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    Crime na Imprensa: representações sobre imigrantes e ciganos em Portugal

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    A partir da observação dos jornais diários portugueses em 2008 e 2009, pretende-se neste texto analisar os discursos e representações veiculados pela imprensa acerca da criminalidade praticada por grupos étnicos minoritários. O objectivo será perceber de que forma as narrativas construídas pelos media constroem e reproduzem as lógicas do poder instituído e discutir as possíveis implicações desses discursos na formação de estereótipos que associam a prática do crime a determinados grupos sociais. Os estudos sobre os efeitos dos media nas representações sobre a criminalidade permitem aferir que estes sugerem aos cidadãos sobre como pensar o crime, os “criminosos” e o papel das autoridades. Ou seja, a mediatização da criminalidade produz visões amplamente partilhadas e consensuais junto de diversas comunidades, ao mesmo tempo que alimenta, junto do público em geral, visões estereotipadas sobre os “criminosos”, podendo associar determinado tipo de criminalidade aos grupos socialmente excluídos e minorias étnicas, tais como ciganos e imigrantes. No âmbito deste trabalho encara-se a mediatização da criminalidade como um exemplo de um produto de uma indústria cultural que alimenta representações da ordem social, dos “criminosos” e das causas do crime que se subordinam às lógicas de mercado e às estruturas culturais, económicas e políticas prevalecentes. São assim veiculadas visões de ordem social destinadas a promover o consenso ideológico e o controlo sócio-político. Isso é feito pela ênfase exagerada nos riscos de vitimização e pela construção do chamado “pânico moral” assentes em construções narrativas mediáticas, cujo propósito é o de suscitar adesão emocional por parte do público. Estes discursos dos media resultam de uma lógica global de comodificação do espaço público, assente na criminalização da pobreza e no medo das populações “incómodas”.This paper aims to analyze the discourses provided in the Portuguese daily newspapers when covering criminality perpetrated by immigrants and minority ethnic groups. We gathered and analyzed news published in the press during 2008 and 2009. Our purpose is to understand how media narratives, whether tabloid or reference, create and reproduce the representations of the established powers and, simultaneously, to discuss the possible implications of those discourses on the dissemination of stereotypes that associate criminality to specific social groups. Current studies about the effects of the media on the representations about criminality allow for the conclusion that citizens are influenced not only about what they think about but also how to think. That is, media dissemination of imagery about criminality tends to produce consensual and shared views, fostering the public construction of stereotyped notions about “criminals”, associating criminality with socially excluded groups and ethnic minorities, such as gypsies and immigrants. This paper discusses the media coverage of criminality as an example of a product of a cultural industry; an industry that promotes certain representations of criminals and of causes for criminality, all of which are subordinated to the market‟s logic and to prevailing cultural and political structures. Thus, these media narratives frame visions of social order and foster consensus and social control, through the exaggeration about victimization risks and by exploring public and social emotion, constituting what might be called a “moral panic”. These media narratives are nourished by global logics of commodification of the public sphere based on criminalization of poverty and the fear of “troublesome” populations

    A construção do pânico moral sobre os ciganos e os imigrantes na imprensa diária portuguesa

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    Neste artigo analisa-se os discursos e representações veiculados pela imprensa diária portuguesa acerca da criminalidade associada a grupos imigrantes ou étnicos. A partir desta análise, pretende-se mostrar como as narrativas que circulam na imprensa transmitem visões sobre a ordem social, que promovem o consenso e o controle social –através da ênfase exagerada sobre o risco de vitimização– e contribuem para a construção do designado “pânico moral”. A mediatização da criminalidade produz visões amplamente partilhadas e consensuais, ao mesmo tempo que alimenta, junto do público em geral, visões estereotipadas sobre os “criminosos”, podendo associar determinado tipo de criminalidade aos grupos socialmente excluídos e grupos étnicos, tais como ciganos e imigrantes. Esses estereótipos podem converter estes grupos em ameaças potenciais para os interesses e valores vigentes na sociedade, através da produção de cruzadas morais que, pela reação emocional desproporcionada e excessiva que desperta no público, representam os porta-vozes da moralidade e os seus diagnósticos e soluções. Este artigo discute a cobertura da imprensa portuguesa nos casos da criminalidade perpetrada por ciganos e imigrantes como um exemplo paradigmático de um produto de uma indústria cultural. Essas narrativas mediáticas são incitadas por lógicas globais de mercantilização da esfera pública, com base na criminalização da pobreza e no medo de populações urbanas consideradas “problemáticas”, cujo objetivo é aumentar a ligação emocional por parte do público e, assim, levar às referidas cruzadas morais.This paper aims to analyze the discourses and representations conveyed by the Portuguese daily newspapers about criminality related to immigrants and ethnic groups. The intent is to understand how the narratives constructed by the media convey visions of social order to promote consensus and social control through the overemphasis on risk of victimization and the construction of so-called 'moral panic’. The media coverage of crime produces widely shared visions and consensus in different communities, while feeding, in general public, stereotypes about the "criminals", and linking the crime to socially excluded groups and ethnic minorities, such as gypsies and immigrants. These stereotypes can convert these groups as potential threats to the interests and values of society, producing a moral crusade that, through the disproportionate and excessive emotional reaction that awakens audiences, represents the spokesmen of morality and their diagnoses and solutions. This paper discusses the media coverage of criminality perpetrated by gypsies and immigrants as paradigmatic example of a product of a cultural industry. These media narratives are nourished by global logics of commodification of the public sphere based on criminalization of poverty and the fear of ‘troublesome’ urban populations, whose purpose is to raise emotional attachment by the public and lead thus to moral crusades.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    The economic performance of bioeconomy : the case of EU27

