A guerra dos jagunços: o conflito de Canudos e o sertanejo nos escritos de Afonso Arinos

O presente artigo analisa as representações do escritor mineiro Afonso Arinos acerca da Guerra de Canudos e de seus protagonistas sertanejos. Por meio de artigos para o jornal monarquista O Comércio de São Pauloe do romance Os jagunços, Arinos demonstrou sua simpatia pelo jagunçoe pelo seu ambiente — o sertão — e tratou o conflito deBelo Monte como o episódio de elevação do sertanejo à nacionalidadebrasileira. Devido a sua adesão ao monarquismo, o autor criticoua participação do governo republicano no confronto, acusandoas autoridades de não assistirem às populações sertanejas nosmomentos de necessidade, o que teria contribuído para a explosãodo conflito. Deste modo, Arinos buscou visualizar o episódio pelaótica dos sertanejos, justificando, em certo sentido, suas atitudesdurante a guerra

Experiences of the future time through science fiction: analysis of the changes of perception of the future from the cold war to the 21st century

A partir das reflexões sobre o conceito de presentismo, de François Hartog, este artigo busca identificar os sinais do surgimento de um “regime moderno de historicidade” em obras de ficção científica produzidas entre o início da Guerra Fria e 2017. Defendemos que, gradativamente, filmes e livros do gênero foram apresentando futuros cada vez mais diversos e distópicos, reflexo do presente multidirecional e da crise do tempo defendidos pelo historiador francês. Nosso trabalho divide-se em três períodos: Guerra Fria, anos 1980-1990 e século XXI. Em cada um deles, procuramos perceber, ao mesmo tempo, as visões predominantes sobre o porvir, os contextos do presente que justificam essas visões e a diversidade delas. No total, foram analisadas 109 obras sobre o futuro, classificadas por períodos de produção e por representação de futuro preponderante expressa no trabalho.From the reflections on the concept of presentism, by François Hartog, this article intends to identify the signs of the emergence of a “modern regime of historicity” in works of science fiction produced between the beginning of the Cold War and 2017. We defend that, gradually, science fiction films and books presented increasingly diverse and dystopian futures, reflecting the multidirectional present and the crisis of time defended by the French historian. Our work is divided in three periods: Cold War, years 1980-1990 and 21st century. In each of them we try to perceive, at the same time, the prevailing visions about the future, the contexts of the present that justify these visions and their diversity. In total, 109 works on the future were analyzed, classified by periods of production and by future representation expressed in the work

Experiências do tempo futuro através da ficção científica

A partir das reflexões sobre o conceito de presentismo, de François Hartog, este artigo busca identificar os sinais do surgimento de um “regime moderno de historicidade” em obras de ficção científica produzidas entre o início da Guerra Fria e 2017. Defendemos que, gradativamente, filmes e livros do gênero foram apresentando futuros cada vez mais diversos e distópicos, reflexo do presente multidirecional e da crise do tempo defendidos pelo historiador francês. Nosso trabalho divide-se em três períodos: Guerra Fria, anos 1980-1990 e século XXI. Em cada um deles, procuramos perceber, ao mesmo tempo, as visões predominantes sobre o porvir, os contextos do presente que justificam essas visões e a diversidade delas. No total, foram analisadas 109 obras sobre o futuro, classificadas por períodos de produção e por representação de futuro preponderante expressa no trabalho

Entre dois tempos: representações do século XIX e do XX na imprensa do Rio de Janeiro e de Minas Gerais entre 1900 e 1901

