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Pequenas plantas, grandes estratégias : adaptações e sobrevivência no Cerrado
Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Ecologia, 2016.A abundância e diversidade de ervas/subarbutos em formações savânicas chamam a atenção de qualquer observador mais atento. Ervas e subarbustos representam mais de 60% da diversidade do Cerrado. A questão levantada nesta tese é o porquê desta dominância. Utilizando pares congenéricos de subarbustos e árvores, que ocorrem nas formações savânicas do Cerrado, examinou-se as diferenças na biomassa de sementes, germinação, sobrevivência, capacidade de rebrota, investimento em biomassa e na capacidade fotossintética entre as duas formas de vida. Por meio de revisão da literatura e checagem de dados de herbários, foi criada uma lista de todas as espécies capazes de se reproduzir até um ano após a passagem do fogo, tanto em formações savânicas quanto florestais. As espécies foram classificadas quanto ao habitat - florestais ou savânicas, família botânica, síndromes de polinização, dispersão e forma de vida. Foram testadas as hipóteses de que as subarbustivas possuem maior capacidade reprodutiva após a passagem do fogo, se comparadas às árvores, e foi testado se alguma forma de dispersão ou polinização era favorecida nas plantas que se reproduziam após o fogo. Além disso, foi testado o efeito competitivo de gramíneas sobre pares congenéricos de subarbustos e árvores, e dos pares congenéricos entre si. Árvores e subarbustos diferem na alocação de biomassa aérea e de reservas de raízes, além de apresentarem massa de sementes distintas, o que resulta em diferentes histórias de vida. Não há diferenças entre as formas de vida e nenhuma síndrome de polinização ou dispersão é favorecida em espécies que se reproduzem até um ano após o fogo. Além disso, as relações competitivas são assimétricas, árvores são competidores superiores aos subarbustos quando par-a-par, e as duas formas de vida são prejudicadas pela presença de gramíneas. A relação gramínea-árvore-subarbusto é complexa; para árvores há efeito sinergético e para subarbustos atenuante.The herbaceous abundance and richness in savannas are very different from woody stratum. More than 60% of the species in Cerrado are herbs/subshrubs. Why these growth forms are so prevalent? Using trees and subshrubs congeneric pairs, we tested the differences in seed mass, germination, survival, resprout capacity, biomass allocation and photosynthesis. We also revised and checked in herbarium specimens labels all species from Cerrado that were able to reproduce until a year after a fire event (SAR). We classified the species in habitat type (forest and savanna), pollination and dispersion syndrome, and growth form. We tested the hypothesis that small growth forms are more able to reproduce after fire, and tested if the anemophily and anemochorous syndromes were favored in plants that reproduce after a fire. The competitive relationship between subshrubs-grasses-trees was also tested. We found that trees and subshrubs differ greatly in the pattern of biomass allocation, and while trees invest great part of their energy in aboveground biomass, subshrubs invest energy in root reserves. The seed mass is higher in trees than in subshrubs. These traits differences could generate distinct lifehistories, mainly as adult, when the differences were accumulated. Subshrubs with high reserves could reproduce even inside the fire-trap. The subshrubs were not favored in SAR, and the trees were favored. Yet, no syndrome of pollination or dispersion was favored in SAR. The competitive relationship between trees and subshrubs is not symmetric, and when in pairwise relationship the trees are the superior competitor. However, against grasses both trees and subshrubs are negatively affected. The competitive effect against subshrubs is attenuate when the tree-grass are inserted together. The effect of subshrubgrass, on the other hand, is synergetic, reducing tree biomass and survival
Winning Big: Scale and Success in Retail Entrepreneurship
In this paper we study a novel setting where firms were randomly allocated differently sized retail chains in a new and rapidly growing industry. Beginning in 2014, Washington State used a lottery to allocate licenses to firms in the newly legalized retail cannabis industry. This lottery generates random variation in firm size and in the level of market concentration. We also observe detailed data on all subsequent industry transactions, including prices, wholesale costs, markups, and product assortments. We find that firms that are randomly allocated more retail store licenses in the lottery ultimately earn much higher per store profits than single-store firms. Retailers in multi-store chains charge lower margins, offer larger product assortments, and pay lower wholesale prices. They also face higher but more elastic consumer demand. Similarly at the market level, more concentrated markets have lower average prices and markups. We conclude that higher retail scale and a more concentrated retail sector can benefit consumers and firms alike
Um moço muito branco: estrangeiro
O texto toma como objeto o conto “Um moço muito branco”, de João Guimarães Rosa, e tem como objetivo a leitura do personagem do título como uma peculiar figura da alteridade. Embasa-se em noções formuladas por Sigmund Freud em “O estranho”. A leitura do unheimlich promovida por Neuza Santos Souza no texto “O estrangeiro, nossa condição” também é levada em conta
Higienismo na ficção científica brasileira: da utopia à distopia
This paper intends to measure the reach and the influence exercised by the hygienist social movement and by the eugenics in literary works of a determined genre, works produced in distinct historical moments. O Presidente Negro (1926), by Monteiro Lobato, 3 Meses no Século 81 (1947), by Jeronymo Monteiro and Fazenda Modelo (1974), by Chico Buarque, objects of the study, are categorized as utopian or dystopian science fiction. To undertake its objective, the paper articulates proposals about Hygienism in Brazil to the notion of science fiction as literary genre.O presente ensaio pretende mensurar o alcance e a influência exercida pelo movimento higienista brasileiro e pelo pensamento eugênico em obras literárias de determinado gênero, produzidas em momentos históricos distintos. Os objetos da discussão são O Presidente Negro (1926), de Monteiro Lobato, 3 Meses no Século 81 (1947), de Jeronymo Monteiro e Fazenda Modelo (1974), de Chico Buarque, romances categorizados como ficção científica utópica ou distópica. Para empreender seu objetivo, o artigo articula proposições acerca do Higienismo no Brasil à noção da ficção científica como gênero literário
Genealogie dello spazio contemporaneo. Utopie moderne e nascita dell'urbanistica
Per iniziare due parole su Foucault, per evitare fraintendimenti. Foucault è un pensatore di difficile collocazione politica, ritengo sia un filosofo che ha tentato di andare oltre la dicotomia tra socialismo e liberalismo, tipica del pensiero politico novecentesco, provando a comprenderne i presupposti comuni
Utopia em movimento: “Harmonia”, de Roberto de Sousa Causo
O ensaio trata da novela “Harmonia”, de Roberto de Sousa Causo. A novela configura uma cidade utópica de feitio indígena, que coexiste com a cidade de São Paulo como a conhecemos e acessível por meio do chamado Beco Escola. Na abordagem, o ensaio recorre a paradigmas próprios da narrativa utópica, buscando avaliar como a novela apresenta a relação entre ordem e desordem, estaticidade e movimento. O intuito é discutir a opção utópica que a novela oferece para o contexto nacional de exclusão social
O nome e o ser: Piscina Livre, de André Carneiro
O texto toma como objeto um traço do enredo do romance Piscina Livre (1980), de André Carneiro: a diária troca de nomes pelas quais passam os personagens. Obra de caráter distópico alinhada à ficção científica, configura um mundo futuro em que um sistema computacional fornece diariamente a cada cidadão um novo nome. Este texto explora tal circunstância e suas implicações à possibilidade de formulação utópica, para isso levando em conta a indissociabilidade entre a utopia e a apreensão cognitiva do real. O aporte teórico é fornecido por formulações de Ernst Bloch, no que cabe à relação entre a utopia e o real, e de Darko Suvin, no que cabe ao vínculo que a ficção científica possui com a utopia
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