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Quem fala a língua de acolhimento? Um estudo sobre refúgio e decolonialidade
The present research, by means of qualitative approach, discusses the linguistic perspective
involved in the social phenomenon of refuge and hosting of forced migrants, also named
refugees, in Brazil seeking to observe and analyze how it is comprehended by hosting
institutions. It is well known that Brazil has been receiving a great amount of people who are
included in this political category, having, only in 2018, formalized more than a thousand
refuge applications and permitted humanitarian visas to migrants coming from countries in
severe economic crisis or under natural catastrophes. This paper presents different views of
hosting; rethinks the concept of language and its relation with refuge, bringing up questions
about possible labeling and plastered actions present in the linguistic and social hosting in
Brazil. In this way, new possibilities are sought to provide the forcedly displaced people with
a greater option of social mobility based on the manifestation of a hosting that promotes social
justice. It is intended to propose a decolonial approach to refuge, combining it to the concepts
of translingual practices, a matter of social justice and language, and Spracherleben, the lived
experience of language. This work is divided into five chapters, namely: 1) Introduction; 2)
Searching for theories to support linguistic studies on refuge; 3) Research methodology; 4)
Data analysis; and 5) Final considerations. Seeking to understand the idea that the host has of
what he calls hosting, our corpus is formed by texts published by an official hosting agency in
Brazil and official online newspaper reports, investigating the maintenance (or not) of
colonial practices, as well as the understanding of the link between linguistic practices and
hosting.A presente pesquisa, por meio de abordagem qualitativa, discute a perspectiva linguística
envolvida nos fenômenos sociais de refúgio e acolhimento de migrantes forçados, também
denominados refugiados, no Brasil, buscando observar e analisar seu entendimento por parte
de instituições acolhedoras. Sabe-se que o Brasil tem recebido grande quantidade de pessoas
que se inserem nessa classificação, tendo, apenas em 2018, oficializado mais de mil
solicitações de refúgio e autorizado vistos humanitários a migrantes oriundos de países em
situações de grave crise econômica ou catástrofes ambientais. Esta pesquisa apresenta
diferentes visões de acolhimento; repensa o conceito de língua e a relação entre língua e
refúgio, problematizando possíveis rotulações e ações engessadas presentes na prática de
acolhimento linguístico e social no Brasil. Buscam-se, com isso, novas possibilidades de
proporcionar, aos deslocados forçados, maior opção de mobilidade social a partir da
manifestação de um acolhimento que promova justiça social. Dessa maneira, intenciona-se
propor uma abordagem decolonial ao refúgio, unindo-a aos conceitos de translingual
practices, uma questão de justiça social e língua, e Spracherleben, a experiência vivida na
língua. Este trabalho se divide em cinco capítulos, sendo eles: 1) Introdução; 2) Buscando
teorias para embasar estudos linguísticos sobre refúgio; 3) Metodologia de pesquisa; 4)
Análise de dados; e 5) Considerações finais. Buscando compreender o entendimento que o
acolhedor tem do que preconiza como acolhimento, nosso corpus é formado por textos
divulgados por um órgão oficial de acolhimento de refugiados no Brasil e reportagens de
jornais online, investigando a manutenção ou não de práticas coloniais, bem como a
compreensão do vínculo entre práticas linguísticas e acolhimento
Translanguaging e justiça social: Por uma mudança de perspectiva
O propósito deste artigo é discutir o conceito de translanguaging como um caminho de busca por justiça social nos contextos: i) portunhol em sala de aula de espanhol como uma prática estigmatizada, ii) a situação linguística de migrantes no Brasil, iii) e a prática linguística de drag queens. Sendo que nas duas últimas situações vemos grupos de pessoas que também são estigmatizados por razões outras para além de questões linguísticas. Entendemos que a hierarquização de práticas linguísticas contribui para relações injustas em que alguns grupos têm mais direitos e acesso a recursos que outros. Discutimos aqui três situações linguísticas cujas análises podem contribuir ao entendimento do fenômeno translanguaging e de como a compreensão desse fenômeno representa uma questão de justiça social. Discutimos essas práticas marcadas. A partir das lentes do translanguaging, que as interpreta como práticas legítimas.