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Agentes comunitĂĄrios de saĂșde e sua concepção sobre famĂlia e violĂȘncia
O Programa SaĂșde da FamĂlia (PSF) foi implantado no Brasil como uma estratĂ©gia de reorientação do modelo assistencial a partir da atenção bĂĄsica, tendo como foco o atendimento nĂŁo apenas ao indivĂduo, mas tambĂ©m Ă famĂlia de uma forma integral e contĂnua, com açÔes de promoção, proteção e recuperação da saĂșde. Dentre os profissionais que compĂ”em a equipe, o agente comunitĂĄrio de saĂșde (ACS), ocupa uma posição estratĂ©gica como mediador entre a comunidade e a equipe profissional, podendo funcionar tanto como facilitador, como um empecilho nessa mediação. O presente estudo teve como objetivo identificar o conhecimento e as crenças de agentes comunitĂĄrios de saĂșde a respeito dos conceitos que envolvem a famĂlia e os fatores de risco e proteção para a violĂȘncia intrafamiliar. Para isso, foram entrevistados 15 Agentes ComunitĂĄrios de SaĂșde (ACS) que compĂ”em as equipes de referĂȘncia de Unidades SaĂșde da FamĂlia, distribuĂdos em cinco AdministraçÔes Regionais de SaĂșde, de uma cidade de mĂ©dio porte localizada no interior de SĂŁo Paulo. Todos os participantes responderam a quatro instrumentos: Entrevista individual com os agentes comunitĂĄrios; QuestionĂĄrio de Avaliação de Conhecimento sobre Fatores de Risco e Proteção; QuestionĂĄrio sobre Crenças a respeito de ViolĂȘncia Intrafamiliar e QuestionĂĄrio sobre violĂȘncia intrafamiliar contra crianças e adolescentes. Para a anĂĄlise dos dados qualitativos dos instrumentos foi utilizada a AnĂĄlise de ConteĂșdo e os demais instrumentos foram corrigidos segundo a orientação dos autores. Os principais resultados obtidos atĂ© o momento demonstram que entre os agentes permanece o modelo tradicional familiar formado pela trĂade mĂŁe-pai-filhos. No que se refere Ă s crenças dos profissionais em relação a violĂȘncia intrafamiliar envolvendo a mulher, 66,67% dos entrevistados acreditam que o comportamento da mulher possa favorecer o comportamento agressivo do homem. Quanto a concepção dos participantes a respeito das modalidades de violĂȘncia contra a criança e o adolescente, apenas uma das Regionais entrevistadas referiu-se Ă negligĂȘncia como uma forma de violĂȘncia. JĂĄ a violĂȘncia fĂsica e a violĂȘncia psicolĂłgica foram citadas por todos os respondentes. Em relação aos fatores de risco relacionados Ă violĂȘncia intrafamiliar contra a criança e adolescentes, nĂŁo saber identificar com precisĂŁo e nĂŁo saber como fazer em caso de suspeita foi uma alternativa considerada em trĂȘs das quatro modalidades de violĂȘncia nos lares (violĂȘncia fĂsica, violĂȘncia sexual e violĂȘncia psicolĂłgica). Apenas a negligĂȘncia parece ser o tipo de violĂȘncia em que os profissionais possuem menor dificuldade em sua identificação. De modo geral, os resultados ressaltam a importĂąncia do treinamento e discussĂ”es acerca do tema com os profissionais envolvidos no atendimento a famĂlia