11 research outputs found
INSTAGRAMÁTICA: CARTOGRAFIA DO TEXTO VIRTUAL & POÉTICA DA LEITURA EM TEMPO REAL
Neste ensaio, duas advertências: primeira, a irreverência da forma da escrita, roubada de Deleuze; segunda, devo referir que, em minhas observações, excluo os Infotextos, esses textos infindáveis e infindos, graças aos links que remetem a textos e mais textos, numa leitura potencialmente infinita e que compõem o conteúdo da Wikipedia, essa “concretização virtual” da Grande Biblioteca de Alexandria
Sobre dicotomias e oposições, dorme o hermafrodita/On dichotomies and oppositions, sleeps the hermaphrodite
O conhecimento proposto pela medicina, embora fundamentalmente voltado à compreensão do homem, colide na falta de espaço para além das dicotomias impostas pelo saber científico. Entre homens e mulheres, masculino e feminino, a dualidade e categorização do método científico não deixa espaço para se discutir as variantes possibilidades de transgressão da “norma”. Assim, inspirados pelo conceito deleuziano de dobra, construímos uma análise voltada ao meio termo desta polarização: sobre a obra Hermaphrodite Endormi, nosso argumento corrobora a tese de que, muito mais que opostos, somos opostos que se interpenetram mutalmente a cada instante
TECENDO AMOROSIDADE EM HISTÓRIAS DE VIDA E DE MORTE
Este estudo tem como objetivo investigar as vivências das Doulas da morte no Brasil. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, realizada com 20 Doulas da morte formadas e atuantes no Brasil, com idade entre 27 a 68 anos. As entrevistas foram coletadas entre junho e agosto de 2022 e foram submetidas à técnica de Análise de Conteúdo e os depoimentos analisados à luz da literatura pertinente. A partir dos discursos foi possível observar que as Doulas da morte são colaboradores que utilizam estratégias de comunicação compassiva em todas as fases da morte de pessoas que vivenciam a finitude humana e seus familiares; atendem em toda rede de atenção à saúde e também atuam como facilitadoras na educação para a morte. Apresentam como dificuldades o tabu da morte, a falta de regulamentação profissional, que juntos, aumentam o estigma da profissão. Considera-se imprescindível o aprofundamento da visão sobre o trabalho das Doulas da morte, de forma a ampliar a visibilidade e importância da profissão, a fim de quebrar o paradigma da morte enquanto tema interdito, e abrir espaço para um olhar sobre o bem morre
Animações infantis e morte: um estudo documental / Children's animations and death: a documental study
Introdução: falar sobre a morte implica angústia frente a essa condição, especialmente quando se trata de conversar sobre o assunto com a criança. Objetivo: analisar como a temática morte é abordada nas animações infantis. Metodologia: trata-se de um estudo documental realizado por meio de animações infantis. Para a seleção da amostra foram utilizados os seguintes critérios de inclusão: animações infantis, que tratassem da temática morte produzidas pela Walt Disney Animation Studios, DreamWorks Animation LLC, Pixar, Warner Bross, Universal Studios e Robot Communications; e como critério de exclusão, filmes live-action. A análise dos dados deu-se a partir da técnica de Análise de Conteúdo. Resultados: Da análise dos 23 filmes, foi possível construir três categorias temáticas, a saber: Categoria 1 – Morte morrida e morte matada: compreendendo as causas e os tipos de morte; Categoria 2 – Rituais de despedida: o último adeus e Categoria 3 – Lutos: sentimentos vivenciados antes e depois da morte pelos personagens centrais. Considerações finais: os filmes analisados abordam a morte e o luto como etapa e processo de vida. Contudo, o uso das animações infantis, de forma geral, na Educação e na Saúde não se limita a uma estratégia pedagógica, mas a uma possibilidade de leitura de mundo. Estes filmes servem como provocações para as crianças questionarem a si mesmas e aos adultos sobre a morte e todo o seu entorno
Internação por diabetes mellitus no Brasil entre 2016 e 2020 / Hospitalization for diabetes mellitus in Brazil between 2016 and 2020
