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    FEMINISMO NEGRO E PENSAMENTO INTERSECCIONAL: CONTRIBUIÇÕES PARA AS PESQUISAS DAS CULTURAS INFANTIS

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    RESUMO O presente artigo tem por objetivo, a partir do pensamento feminista negro, contribuir com os estudos da produção das culturas infantis, referentes à participação das crianças desde a pequena infância na construção da realidade social, trazendo para a cena as crianças com idade entre 0 a 3 anos, do coletivo infantil de uma creche pública, e as suas reinterpretações a respeito das intersecções entre as práticas racistas e sexistas. Traremos para discussão as crianças pequenininhas, negras e brancas, suas resistências e suas transgressões, que tensionam as hierarquias patriarcais e racistas. Construindo outros modos de se viver no mundo, por meio de suas brincadeiras, elas lançam outros olhares para as relações vigentes na sociedade e desafiam o poder adultocêntrico que pretende calá-las

    Regulation policies, research and pedagogy in child education, first step of the basic education

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    This paper describes the trajectory of kindergarten and pre-school until the 1966 Brazilian Education Basic Tenets Law (LDB) transformed them into the child education institution responsible for the first phase of basic education. It shows that the attempts to articulate research, policies and pedagogical practices ensured progress and innovation in this area, which have been building a child pedagogy involved in guaranteeing, at the municipal level, the right to education of the 0-6 year olds. Still a new area in education, it suffers pressures that may lead to a retroversion, as is the case nowadays. Eluding conclusions, this text highlights that the transgression implemented by a child education giving life to a childhood that extends to the first grades practically hinders nationally integrated policies. This is also the case in Italy, where 0-3 year olds education in kindergarten is not free and where a government fell, in 1968, when people wanted free pre-school.Como fazer um mapa durante um terremoto, este artigo refaz as trajetórias pelas quais passaram creche e pré-escola, até tornarem-se, pela LDB de 1996, instituições de educação infantil responsáveis pela primeira etapa da educação básica. Mostra também que as tentativas de articulação entre pesquisa, política e prática pedagógica garantiram avanço e inovação na área, que vem construindo a Pedagogia da Infância e se empenha em garantir, pela esfera municipal, o direito à educação das crianças de 0 a 6 anos. Enquanto área muito jovem da educação, acaba sofrendo pressões que podem levar a um retrocesso, como o que vem ocorrendo no momento no Brasil. Sem concluir, o texto permite constatar a transgressão instalada pela educação infantil que, ao dar vida a uma infância que continua nas séries iniciais, torna-se o grande impedimento para uma política nacional integrada para a infância.1013103

    A luta pela terra e experiência de infância em um acampamento de reforma agrária

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    This paper aims to comprehend the way through which the Landless Kids from the camp Elizabeth Teixeira in Limeira-SP, besides witness subjects, are seen by the researcher as protagonists of the struggle for land. The research had as space and time of observation the educative activities at Ciranda Infantil, between 2010 and 2014. The land was occupied in April 2017, they were violently evicted on November same year and returned to reoccupy the land on December. The children have experienced this entire process. They bring along such elements and memories that turn into games at Ciranda Infantil. With the process of internal reorganization of the area, Ciranda Infantil has become one of the few living spaces of the camp children’s collective. A place where most children could meet each other, play, discuss, learn, produce peer cultures participate in the construction of social reality. The questions of this article come from the educative and investigative work carried out by the one of the authors with the Landless Kids in an agrarian reform camp. The processes experienced by the children are the focus of this text that, from the observations and reports made from the researcher’s ethnographic exercise on the activities with the children, bespeaks the children’s points of view, allowing them to talk about themselves and their childhood experiences at the camp, as well as about the possibilities of transforming the reality in which they live, the fight for rights and their constitution as subjects and protagonists of the history and struggle for land.O presente texto tem como objetivo compreender a maneira pela qual as crianças Sem Terrinha do acampamento Elizabeth Teixeira, em Limeira-SP, além de sujeitos testemunhas passam a ser protagonistas da luta pela terra. A pesquisa teve como espaço e tempo de observação as atividades educativas da Ciranda Infantil, entre 2010 e 2014. A terra foi ocupada em abril de 2007, foram despejados/as violentamente em novembro do mesmo ano e voltaram a reocupar a terra em dezembro. As crianças vivenciaram todo esse processo. Elas trazem esses elementos e memórias que se transformam em brincadeiras na Ciranda Infantil. Com o processo de reorganização interna da área, a Ciranda Infantil tornou-se um dos poucos espaços de vivência do coletivo infantil do acampamento. Lugar em que a maioria das crianças podiam se encontrar, brincar, discutir, aprender, produzir as culturas infantis participando da construção da realidade social. As questões deste artigo são provenientes do trabalho educativo e investigativo realizado pelo autor com as crianças Sem Terrinha em um acampamento de reforma agrária. Os processos vivenciados pelas crianças são foco deste texto que, a partir das observações e relatos das atividades com as crianças proveniente do exercício etnográfico do pesquisador, coloca em evidência os seus pontos de vista, possibilitando falarem de si e de suas experiências de infância no acampamento, assim como das possibilidades de transformação da realidade em que vivem, da luta por direitos e de sua constituição como sujeitos e protagonistas da história e da luta pela terra