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    This dissertation tries to show the importance of bioeconomy through the analysis of its economic performance in the European region, by creating a dashboard numerical model and, posteriorly, the presentation of economic indicators, in Power BI. Moreover, it analyses how bioeconomic performance relates to European Union’s policies towards a sustainable economy, with the inclusion of indicators that measure and relate to sustainability. By analyzing bioeconomic performance and sustainability parameters, with the help of a modern data analysis dynamic tool as Power BI, an overview on current bioeconomic performance within European Union’s 27 Member States, and bioeconomy’s sectors, is achieved, enlightening how bioeconomy is evolving and is characterized in the European context.Esta dissertação tenta mostrar a importância da bioeconomia através da análise da sua performance económica no contexto da região da União Europeia, por via da criação de um modelo numérico numa dashboard e, posteriormente, a apresentação de indicadores económicos, no Power BI. Adicionalmente, analisa de que forma é que a performance económica se relaciona com as políticas da União Europeia de promoção de uma economia mais sustentável, através da inclusão de indicadores que medem e se relacionam com a sustentabilidade. Analisando a performance bioeconómica e os parâmetros de sustentabilidade, com a ajuda de uma ferramenta moderna e dinâmica de análise de dados como o Power BI, uma visão geral sobre a atual performance bioeconómica dos 27 Estados-Membros da União Europeia, assim como sobre os setores da Bioeconomia, é conseguida, esclarecendo de que forma é que a bioeconomia se está a desenvolver e é caracterizada no contexto Europeu

    Media e crime: dos media e da construção das realidades criminais

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    Aperceção pública do crime é-nos sugerida pelo que os media veiculam. Estes não se limitam a gerar informação, mas também produzem e reproduzem eventos e opiniões. Assim, os media são instrumentos heurísticos essenciais para a compreensão da realidade criminal, quer enquanto produto quer enquanto produtores do meio social em que estão inseridos. Este capítulo pretende explorar olhares teóricos sobre o papel dos media na construção social da realidade criminal. Para tal, levantam-se questões relacionadas com o crime e a comunicação social, designadamente (1) a importância que os media têm na construção social da realidade social, (2) a forma como o crime é abordado pelos media, (3) quais os efeitos que estes geram na opinião pública e, por fim, (4) discute-se a importância do conceito de pânico moral, enquanto componente analítico nos atuais estudos sociais do crime.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    Crime, Justice and Media: Debating (Mis)representations and Renewed Challenges

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    Compreender a relação sempre complexa entre os média, a sociedade e o crime exige a análise de várias abordagens que pairam entre estes domínios. Como influen-ciam os média o modo de pensar das pessoas sobre questões sociais como a crimina-lidade e a justiça? Qual o impacto da cobertura mediática do crime na forma como a sociedade reage a este? Será que os média têm um papel determinante na formação da opinião pública, será que a opinião pública influencia o que os média relatam, e/ou será que existem influências múltiplas e complexas dentro deste espectro? Quais os desafios impostos pelas diversas formas de média no âmbito da comunicação de massas relati-vamente ao crime e à violência? Estas e outras questões persistem entre os investigado-res dos média que se dedicam a este campo de estudo. Contudo, pesquisas académicas não revelam respostas claras a estas questões. Apresentam, sim, interseções complexas entre si que podem mudar significativamente de acordo com questões geopolíticas, gru-pos sociais afetados e tipos de média envolvidos.Understanding the ever-complex relationship between the media, society and crime requires exploring several fluid discussions that connect these domains. How does the media affect the way people think about social issues such as criminality and justice? What is the impact of media coverage of crime on how society responds to it? Do the media have a central role in forming public opinion, does public opinion influence what media report, and/or are there multiple and complex influences within this spectrum? What are the challenges imposed by the several forms of media in the scope of mass communication regarding crime and violence? These and other queries are persistent among media scholars researching this field of study. However, studies have shown no clear-cut answers to these questions as they show complex intersections between them and might change significantly according to geopolitical issues, affected social groups and types of media involved