Introdução: O diabetes mellitus (DM), inserido no grupo das Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT), configura-se hoje como uma epidemia mundial, representando grande desafio para os sistemas de saúde de todo o mundo. Caracteriza-se por ser uma síndrome que abrange um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos, cuja característica central é a hiperglicemia, resultante da deficiência total ou parcial da produção de insulina ou de defeitos na ação do próprio hormônio, ou ainda de ambos. Objetivo: Analisar os dados oficiais disponíveis acerca das internações hospitalares no Sistema Único de Saúde (SUS) decorrentes do DM no Brasil, entre 2016 a 2020. Metodologia: Trata-se de um estudo ecológico, de natureza retrospectiva, descritivo, com abordagem quantitativa. Foram analisados dados secundários referentes as hospitalizações, obtidos no Sistema de Informações Hospitalares – SIH (SIH/SUS), referente ao DM (diagnóstico principal CID-10 E10), disponíveis no Departamento de Informática do SUS (DATASUS). Os dados foram analisados no programa Microsoft Office Excel 2007 para elaboração de tabelas, contendo o valor absoluto e percentual. Resultados: No período de 2016 a 2020, os dados das internações por DM no Brasil, foram distribuídos por regiões: Norte (12.312), Nordeste (38.887), Sul (17.949), Sudeste (46.633) e Centro-oeste (8.679), portadores de DM não Especificado (categoria CID-10 E10.9. Observou-se redução nas internações no primeiro semestre de 2020. Dentre as 2.327 hospitalizações registradas em 2020 por DM, na Paraíba, aconteceram no hospital de referência 191 internações neste período. Conclusão: Os resultados reforçam tendências identificadas em outros estudos e em outros países, que destacam predominância de diabéticos nas hospitalizações, como destaque na redução das internações de pacientes com doenças crônica durante o início da pandemia por covid-19. Reforçando a necessidade de difusão e consolidação de estratégias preventivas, articuladas intersetorialmente, para prover cobertura mais adequada da população, amenizar as hospitalizações e, sobretudo, reduzir o impacto psicossocial e econômico causado pelo DM.
QUARENTENA COM AFETO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
A Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS-CoV-2), provocada pelo coronavírus, causou grave impacto direto na saúde física de milhões de pessoas, além de representar uma ameaça de grande magnitude à saúde mental globalmente. O objetivo deste relato de experiência é descrever as ações sociais realizadas para o enfrentamento da atual pandemia por Covid-19 e de seus possíveis agravos. O Projeto “Quarentena com Afeto” disponibilizou acesso on-line e gratuito ao serviço de assistência à saúde mental, onde pessoas que necessitem de atendimento solicitam ajuda via e-mail e a equipe realiza os encaminhamentos para os psicólogos-voluntários de acordo com a disponibilidade de vagas e horários. Ademais, a iniciativa conta com a divulgação diária de informações confiáveis para o público geral, mantendo-se o foco nas pessoas consideradas vulneráveis e/ou em sofrimento psíquico por conta da atual epidemia. Os dados obtidos pelo Projeto mostram uma prevalência significativamente maior do público feminino, tanto na procura por ajuda psicológica (83,82%), quanto na busca por mais informações e pelo engajamento com essa temática. Possíveis motivos encontrados na literatura para essa procura superior são: maior probabilidade geral de desenvolvimento de transtornos mentais em mulheres; o sexo feminino é considerado um fator de risco para pior saúde mental durante o período de quarentena e, também, aumento dos índices violência por parceiro íntimo. Espera-se, através da continuação deste Projeto, que seja facilitado o enfrentamento coletivo da pandemia do SARS-Cov-2, de maneira a amenizar os efeitos psicológicos negativos causados pelo isolamento social e pela quarentena dela decorrentes
QUARENTENA COM AFETO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
A Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS-CoV-2), provocada pelo coronavírus, causou grave impacto direto na saúde física de milhões de pessoas, além de representar uma ameaça de grande magnitude à saúde mental globalmente. O objetivo deste relato de experiência é descrever as ações sociais realizadas para o enfrentamento da atual pandemia por Covid-19 e de seus possíveis agravos. O Projeto “Quarentena com Afeto” disponibilizou acesso on-line e gratuito ao serviço de assistência à saúde mental, onde pessoas que necessitem de atendimento solicitam ajuda via e-mail e a equipe realiza os encaminhamentos para os psicólogos-voluntários de acordo com a disponibilidade de vagas