    Apresentação Especial: uma femenagem à grande Lisete Arelaro

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    Special Presentation: a femmage to the great Lisete ArelaroPresentación Especial: una femenaje a la gran Lisete ArelaroApresentação Especial: uma femenagem à grande Lisete Arelar

    Manifesto (des)educado: profanações pós-coloniais

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    O presente artigo busca problematizar, a partir do pensamento pós colonialista, a obrigatoriedade da matrícula de crianças com quatro e cinco anos de idade na primeira etapa da educação básica. Portanto, defendemos ideias contrárias aos movimentos que legitimam o processo de escolarização na educação infantil, inserindo as crianças desde pequenas no tempo, na lógica e na dinâmica do sistema capitalista, e que corrobora para o projeto de colonização fundamentado no epistemicídio dos saberes considerados subalternos. Buscamos a construção de epistemologias e pedagogias descolonizadoras brasileiras, questionando os valores historicamente herdados da Europa ocidental e as relações hierárquicas da produção de conhecimentos

    As culturas infantis interrogam a formação docente: tessituras para a construção de pedagogias descolonizadoras

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    O presente artigo tem como objetivo problematizar de que modo o reconhecimento das culturas infantis possibilita repensar os modelos canônicos de exercer a docência na educação infantil, tomando como ponto de partida o desvelamento das vivências de crianças negras e não negras, nas creches e pré-escolas, e em uma casa de candomblé. Trata-se de um estudo qualitativo com interlocução crítica entre os estudos pós-colonialistas, as relações étnico-raciais e a pedagogia da infância. Para tanto, partimos das tensões entre o marxismo e o pensamento pós-colonialista, procurando apresentar aportes e possibilidades de construções de pedagogias descolonizadoras que tenham como gênese a intempestividade das infâncias. Os resultados apontam para a necessidade de construção de pedagogias que propiciem a escuta das diferentes infâncias na educação infantil e que possibilitem ouvir o que as crianças pequenininhas e pequenas querem dizer, com suas diferentes linguagens, assim como a possibilidade de estabelecer relações entre os princípios da cosmologia de mundo yorubá, oralidade, ancestralidade e corporalidade com o parecer CNE/CP/03/2004, que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, bem como com o parecer CNE/CB/20/2009, que estabelece Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Neste contexto, lançamos um convite à construção de pedagogias descolonizadoras que colaborem para a equidade na educação infantil e inspirem novas políticas públicas de superação do racismo e de distorções que transformam diferenças em desigualdades.Palavras-chave: Educação Infantil. Culturas Infantis. Relações Raciais. Criança Pequena. Infâncias

    A pesquisa com/sobre/para crianças - descolonizando o olhar e a escuta: uma conversa com Ana Lúcia Goulart de Faria

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    The text presents the speech of the PhD Professor Ana Lúcia Goulart de Faria performed in the Special Seminary: Reflexividade(s) e ação social: ponderações à pesquisa sobre socialização e individuação [Reflexibility(ies) and social action: ponderations to research about socialization and individualization], promoved by the Federal University of Rio Grande do Sul Post-Graduation Program (PPGEDU/UFRGS) and the Federal University of Santa Maria Post-Graduation program (PPGE/UFSM).The meeting performed in october, 21st, 2021 had as theme: “The research with children descolonizing the look and the listening” and it was broadcasted by social medias from UFRGS. The dialogue begun from the debrief: in which moment and how the concept of descolonization has turned a question for the researches. The researcher Ana Lúcia Goulart de Faria coordinates the segment Peer Culture from Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação e Diferenciação Sóciocultural (GEPEDISC culturas infantis) da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). From the question and throught others that will be presented the Professor developed her arguments expressing how the notion of descolonization (her doctorate degree in 1994 so focused in the Macunaímica Pedagogy) since the conditions for it construction as concept and as process, contributed and contributes in the research with children.O texto apresenta a fala da Professora Drª Ana Lúcia Goulart de Faria realizada no Seminário Especial “Reflexividade(s) e ação social: ponderações à pesquisa sobre socialização e individuação”, promovido pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGEDU/UFRGS) e Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Maria (PPGE/UFSM). O encontro realizado em 21 de outubro de 2021 teve como tema: “A pesquisa com crianças descolonizando o olhar e a escuta” e foi transmitido via redes sociais da UFRGS. O diálogo partiu da questão: em que momento e como o conceito de descolonização se tornou uma questão para as pesquisas. A pesquisadora Ana Lúcia Goulart de Faria coordena a linha Culturas Infantis do Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação e Diferenciação Sóciocultural (GEPEDISC) da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). A partir da questão e através de outras que serão apresentadas a Professora desenvolveu seus argumentos expressando como a noção de descolonização (seu doutorado em 1994 então focado na Pedagogia Macunaímica) desde as condições para sua constituição como conceito e como processo, contribuiu e contribui na pesquisa com criança
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