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O alimento como ferramenta de educação, inclusão e terapia para adolescentes com transtorno do espectro autista / Food as a tool of education, inclusion and therapy for adolescents with autism spectrum disorder
Pesquisas vêm relatando a existência de um paralelo entre a nutrição e o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Existe uma exacerbada seletividade nos autistas, principalmente no que diz respeito à alimentação, pois consomem poucas variedades de alimentos, o que pode incorrer em carências nutricionais e /ou obesidade. Diversas alterações comportamentais acometem as crianças nascidas com TEA, tais como diferenças nos sentidos sensoriais, retração social, dificuldades de comunicação e motora, insônia, hiperatividade, crises de epilepsia, agressividade, mudanças de humor e ansiedade. O objetivo desta pesquisa foi utilizar o alimento como ferramenta de educação, inclusão e terapia, na modificação dos hábitos alimentares dos adolescentes autistas, envolvendo-os em atividades de preparo de alimentos saudáveis como o de vegetais minimamente processados lúdicos, despertando à vontade do consumo, além de melhorar suas habilidades cognitivas e possibilitar maior sociabilização por meio de oficinas práticas ministradas. A pesquisa foi conduzida com adolescentes atendidos por uma instituição filantrópica da cidade de Marília/SP, especializada em crianças e adolescentes com autismo, por meio de atividades realizadas nos laboratórios da Fatec/Marília e em um sítio, situado em Padre Nóbrega-SP. Foram realizadas 36 oficinas práticas que envolveram 19 adolescentes com TEA, docentes e discentes do curso de Tecnologia em Alimentos da unidade, além dos profissionais da instituição. O projeto possibilitou o desenvolvimento cognitivo, motriz e sensorial dos autistas, demonstrando maior aceitação por alimentos antes rejeitados, além da melhora na sociabilização tanto entre o grupo trabalhado, como também com os docentes e estagiários envolvidos na pesquisa. Segundo os relatos de pais e responsáveis, as oficinas realizadas tornaram o momento das refeições menos conturbadas, pois os adolescentes passaram a aceitar o desafio de experimentar os alimentos. Devido a repercussão positiva do estudo, houve aumento do número de participantes autistas, passando de cinco para 19 adolescentes após dois anos. Verificamos que a seletividade alimentar pode ser amenizada, por meio de muita dedicação e persistência e que as oficinas envolvendo o lúdico contribuíram neste quesito.