71 research outputs found

    Performance para uma voz concentrada em seu corpo

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    Diafragma, pulmões, traquéia, laringe, cordas vocais, nariz, boca, língua, lábios, lastros-lacunas de mundo, ouvidos de quem? Em que lugar do corpo a voz se concentra? Em que lugar da voz, o corpo se concentra em ar, som, silêncio? Em que lugar do mundo, concentrados (descentrados?) o som, a voz, o corpo, o corpo da voz? Em que lugar do som, o timbre, a intensidade, a altura da voz em um corpo, outro, inumano, que se con(des)centra para dizer aquele, humano, o mesmo, porém não mais igual; aquele que permite-permitiu a passagem, a ressonância, a emissão ou, ao contrário, aquele que se fez passar, ressoar, emitir, permitido pela voz e/ou como voz

    ESCRITO SOBRE A MINHA CARA

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    O desafio consiste em escrever sobre um rosto, o meu , quando a preposição sobre -- no sentido de a respeito de -- pode inicialmente implicar um distanciamento, um estar fora da cara para vê-la, reconhecê-la, pensá-la. Mas, apartada de mim, como ainda chamar minha esta cara que só posso pensar sendo-a? O mesmo é ser e pensar , disse e ainda diz certa voz originária. Em busca desse mesmo e desse é , entreolham-se eu e meu espelho. Vetores de força interpelam-se entre o que os olhos vêem e o que a boca diz a respeito do que vejo. Na possível -- e sutil -- fenda entre ver e dizer, rascunha-se uma completa afinidade ou instável negociação? Ver já é... pensar!? Dizendo, também não penso? O pensamento emerge nesse hiato, nesse interstício dos verbos, na iminência e eminência de qualquer ação? Não obstante, só posso pensar e ver o meu rosto, porque, antes e sobretudo, ele está diante de mim. Porque, primordialmente, já estou projetado. Sou um percebido antes e no momento de perceber. Antes de minha consciência e antes do reflexo, existimos eu e meu rosto

    A poética do olhar em Tanussi Cardoso: um exercício do corpo inteiro

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    Procurar e encontrar na poesia do brasileiro -- e carioca -- Tanussi Cardoso a causa admirável de nossa admiração é seguir este percurso de forças e graças: rasurar as fronteiras entre o poético e o pensante, na medida em que refletir sobre a linguagem é deixar também que ela -- a linguagem -- sobre nós se reflita. E se refrate, nos refrate, fazendo-nos dela pensadores. E poetas. Críticos-poetas , na linguagem e da linguagem indiscerníveis, numa via que será sempre de mão dupla, já que, ainda com Valéry, todos os verdadeiros poetas são necessariamente críticos de primeira ordem

    AQUECIMENTOS PARA POESIAVIDACORPO

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    HaÌ um momento em que não eÌ possiÌvel definir prazos para a escrita. Todas as datas estipuladas por terceiros se tornam segundas. Em segundo plano, todos os projetos -- de dias, de tardes, de noites e horaÌrios e lugares e leÌxicos -- tornados dejetos do que não se cumpre. Antes que eu ou tu decidas a hora exata em que o pensamento se faraÌ tecido sobre a paÌgina, a escrita, ela mesma, teraÌ feito sua escolha por mim ou por ti, elegendo-nos a alguma costura, inexata, do que tão logo se desfia.

    Exu: Retóricas e poéticas

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    O que nos traz à fala, aqui, é Exu. Não apenas porque Exu é a nossa questão, mas porque só podemos questionar o que já nos assediou, já se nos impôs -- se interpôs -- para ser questionado e na medida em que tal assédio, tal interposição, tal intermediação é o próprio Exu: a palavra mítica da possibilidade humana de realização da vida como questão. Exu: o mito da palavra como realização das possibilidades de pergunta e resposta no acontecer dos caminhos e, logo, o mito/a palavra da errância, do atravessamento, do através do qual viemos a ser na e a encruzilhada (orita, em iorubá) -- o fazer histórico do homem, através do qual liberdade e destino se reconhecem