e horários. Ademais, a iniciativa conta com a divulgação diária de informações confiáveis para o público geral, mantendo-se o foco nas pessoas consideradas vulneráveis e/ou em sofrimento psíquico por conta da atual epidemia. Os dados obtidos pelo Projeto mostram uma prevalência significativamente maior do público feminino, tanto na procura por ajuda psicológica (83,82%), quanto na busca por mais informações e pelo engajamento com essa temática. Possíveis motivos encontrados na literatura para essa procura superior são: maior probabilidade geral de desenvolvimento de transtornos mentais em mulheres; o sexo feminino é considerado um fator de risco para pior saúde mental durante o período de quarentena e, também, aumento dos índices violência por parceiro íntimo. Espera-se, através da continuação deste Projeto, que seja facilitado o enfrentamento coletivo da pandemia do SARS-Cov-2, de maneira a amenizar os efeitos psicológicos negativos causados pelo isolamento social e pela quarentena dela decorrentes
“Não sei porque você se foi, quantas saudades eu senti”: vivências de mulheres em luto perinatal
Introdução: O luto perante a morte perinatal é específico e diferente de uma perda real, uma vez que a mãe nunca conheceu o objeto do seu luto e a morte repentina do bebê representa também a perda de uma identidade maternal. É neste momento, após o conhecimento de que algo que não aconteceu, que as expectativas e os desejos de gerarem uma vida ficam proibidos, e o sofrimento e a reação à perda tomam repercussões. Objetivo: Investigar as vivências de mães em luto perinatal. Método: Trata-se de uma pesquisa exploratória, com abordagem qualitativa, realizada com mulheres em luto perinatal acompanhadas pela equipe multiprofissional de uma maternidade pública da Paraíba, com idade maior ou igual a 18 anos. Utilizou-se a saturação dos dados para o fechamento amostral. Para a análise dos dados foi utilizada a técnica de Análise de Conteúdo de Bardin. Resultados: Participaram das entrevistas 18 mulheres em luto perinatal. A partir dos discursos das mulheres enlutadas foi possível elaborar duas categorias temáticas: categoria temática 1 – processo de enlutamento; e categoria temática 2 – processo de cuidar à parturiente. Discussão: De forma geral, observou-se que a maioria das mulheres elaborou a perda de seus bebês, atravessou o trabalho de luto, experimentando sentimentos de choque, negação, culpa, ambivalência, e, com isso, ressignificando suas dores, contudo, outras mulheres não conseguiram elaborar a perda do bebê morto. No que se refere ao processo de cuidar, observou-se, de forma geral, uma lacuna na assistência humanizada às mulheres, sobretudo no período intraparto e puerperal. Conclusão: Consideram-se urgente a elaboração e a implantação de uma política pública voltada para o luto perinatal, desde o puerpério imediato até o seu retorno domiciliar, a fim de assistir às mulheres no período puerperal, considerado o mais difícil no processo de enlutamento
Catatonia due to systemic lupus erythematosus
Objectives Discuss neuropsychiatric aspects and differential diagnosis of catatonic syndrome secondary to systemic lupus erythematosus (SLE) in a pediatric patient. Methods Single case report. Result A 13-year-old male, after two months diagnosed with SLE, started to present psychotic symptoms (behavioral changes, hallucinations and delusions) that evolved into intense catatonia. During hospitalization, neuroimaging, biochemical and serological tests for differential diagnosis with metabolic encephalopathy, neurological tumors and neuroinfections, among other tests, were performed. The possibility of neuroleptic malignant syndrome, steroid-induced psychosis and catatonia was also evaluated. A complete reversal of catatonia was achieved after using benzodiazepines in high doses, associated with immunosuppressive therapy for lupus, which speaks in favor of catatonia secondary to autoimmune encephalitis due to lupus. Conclusion Although catatonia rarely is the initial clinical presentation of SLE, the delay in recognizing the syndrome can be risky, having a negative impact on prognosis. Benzodiazepines have an important role in the catatonia resolution, especially when associated with parallel specific organic base cause treatment. The use of neuroleptics should be avoided for the duration of the catatonic syndrome as it may cause clinical deterioration