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Performance para uma voz concentrada em seu corpo
Diafragma, pulmões, traquéia, laringe, cordas vocais, nariz, boca, língua, lábios, lastros-lacunas de mundo, ouvidos de quem? Em que lugar do corpo a voz se concentra? Em que lugar da voz, o corpo se concentra em ar, som, silêncio? Em que lugar do mundo, concentrados (descentrados?) o som, a voz, o corpo, o corpo da voz? Em que lugar do som, o timbre, a intensidade, a altura da voz em um corpo, outro, inumano, que se con(des)centra para dizer aquele, humano, o mesmo, porém não mais igual; aquele que permite-permitiu a passagem, a ressonância, a emissão ou, ao contrário, aquele que se fez passar, ressoar, emitir, permitido pela voz e/ou como voz
ESCRITO SOBRE A MINHA CARA
O desafio consiste em escrever sobre um rosto, o meu , quando a preposição sobre -- no sentido de a respeito de -- pode inicialmente implicar um distanciamento, um estar fora da cara para vê-la, reconhecê-la, pensá-la. Mas, apartada de mim, como ainda chamar minha esta cara que só posso pensar sendo-a? O mesmo é ser e pensar , disse e ainda diz certa voz originária. Em busca desse mesmo e desse é , entreolham-se eu e meu espelho. Vetores de força interpelam-se entre o que os olhos vêem e o que a boca diz a respeito do que vejo. Na possível -- e sutil -- fenda entre ver e dizer, rascunha-se uma completa afinidade ou instável negociação? Ver já é... pensar!? Dizendo, também não penso? O pensamento emerge nesse hiato, nesse interstício dos verbos, na iminência e eminência de qualquer ação? Não obstante, só posso pensar e ver o meu rosto, porque, antes e sobretudo, ele está diante de mim. Porque, primordialmente, já estou projetado. Sou um percebido antes e no momento de perceber. Antes de minha consciência e antes do reflexo, existimos eu e meu rosto
A poética do olhar em Tanussi Cardoso: um exercício do corpo inteiro
Procurar e encontrar na poesia do brasileiro -- e carioca -- Tanussi Cardoso a causa admirável de nossa admiração é seguir este percurso de forças e graças: rasurar as fronteiras entre o poético e o pensante, na medida em que refletir sobre a linguagem é deixar também que ela -- a linguagem -- sobre nós se reflita. E se refrate, nos refrate, fazendo-nos dela pensadores. E poetas. Críticos-poetas , na linguagem e da linguagem indiscerníveis, numa via que será sempre de mão dupla, já que, ainda com Valéry, todos os verdadeiros poetas são necessariamente críticos de primeira ordem
AQUECIMENTOS PARA POESIAVIDACORPO
HaÌ um momento em que não eÌ possiÌvel definir prazos para a escrita. Todas as datas estipuladas por terceiros se tornam segundas. Em segundo plano, todos os projetos -- de dias, de tardes, de noites e horaÌrios e lugares e leÌxicos -- tornados dejetos do que não se cumpre. Antes que eu ou tu decidas a hora exata em que o pensamento se faraÌ tecido sobre a paÌgina, a escrita, ela mesma, teraÌ feito sua escolha por mim ou por ti, elegendo-nos a alguma costura, inexata, do que tão logo se desfia.
