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    IMPACTO DA CONSERVAÇÃO DE SANGUE INTRAOPERATÓRIA NA UTILIZAÇÃO DAS RESERVAS CARDÍACAS: UMA ANÁLISE COMPARATIVA

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    Introdução e objetivo: Uma minoria dos pacientes em cirurgias cardíacas, consomem mais de 80% dos produtos sanguíneos. Devido à alta previsibilidade de sangramento, reservar hemocomponentes e utilizar técnicas alternativas para reduzir transfusões alogênicas. O objetivo desse trabalho, foi avaliar a eficácia da recuperação intraoperatória de sangue na redução de transfusões alogênicas, em cirurgias cardíacas e comparar a utilização de concentrado de hemácias (CH) entre pacientes que usaram ou não a técnica de conservação de sangue intraoperatória. Materiais e métodos: Foi realizado um estudo comparativo com 571 pacientes submetidos a cirurgias cardíacas em dois hospitais de alta complexidade em São Paulo, de junho de 2023 a junho de 2024. Os pacientes foram divididos em dois grupos: Grupo A: 398 pacientes que utilizaram recuperação intraoperatória de sangue e Grupo B: 173 pacientes que não utilizaram a técnica. O estudo avaliou o volume de sangue recuperado e o número de unidades CH reservadas e transfundidas. Os procedimentos incluídos foram revascularização do miocárdio (47,8%), troca valvar (35,2%), correção de defeitos congênitos (6,7%), redirecionamento do fluxo sanguíneo (6,5%) e plastia valvar (3,8%). Resultados: Dos 571 procedimentos, em 398 (69,7%) foi utilizada autotransfusão intraoperatória e em 173 (30,3%) não foi utilizada. O volume médio recuperado foi de 499 ml, com 1,24 unidades recuperadas por procedimento, excluindo 18 casos devido à falta de volume. No Grupo A, foram reservadas 1543 unidades de CH, com 331 (21,4%) transfundidas. No Grupo B, foram reservadas 691 unidades de CH, com 158 (22,8%) transfundidas. No total, foram reservadas 2234 unidades de CH, das quais 489 (21,8%) foram transfundidas. No Grupo A, 246 pacientes (62%) não utilizaram CH durante a internação, e no Grupo B, 99 pacientes (57,2%) não utilizaram CH. O perfil do Grupo A revelou que 378 pacientes (94,9%) tiveram alta médica, 18 (4,5%) foram a óbito e 2 (0,5%) permanecem internados. No Grupo B, 163 pacientes tiveram alta médica, 9 (5,2%) foram a óbito e 1 (0,5%) permanece internado. A faixa etária média foi de 65 anos no Grupo A e 57 anos no Grupo B. Em termos de gênero, o Grupo A teve 30% de pacientes do sexo feminino e 70% do sexo masculino, enquanto o Grupo B teve 22% de pacientes do sexo feminino e 78% do sexo masculino. Ambos os grupos apresentaram um tempo médio de internação de 17 dias. Discussão: O Grupo A apresentou uma menor taxa de utilização de reservas de sangue (21,4% vs. 22,8%) e uma menor taxa de mortalidade em comparação ao Grupo B. Embora o Grupo A seja mais velho, o tempo de internação e a prevalência de sexo masculino foram semelhantes entre os grupos. Mais da metade dos procedimentos em ambos os grupos não usaram CH reservado, reforçando a importância da recuperação intraoperatória em cirurgias cardíacas. Conclusão: A recuperação intraoperatória de sangue foi eficaz na redução da necessidade de transfusões alogênicas em cirurgias cardíacas. O Grupo A, que usou a técnica, apresentou uma taxa menor de utilização de CH (21,4%) e uma menor taxa de mortalidade comparado ao Grupo B (22,8%). Embora as diferenças sejam significativas, a variação no número de pacientes pode influenciar os resultados. São necessários mais estudos para confirmar se essas diferenças são devido à complexidade clínica dos pacientes ou a outros fatores

    PROTOCOLO DE HEMORRAGIA OBSTÉTRICA NO PROGRAMA DE BONS PRINCÍPIOS DE PRÁTICAS MÉDICAS (PBM)

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    Introdução e objetivo: A hemorragia obstétrica é uma das principais causas de mortalidade materna, exigindo uma abordagem eficaz e padronizada para sua prevenção e tratamento. Este trabalho apresenta dados de 2023 em sete maternidades particulares da capital de São Paulo e uma maternidade particular do interior do estado sobre a reserva e transfusão de sangue, para o protocolo de hemorragia obstétrica no âmbito do Programa de Bons Princípios de Práticas Médicas (PBM). Mesmo com uma baixa porcentagem de uso de sangue em todos os atendimentos, seguimos rigorosamente o protocolo, garantindo a segurança e eficácia no atendimento. O objetivo deste trabalho é analisar a conformidade do protocolo de hemorragia obstétrica na reserva e utilização de hemocomponentes, demonstrando a eficiência na gestão de estoque e a adesão ao PBM, bem como a efetividade das ações implementadas para garantir a segurança das pacientes. Materiais e métodos: Os dados foram coletados mensalmente, registrando as solicitações e utilizações de hemocomponentes para o protocolo de hemorragia obstétrica em oito maternidades de São Paulo. Foram considerados: Número total de partos; Número de pacientes inseridas no protocolo hemorrágico obstétrico com tipagem sanguínea e reserva de hemocomponentes; Número de pacientes inseridas no protocolo com reserva de hemocomponentes; Número de pacientes que receberam transfusão. A conformidade das solicitações de reserva de sangue foi verificada em relação ao protocolo estabelecido. Houve envolvimento de equipes de ginecologistas, obstetras, anestesistas e enfermeiros especializados na revisão e aplicação do protocolo. Resultados: Os dados indicam que nas maternidades analisadas, 38,6% dos partos realizados no ano de 2023 entraram no protocolo hemorrágico obstétrico, de acordo com os diagnósticos pré-definidos. Das pacientes que possuíam reserva de sangue, somente 8,55% receberam transfusão, refletindo a eficácia do protocolo na prevenção de hemorragias severas. Discussão: A análise dos dados reforça a importância da adesão ao protocolo de hemorragia obstétrica e ao PBM. A baixa utilização de sangue reflete a eficácia do protocolo em prevenir complicações graves e a capacidade das equipes envolvidas em identificar, prevenir e tratar os casos de risco. A variação de dados encontrados entre as unidades reflete as diferenças entre os perfis de cada hospital. Sem dúvida, o protocolo hemorrágico para as gestantes, o envolvimento e o treinamento contínuo das equipes contribuíram para um estoque adequado de hemocomponentes, atendendo as reservas de sangue solicitadas e evitando atendimentos de extrema urgência. Conclusão: A eficácia do protocolo de hemorragia obstétrica no âmbito do PBM garantiu a eficiência na gestão de hemocomponentes e a segurança das pacientes com risco hemorrágico aumentado. A continuidade do treinamento e a revisão periódica do protocolo são essenciais para manter os altos níveis de conformidade e a qualidade do atendimento
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