Turning centuries are moments of retrospect of what happened and hope for the future. Thus, the article analyzes the perceptions of the 19th and 20th centuries in the press in Rio de Janeiro and Minas Gerais, between 1900 and 1901. We discussed the speeches that placed the eight hundred as a century qualified by lights and progress, as well as by wars and the split between Christianity and science. Then, we explored the reception of the 20th century and analyzed the expectations that were linked to the new century, discussing the projections of the future, marked by the conciliation between science and religion, by the continuity of progress and by the fear of war and hopes of peace. We conclude that the future, for the analyzed journals, should not interrupt progress and modernity, but unite them with religion.Viradas de séculos são momentos de retrospectiva do que se passou e de esperança com relação ao futuro. Assim, o artigo analisa as percepções diante do século XIX e do XX na imprensa do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, entre 1900 e 1901. Discutimos os discursos que colocavam os oitocentos como um século qualificado pelas luzes e pelo progresso, bem como pelas guerras e pela cisão entre cristianismo e ciência. Em seguida, exploramos a recepção do século XX e analisamos as expectativas que se vinculavam à nova centúria, discutindo as projeções de futuro, marcadas pela conciliação entre ciência e religião, pela continuidade do progresso e pelo medo dos conflitos bélicos e esperanças de paz. Concluímos que o futuro, para os periódicos analisados, não deveria interromper o progresso e a modernidade, mas uni-los à religião

REPRESENTAÇÕES DO FUTURO EM LIVROS E FILMES DE FICÇÃO CIENTÍFICA: DO POSITIVISMO DO SÉCULO XIX AO “EXTERMINISMO” DA GUERRA FRIA

A preocupação com o futuro é uma constante na história da humanidade. Especialmente em livros e filmes de ficção científica, o homem deixa evidente suas imagens do amanhã, sejam elas de um mundo de realizações fantásticas, seja de um apocalipse global. Em vista disto, nosso artigo investiga as relações entre o presente do indivíduo e as representações do futuro características de cada época, por meio da ficção científica. Dessa forma, percebemos que o positivismo do século XIX levava a visualizações de um mundo perfeito marcado pelo avanço da técnica, no qual a ciência levaria sempre ao progresso. Porém, os conflitos sociais do período colocavam inseguranças no que diz respeito às relações trabalhistas no futuro. Por outro lado, a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria deixaram as perspectivas sobre o futuro mais pessimistas, culminando com visões de um mundo marcado pelo totalitarismo ou por catástrofes nucleares. Portanto, o trabalho visa mostrar como os conflitos de classe, os regimes políticos fascistas e o mundo bipolar foram importantes elementos na definição das representações do futuro do século XIX até meados da década de 1980.Palavras-chave: Futuro. Ficção científica. Representações

O ANTIAMERICANISMO ENTRE OS MONARQUISTAS COMO FORMA DE COMBATE À REPÚBLICA (1889-1917)

O presente artigo analisa o discurso anti-americanista adotado por alguns monarquistas após a proclamação da República no Brasil. Nosso objetivo é entender as representações dos Estados Unidos entre os restauradores e a forma como eles avaliaram as influências exercidas por este país na República brasileira. Nossa metodologia consiste na análise crítica dos escritos de monarquistas como Eduardo Prado e Joaquim Nabuco, principalmente, que, saudosos do Império e críticos do golpe republicano de 1889, questionaram a aproximação do país a um regime político tradicionalmente associado aos anglo-americanos, denunciando tal atitude como uma sujeição aos interesses imperialistas dos Estados Unidos. Desta forma, ao mesmo tempo em que defendiam a aproximação cultural e política com a Europa e exaltavam o Império como símbolo da singularidade nacional; representavam os Estados Unidos e seus habitantes de forma negativa, questionando suas “verdadeiras intenções” para com os países latino-americanos, além de repudiar sua influência nas nações mestiças de colonização ibérica. Como conclusão, defendemos que, para os monarquistas, o surgimento dos Estados Unidos do Brasil era uma afronta à nacionalidade, por recusar tudo que lhe era peculiar e, ao mesmo tempo, por tentar construir algo novo com base na introdução de princípios alienígenas

O “demônio negro”: o negro como maligno nas representações religiosas e raciais da imprensa de São João del-Rei (1871-1889)

