13 research outputs found

    A ecolinguística como ideia europeia

    Get PDF
    "A ecologia da linguagem", paradigma criado pelo sociolinguista americano Einar Haugen, investiga a interação entre línguas na mente humana e em sociedades multilíngues. No caso, “ecologia” funciona como uma metáfora que é usada por alguns autores para falar da ideia de “conservação” de pequenas línguas e da preservação da diversidade linguística neste planeta. Por outro lado, a “ecolinguística” europeia toma o conceito de ecologia literalmente a fim de explorar o papel das línguas na crise ambiental atual. Mediante o paradigma ecolinguístico, a linguística assume uma nova tarefa: provocar uma consciência sobre os problemas ecológicos e, ao mesmo tempo, recuperar o sentimento de comunhão com todos os seres vivos. Em vez de olhar para a língua como “símbolo dos humanos como seres especiais” (usando-a nesse sentido), os ecolinguistas acentuam “nossa continuidade com o resto da criação” (HALLIDAY, 1992, p. 89), revelando o antropocentrismo e o crescimentismo imbutidos na língua e em seu uso. Com essa consciência, a linguagem humana se torna um recurso na empreitada de manter o princípio de “viver e deixar viver” contra o da sobrevivência do mais forte e mais apto

    Ecolinguística: A história de uma ideia verde para o estudo da linguagem

    Get PDF
    This article sketches the history of ecolinguistics, showing that its seed were already in authors such as Humboldt, Sapir and Whorf. The first investigator to associate ‘language’ and ‘ecology’ was Voegelin and collaborators. But, the first to suggest the use of the ecology metaphor in language studies was Einar Haugen, who was followed by William Makey, Norman Denison and Harald Haarmann. The article also shows that the term ‘ecolinguistics’ was first used in print in 1976, by Henri Gobard, and, a little later, by Kurt Salzinzer, in 1979, and by Claude Hagège in 1985. Further, three branches of ecolinguistics emerging (linguistic ecology, ecology of language, and ecology of languages). Among the other themes investigated by ecolinguistics we find anthropocentrism, sometimes hidden under euphemism. Ecolinguistics is relatively consolidated, and its future is promising, although ecolinguists must show how it can contribute to rescue endangered languages as well as how to do “transdiciplinary” researches. Which methods to use. In the end, Haugen’s proposal has been shown to be very fruitful.  Este artigo apresenta um esboço da história da ecolinguística, mostrando que ela já estava em germe em Humboldt, Sapir e Whorf. Salienta que um dos primeiros a relacionar ‘língua’ e ‘ecologia’ foi Voegelin, vindo logo a seguir Einar Haugen. Este último foi seguido até certo ponto por William Mackey, Norman Denison e Harald Haarmann. Mostra que o termo 'ecolinguística' apareceu pela primeira vez em 1976, em um livro de Henri Gobard, reaparecendo em Kurt Salzinger em 1979 e em Claude Hagège em 1985). A seguir, são apresentadas três correntes da ecolinguística (ecologia linguística, ecologia da língua e ecologia das línguas). Toca na questão do antropocentrismo impregnado nas línguas, juntamente com algumas de suas consequências. Para camuflar esse vezo, às vezes se usam eufemismos. Fala do estado atual e do futuro da ecolinguística, que se apresenta promissor, embora ela ainda precise convencer sobre como pode contribuir para salvar línguas em perigo de extinção. Precisa também mostrar como se pode fazer pesquisa “transdisciplinar’, que método usar para isso etc. De um modo geral, a proposta de Haugen veio em boa hora

    Palavras iniciais / Introductory words

    No full text

    Newspeak as Coronaspeak 2020

    No full text
    A virus called Corona, in 2020, created a situation which had not existed since the 2nd World War. Everybody was in danger (this time of being infected), and people had to stay at home to avoid being ‘bombed’ (this time by a virus). This situation brought about the creation of several new words and the use of phrases which described the danger and the measures taken against it in a clear, but some of them also in a metaphorical way. News papers used the situation by making fun of the language used, but also by describing the linguistic phenomena which the situation originated. In one Austrian newspaper, a journalist (George Renne in the Kleine Zeitung) called the language used by the government “Newspeak” ”“ echoing George Orwell’s novel 1984. In this article, the most interesting word-creations will be discussed, as well as the various ways in which an unexpected situation (in the whole world) has an effect on the use of language.Em 2020 um virus chamado corona criou uma situação que não se via desde a Segunda Guerra Mundial. Todo mundo estava em perigo (agora de ser infectado); as pessoas tinham que ficar em casa a fim de evitar ser atingidas pelos bombardeios (agora por um vírus). Essa situação deu lugar ao surgimento de diversas palavras novas e ao uso de frases que descrevem o perigo e as medidas tomadas contra ele de modo direto e às vezes de forma metafórica. Os jornais se valeram da situação considerando a linguagem usada, mas também descrevendo os fenômenos linguísticos originados na situação. Em um jornal austríaco (Kleine Zeitung ‘pequeno jornal’), o jornalista George Renne chamou a linguagem usada pelo governo de “novilíngua” (newspeak), ecoando o romance 1984 de George Orwell. No presente artigo, as criações verbais mais interessantes serão discutidas, além dos vários modos pelos quais uma situação inesperada (em todo o mundo) tem afetado o uso da língua
    corecore