    Poética do palavrão: corpo e amor

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    Homens de palavrão, de palavra encorpada: esses são os poetas. Nem sujeitos, nem objetos, todos eles brothers da interjeição. No palavrão, qual a grandeza da palavra? Será sagrado o que ela tem de profano? Na fala cotidiana, a mais promíscua e ordinária, a terceira margem da voz devolve ao já tão dito e difundidoo raro, o virgem e o extraordinário -- Vidaputa que nos pariu! Questão de amor: tudo que se encorpa ama perder corpo. Tudo o que dá na cara ama quebrar a cara. Heráclito que o diga, tá ligado

    Indústrias criativas : um mapeamento da produção científica nacional

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    As indústrias criativas são um segmento das indústrias como um todo e estudos a respeito delas são feitos, uma vez que a sua quantidade vem crescendo cada vez mais, aumentando a economia e influenciando e a sociedade de maneira positiva. Este trabalho busca mapear as características centrais da produção científica sobre o tema, através da leitura de artigos científicos publicados nos últimos anos. Para isso uma pesquisa bibliográfica foi realizada, analisando 21 textos no total, obtidos no site de periódicos CAPES. Também busca-se verificar quais são os métodos de pesquisa científica que são mais utilizados, assim como as áreas de conhecimento dos periódicos que publicam tais pesquisas e onde eles se encontram. Também procura-se definir o conceito de indústria criativa, a partir dos conceitos abordados nos trabalhos, bem como de bibliografia complementar, além de segmentar e verificar quais são os segmentos mais estudados no Brasil e as principais conclusões que cada um dos trabalhos chegou a obter e assim apontar sugestões para estudos futuros, como por exemplo realizar pesquisas nos demais estados brasileiros, de forma a diversificar os locais

    Por uma holística da vida: Caio Meira e a poesia como corporeidade

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    Na moldura de uma linha de pesquisa intitulada “Poesia e Pensamento”, trazemos à baila da área de Poética a poesia de um autor contemporâneo, Caio Meira. Uma literatura academicamente virgem, prenhe da espera pelo desafio e sedução que configuram o penetrar a pele do ainda casto. Desafio e sedução de penetrar uma poesia que, na alusão ao corpo e à vida -- aqui também referenciados pelos vocábulos “virgem”, “prenhe”, “penetrar”, “pele”, “casto” -- abre caminho para um projeto que os entrecruze poeticamente. Que os entrecruze com a complexa dinâmica do fazer poético. Vida. Corpo. Poesia. A dinâmica aqui ensejada vem retirar esses pontos finais, a finalidade dos pontos, os estancamentos entre cada um desses três universos, posto que o universo é, na redundância que nos chega necessária, uno, única linha. Um uni-verso, uma poética de unificações é o que enseja o poeta goiano Caio Meira, na qual poesiavidacorpo escrevem-se juntos, em uma indiscernibilidade que dispensa o uso de hífens para abdicar de qualquer fronteira

    O papel dos macrófagos de perfil M2 no processo de metástase tumoral associado à inflamação crônica: The role of M2 profile macrophages in the process of tumor metastasis associated with chronic inflammation

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    Macrófagos se mostram como os leucócitos mais abundantes em biópsias tumorais, destacando seu papel na tumorigênese e sua participação no processo de metástase, principalmente aqueles de perfil M2. Dessa forma, o objetivo no presente trabalho foi esclarecer os mecanismos pelos quais esses imunócitos influenciam nesse processo. Para isso, foi realizada uma revisão de literatura utilizando os termos “neoplasias, macrófagos e metástase” nas plataformas PubMed e Scielo. Foram selecionados 81 artigos publicados entre os anos de 1989 e 2019. Por fim, constatou-se a participação dos macrófagos M2 tanto na formação de tumores diante de um microambiente inflamatório como no estabelecimento e manutenção de nichos metastáticos
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