This article analyzes the representations of black people in the newspapers of São João del-Rei, focusing on their religious and racial elements. We intend to indicate that, in the elite's conception of the city, the black appeared as an inferior element, either due to its associations with the devil and evil; whether by the images of barbarian, violent, uncivilized and racially incapable, widely disseminated by the periodic press.Este artículo analiza las representaciones de los negros en los periódicos de São João del-Rei, centrándose en sus elementos religiosos y raciales. Pretendemos señalar que, en la concepción élite de la ciudad, el negro aparece como un elemento inferior, ya sea por sus asociaciones con el diablo y el mal; ya sea por las imágenes de bárbaros, violentos, incivilizados y racialmente incapaces, ampliamente difundidas por la prensa periódica.O presente artigo analisa as representações do negro nos jornais de São João del-Rei, focalizando seus elementos religiosos e raciais. Pretendemos indicar que, na concepção da elite da cidade, o negro aparecia como elemento inferior, seja devido às associações do mesmo com o diabo e com o mal; seja pelas imagens de bárbaro, violento, incivilizado e racialmente incapaz, amplamente divulgadas pela imprensa periódica

O POVO NOVO BRASILEIRO: mestiçagem e identidade no pensamento de Darcy Ribeiro <em> THE NEW BRAZILIAN PEOPLE: miscegenation and identity in the Darcy Ribeiro’s thought </em>

http://dx.doi.org/10.5965/2175180304012012127 Este artigo analisa a obra de Darcy Ribeiro, sobretudo o livro O Povo Brasileiro (1995), enfocando a relação entre mestiçagem e identidade no pensamento do autor. Pretende entender como o Brasil é identificado enquanto um povo novo, ou seja, uma entidade étnica ímpar, surgida da mistura de povos distintos e com diferentes características raciais, culturais e linguisticas. Assim, a intensa mestiçagem, tanto biológica quanto cultural, aparece como elemento fundamental para se entender a formação do que viria a ser os brasileiros, sendo determinante na formação específica de sua identidade étnica.   Palavras-chave: Darcy Ribeiro. Mestiçagem. Identidade

O POVO NOVO BRASILEIRO: mestiçagem e identidade no pensamento de Darcy Ribeiro

This article examines the work of Darcy Ribeiro, principally the book O Povo Brasileiro (1995). It is focusing about the relationship between miscegenation and identity according to the thought of the author. We try to understand how the Brazil is identified as a new people, a singular ethnic identity arising from the mixture of different peoples with different racial, cultural, linguistics characteristics. Thus, the intense mixing, biological and cultural, is the fundamental element to understand the formation of the Brazilian people, moreover, these are determinant to the formation of the specific ethnic identity of the Brazilian people.Este artigo analisa a obra de Darcy Ribeiro, sobretudo o livro O Povo Brasileiro (1995), enfocando a relação entre mestiçagem e identidade no pensamento do autor. Pretende entender como o Brasil é identificado enquanto um povo novo, ou seja, uma entidade étnica ímpar, surgida da mistura de povos distintos e com diferentes características raciais, culturais e linguisticas. Assim, a intensa mestiçagem, tanto biológica quanto cultural, aparece como elemento fundamental para se entender a formação do que viria a ser os brasileiros, sendo determinante na formação específica de sua identidade étnica

O POVO NOVO BRASILEIRO: mestiçagem e identidade no pensamento de Darcy Ribeiro THE NEW BRAZILIAN PEOPLE: miscegenation and identity in the Darcy Ribeiro’s thought

http://dx.doi.org/10.5965/2175180304012012127Este artigo analisa a obra de Darcy Ribeiro, sobretudo o livro O Povo Brasileiro (1995), enfocando a relação entre mestiçagem e identidade no pensamento do autor. Pretende entender como o Brasil é identificado enquanto um povo novo, ou seja, uma entidade étnica ímpar, surgida da mistura de povos distintos e com diferentes características raciais, culturais e linguisticas. Assim, a intensa mestiçagem, tanto biológica quanto cultural, aparece como elemento fundamental para se entender a formação do que viria a ser os brasileiros, sendo determinante na formação específica de sua identidade étnica.   Palavras-chave: Darcy Ribeiro. Mestiçagem. Identidade.