of an instrument to identify food neophobia in Brazilian children by their caregivers; (ii) the instrument’s score definition; and (iii) the evaluation and characterization of the national prevalence of food neophobia among Brazilian children. The scores were categorized into three levels, based on the tertial approximation: low, moderate, and high. The study had 1112 participants, and the prevalence of high food neophobia was observed in 33.4% of Brazilian children. The prevalence of food neophobia allowed us to identify this behavior in Brazilian children and better understand the population. Boys were significantly more neophobic than girls. The general neophobia score and domains did not significantly differ between Brazilian regions and age groups. It is worrying that food neophobia did not decrease with advancing age. The score for the complete instrument with 25 items, or the 3 domains, makes its use practical. It can be used to assess neophobia with more caution, evaluate the most neophobic children, and enable more targeted professional interventions to promote healthier and sustainable eating habits

    Avaliação do consumo de alimentos sujeitos à fortificação compulsória com ferro das gestantes atendidas no Pré-Natal do Hospital Universitário de Brasília, Distrito Federal

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    Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Ciências da Saúde, Departamento de Nutrição, 2006.As gestantes constituem um dos grupos mais vulneráveis à anemia ferropriva. Uma das estratégias de melhor custo-benefício para o controle e prevenção da carência de ferro é a fortificação de alimentos. A partir junho de 2004, vigora a resolução nº. 344, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que tornou obrigatória a fortificação das farinhas de trigo e de milho com ferro e ácido fólico. Um dos requisitos essenciais para a escolha do alimento a ser fortificado é que ele seja largamente consumido pela população, tendo a vantagem de requerer menos mudanças nos hábitos alimentares, embora não signifique que a educação nutricional e o marketing social devam ser desprezados. Objetivos Avaliar a percepção sobre a fortificação compulsória e o consumo de seus veículos com ferro das gestantes atendidas no pré-natal do Hospital Universitário de Brasília. Métodos Dois estudos, sendo um do tipo antes e depois e o outro do tipo transversal. No primeiro estudo, para linha de base foram investigadas 228 gestantes entre maio e agosto de 2004 e outras 228 gestantes, pareadas com o primeiro momento, no mesmo período de 2005. No segundo estudo, foram entrevistadas 369 gestantes do mesmo serviço pré-natal entre abril e maio de 2006. Dados gestacionais, antropométricos, sócio-econômicos, demográficos, comportamentais, consumo e padrão alimentar foram coletados, sendo esses últimos por meio de QFA com 55 itens e 7 intervalos de freqüência. Resultados O consumo per capita total médio de farinhas foi estimado em 121,7g (98,7-115,8) no 1º momento e 119,5g (93,6-109,5) no 2º momento (entre os momentos p=0,750), com maior contribuição das farinhas de trigo. Os veículos mais consumidos foram pão francês, biscoitos, bolo, macarrão e cuscuz de milho. As gestantes do estudo receberiam 19% da IDR em ferro, se a fortificação estiver ocorrendo de acordo com a legislação e o aporte total de ferro no 2º momento seria significativamente maior (p=0,000) em relação ao 1º momento. Apenas 23,8% das gestantes do segundo estudo definiram o alimento fortificado adequadamente e 19,5% tinham conhecimento sobre a fortificação. Conclusões A farinha de trigo mostrou-se um bom veículo para um aporte suplementar de ferro. Porém, é necessário um efetivo controle da fortificação, tanto quanto à quantidade de ferro adicionada quanto à qualidade e biodisponibilidade dos compostos de ferro utilizados. O desconhecimento sobre o programa de fortificação observado permite sugerir que a divulgação não foi iniciada e que, juntamente a outras ações de educação nutricional, é necessária para o sucesso da implementação. _______________________________________________________________________________________ ABSTRACTThe pregnant women are one of the groups most vulnerable to the iron deficiency anemia. One of the strategies of better cost-benefit for the control and prevention of its lack is the food fortification. The Resolution RDC nº. 344, of Agência Nacional de Vigilância Sanitária, made the fortification of iron and folic acid mandatory to wheat and maize flour, in june of 2004. It's essential that food vehicles chosen are widely consumed by vulnerable groups. The fortification have the advantage to require little changes in the food habits, but the nutritional education and the social marketing must not be rejected. Objectives: To evaluate the perception about mandatory fortification and the consumption of its food vehicles with iron of pregnant women assisted by the University Hospital of Brasí­lia. Methods: Two studies: one of the type before and later and the other of the crossover study. In the first study, for base line (between may and august of 2004) had been investigated 228 pregnant women and others 228 pregnant women, paired with the first moment, in the same period of 2005. In the second study, had been interviewed 369 pregnant women of the same hospital service, between april and may of 2006. Pregnant factors, anthropometric, socioeconomic, demographic, behavior data and food consumption patterns had been collected, the last for Food Frequency Questionnaire (FFQ) applied with 7 intervals of frequency and 55 foods. Results: The per capita total mean of flour was esteem in 121,7g (98,7-115,8) in first moment and 119,5g (93,6-109,5) in second moment (between the moments p=0,750), with bigger wheat flour contribution. The food vehicles more consumed had been bread, biscuits, cake, pasta and couscous. Pregnant women would receive 19% from the DRI in iron, if fortification was occurring as the legislation and the iron total of the second moment would be statically higher (p=0,000). Only 23,8% of the second study had defined the fortified food adequately and 19,5% had knowledge of fortification. Conclusions: the wheat flour is appropriate vehicle for iron fortification about wide consumption, however are necessary studies that evaluate the real iron amount in the flours and iron compounds availability. The unfamiliarity on the observed in second study about fortification program allows to suggest that its spreading was not initiated and that, with others nutritional education actions, it's necessary for the success of the implementation

    Effects of antidepressant medications on body weight

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    A depressão é uma doença que pode levar a mudanças no peso, influenciadas por fatores específicos da doença, como alterações no apetite e na atividade física, ou pelos antidepressivos. Este artigo objetiva analisar os estudos que descrevem os efeitos dos antidepressivos em alterações do peso corporal. Realizou-se uma pesquisa nas bases de dados Medline, Lilacs e Cochrane, utilizando as palavras chaves “antidepressivo” e “peso”. Foram selecionados os estudos que analisaram o tema em pacientes depressivos, priorizando-se aqueles relacionados às drogas mais utilizadas nos serviços de saúde no Brasil. A análise dos estudos indicou que a mudança de peso atribuída ao tratamento com antidepressivos apresenta resultados ainda controversos, sendo influenciada por fatores como o tempo de uso e a dosagem do medicamento, estudos com poder limitado, entre outros. Assim, estudos com maior poder, tendo como foco a ação das drogas antidepressivas nas alterações do peso corporal em pacientes depressivos, ainda são necessários. __________________________________________________________________________________ ABSTRACTDepression is a disorder that may affect patient’s weight because of specific factors of the disease, such as changes in appetite and in the level of physical activity, as well as because of the use of antidepressant medications. The objectives of this paper are to analyze studies that discuss the effect of antidepressant medications on the patients’ weight. Medline, Lilacs and Cochrane databases were searched for relevant studies using the words ‘antidepressant’ and ‘weight’. Publications regarding antidepressant drugs commonly used in health services in Brazil and their effects on body weight in depressive patients were selected. The studies indicated that weight changes related to antidepressant therapies are still controversial, influenced by factors such as length and dosage of antidepressant use, limited power of the studies, among others. Thus, more powerful studies focusing on how antidepressant medications affect weight in depressive patients are still needed
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