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    Sensibilização alérgica in vivo como estratégia experimental de otimização do protocolo convencional in vitro de diferenciação eosinofílica: impacto na produtividade

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    Eosinófilos apresentam desde funções citotóxicas efetoras em infecções helmínticas e reações alérgicas, quanto funções imunomodulatórias essenciais à homeostasia de tecidos como o gastrointestinal, adiposo e mamário. Estudos in vitro empregando eosinófilos murinos são essenciais para avançar na compreensão funcional desta célula. O protocolo de obtenção de eosinófilos murinos mais empregado atualmente é o descrito por Dyer e colaboradores (2008), permitindo obter ao final de 14 dias de cultura eosinófilos maduros com mais de 90% de pureza (fase inicial de proliferação de precursores induzida por SCF e FLT3-L, seguida de indução de diferenciação por IL-5). Embora eficiente, o protocolo ainda exibe limitações como o alto custo versus produtividade e a qualidade das células produzidas. Como estratégia de otimização, estudamos ajustes do protocolo padrão baseado no emprego de células de medula óssea de camundongos pré-sensibilizados com ovalbumina (modelo de inflamação alérgica), que hipotetizamos apresentar microambiente medular já pró-eosinopoiético. Para validar a existência deste microambiente pró-eosinopoiético, avaliamos, inicialmente, se a sensibilização alérgica induz eosinofilia medular e/ou alteração dos níveis medulares de mediadores próeosinopoiéticos. Nossos dados mostram que houve aumento da eosinofilia medular em animais sensibilizados quando comparados aos animais “naive”. Mais ainda, observamos elevação discreta dos níveis das citocinas IL-3, IL-5 e dos eicosanóides CysLTs e PGD2 (dosados por ELISA e EIA, respectivamente) no lavado medular dos animais BALB/c sensibilizados; indicando que a sensibilização de fato induziu instalação de microambiente medular próeosinopoiético in vivo. A sensibilização também promoveu alterações no protocolo in vitro de produção de eosinófilos, incluindo: (i) aumento nos números de eosinófilos ao final da fase inicial de proliferação (8 dias de cultura) nas culturas provenientes de animais sensibilizados; (ii) no 8º dia de cultura iniciada com células medulares de animal BALB/c sensibilizado, foi detectado intenso aumento na concentração de IL-3 no sobrenadante da cultura em comparação aos níveis de IL-3 encontrados nas culturas iniciadas com células medulares de camundongos BALB/c “naives”; e (iii) aos 14 dias de cultura, a produção total de eosinófilos mostrou-se aumentada nas culturas iniciadas a partir de animais sensibilizados. Nossos dados confirmam nossa hipótese de que a sensibilização alérgica in vivo de animais BALB/c corresponde à estratégia de baixo custo para otimização do protocolo de obtenção de eosinófilos murinos visando estudos funcionais in vitro
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