    Media’s made criminality: the construction of moral panic over gypsies and immigrants

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    This paper aims to analyze the discourses provided in the Portuguese daily newspapers when covering criminality perpetrated by immigrants and minority ethnic groups. The aim is to understand how the narratives circulated in the press convey visions about social order which promote consensus and social control through the overemphasis on risk of victimization and the construction of so-called 'moral panic'. The media coverage of crime produces widely shared visions and consensus in different communities, while feeding, in general public, stereotypes about the "criminals", and linking the crime to socially excluded groups and ethnic minorities, such as gypsies and immigrants. These stereotypes can convert these groups as potential threats to the prevailing interests and values of society, by producing a moral crusade that, through the disproportionate and excessive emotional reaction that awakens audiences, represents the spokesmen of morality and their diagnoses and solutions. This paper discusses the Portuguese press coverage of criminality perpetrated by gypsies and immigrants as a paradigmatic example of a product of a cultural industry. These media narratives are nourished by global logics of commodification of the public sphere based on criminalization of poverty and the fear of ‘troublesome’ populations, whose purpose is to raise emotional attachment by the public and thus leading to moral crusades.The authors would like to thank the Foundation for Science and Technology (Portuguese Ministry of Science, Technology and Higher Education) for financing this research through a PhD fellowship SFRH/BD/47010/2008. Partial support was also provided by the FCT project “Justice, media and citizenship” FCOMP-01-0124-FEDER-007554.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    As práticas corporais de aventura: uma análise a partir das perspectivas dos acadêmicos

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    This Course Completion Work focuses on the inclusion of Adventure Body Practices (PCA) in the Physical Education curriculum at school, considering the predominance of the discipline's traditional contents and the need to promote diversified body experiences, as recommended by the BNCC, as well as verifying the knowledge of Physical Education students at the Miracema do Tocantins Campus about adventure body practices and their insertion within the curricular internships. PCA are defined as activities carried out in natural or urban environments, involving unpredictability and controlled risk. The research encompasses a bibliographic review to examine the approach of these contents in the scientific literature, followed by interviews with Physical Education students at UFT who have already completed mandatory internships. Through open questions, seeking to collect participants' perceptions and experiences about PCA. The research adopts an approach with qualitative data analysis and categorization of answers. The results will be analyzed together with the literature, aiming to understand the students' perception and identify possible challenges related to the teaching structure and methodology. The study aims to improve the pedagogical practice of Physical Education, encouraging the diversification of contents and enrichment of students' experiences.Este Trabalho de Conclusão de Curso tem como foco a inserção das Práticas Corporais de Aventura (PCA) no currículo da Educação Física escolar, considerando a predominância dos conteúdos tradicionais da disciplina e a necessidade de promover vivências corporais diversificadas, conforme preconizado pela BNCC, bem como a verificar os conhecimentos dos estudantes de Educação Física do Câmpus de Miracema do Tocantins sobre as práticas corporais de aventura e a sua inserção dentro dos estágios curriculares. As PCA são definidas como atividades realizadas em ambientes naturais ou urbanos, envolvendo imprevisibilidade e risco controlado. A pesquisa abrange uma revisão bibliográfica para examinar a abordagem desses conteúdos na literatura científica, seguida de entrevistas com estudantes de Educação Física da UFT que já concluíram estágios obrigatórios. Por meio de perguntas abertas, buscando coletar percepções e experiências dos participantes sobre as PCA. A pesquisa adota uma abordagem com análise de dados qualitativos e categorização das respostas. Os resultados serão analisados em conjunto com a literatura, visando compreender a percepção dos estudantes e identificar possíveis desafios relacionados à estrutura e metodologia de ensino. O estudo visa aprimorar a prática pedagógica da Educação Física, estimulando a diversificação dos conteúdos e enriquecimento das experiências dos aluno
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