Exu: Retóricas e poéticas
O que nos traz à fala, aqui, é Exu. Não apenas porque Exu é a nossa questão, mas porque só podemos questionar o que já nos assediou, já se nos impôs -- se interpôs -- para ser questionado e na medida em que tal assédio, tal interposição, tal intermediação é o próprio Exu: a palavra mítica da possibilidade humana de realização da vida como questão. Exu: o mito da palavra como realização das possibilidades de pergunta e resposta no acontecer dos caminhos e, logo, o mito/a palavra da errância, do atravessamento, do através do qual viemos a ser na e a encruzilhada (orita, em iorubá) -- o fazer histórico do homem, através do qual liberdade e destino se reconhecem
Poética do palavrão: corpo e amor
Homens de palavrão, de palavra encorpada: esses são os poetas. Nem sujeitos, nem objetos, todos eles brothers da interjeição. No palavrão, qual a grandeza da palavra? Será sagrado o que ela tem de profano? Na fala cotidiana, a mais promíscua e ordinária, a terceira margem da voz devolve ao já tão dito e difundidoo raro, o virgem e o extraordinário -- Vidaputa que nos pariu! Questão de amor: tudo que se encorpa ama perder corpo. Tudo o que dá na cara ama quebrar a cara. Heráclito que o diga, tá ligado
Indústrias criativas : um mapeamento da produção científica nacional
As indústrias criativas são um segmento das indústrias como um todo e estudos a respeito delas são feitos, uma vez que a sua quantidade vem crescendo cada vez mais, aumentando a economia e influenciando e a sociedade de maneira positiva. Este trabalho busca mapear as características centrais da produção científica sobre o tema, através da leitura de artigos científicos publicados nos últimos anos. Para isso uma pesquisa bibliográfica foi realizada, analisando 21 textos no total, obtidos no site de periódicos CAPES. Também busca-se verificar quais são os métodos de pesquisa científica que são mais utilizados, assim como as áreas de conhecimento dos periódicos que publicam tais pesquisas e onde eles se encontram. Também procura-se definir o conceito de indústria criativa, a partir dos conceitos abordados nos trabalhos, bem como de bibliografia complementar, além de segmentar e verificar quais são os segmentos mais estudados no Brasil e as principais conclusões que cada um dos trabalhos chegou a obter e assim apontar sugestões para estudos futuros, como por exemplo realizar pesquisas nos demais estados brasileiros, de forma a diversificar os locais
Por uma holística da vida: Caio Meira e a poesia como corporeidade
Na moldura de uma linha de pesquisa intitulada “Poesia e Pensamento”, trazemos à baila da área de Poética a poesia de um autor contemporâneo, Caio Meira. Uma literatura academicamente virgem, prenhe da espera pelo desafio e sedução que configuram o penetrar a pele do ainda casto. Desafio e sedução de penetrar uma poesia que, na alusão ao corpo e à vida -- aqui também referenciados pelos vocábulos “virgem”, “prenhe”, “penetrar”, “pele”, “casto” -- abre caminho para um projeto que os entrecruze poeticamente. Que os entrecruze com a complexa dinâmica do fazer poético. Vida. Corpo. Poesia. A dinâmica aqui ensejada vem retirar esses pontos finais, a finalidade dos pontos, os estancamentos entre cada um desses três universos, posto que o universo é, na redundância que nos chega necessária, uno, única linha. Um uni-verso, uma poética de unificações é o que enseja o poeta goiano Caio Meira, na qual poesiavidacorpo escrevem-se juntos, em uma indiscernibilidade que dispensa o uso de hífens para abdicar de qualquer fronteira
O papel dos macrófagos de perfil M2 no processo de metástase tumoral associado à inflamação crônica: The role of M2 profile macrophages in the process of tumor metastasis associated with chronic inflammation
Macrófagos se mostram como os leucócitos mais abundantes em biópsias tumorais, destacando seu papel na tumorigênese e sua participação no processo de metástase, principalmente aqueles de perfil M2. Dessa forma, o objetivo no presente trabalho foi esclarecer os mecanismos pelos quais esses imunócitos influenciam nesse processo. Para isso, foi realizada uma revisão de literatura utilizando os termos “neoplasias, macrófagos e metástase” nas plataformas PubMed e Scielo. Foram selecionados 81 artigos publicados entre os anos de 1989 e 2019. Por fim, constatou-se a participação dos macrófagos M2 tanto na formação de tumores diante de um microambiente inflamatório como no estabelecimento e manutenção de nichos metastáticos
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