Expansão do ensino superior no Brasil: particularidades do capitalismo dependente

A condição de dependência econômica do Brasil, que provoca a constante internalização de dispositivos de pensamento e de valores provenientes do centro hegemônico, culmina em um projeto educacional desalinhado com as necessidades estruturais do país. O crescimento recente sem precedentes de empresas de capital aberto, com grandes aportes de recursos internacionais, que constitui um setor massificado, um serviço de baixa qualidade para muitos e contribui com o movimento de mercantilização da educação, suscita diversos questionamentos sobre até que ponto as mudanças representam um cenário de democratização. A presente monografia visa interpretar como o processo de expansão do sistema de ensino superior no Brasil, que teve início a partir da década de 70 e ganhou impulso ao final do século XX, se deu, principalmente, por meio do crescimento massivo do setor privado, cada vez mais de predominância financeira. A partir de uma reflexão histórica e social, que retome as origens da educação superior no Brasil a partir da primeira república, aliada a dados quantitativos e orçamentários sobre a (não) atuação de um Estado o qual predominam interesses das principais frações de classe dominantes, busca-se compreender quais são as origens e articulações que cercam as políticas de educação superior brasileira