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    A VIOLÊNCIA, SEGUNDO RENÉ GIRARD, NOS RELATOS DE CAIM E ABEL, SACRIFÍCIO DE ISAAC E JOSÉ DO EGITO

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    A Sagrada Escritura é peculiar no tratamento do tema violência, afirma René Girard (1923-2015). Segundo ele os textos bíblicos defendem as vítimas e denunciam a violência sobre elas; diferente das mitologias que justificam a perseguição e condenação das vítimas. Na Bíblia, para Girard, Deus não é aliado da violência como mostram, de início, três textos do livro de Gênesis: Caim e Abel (4, 1-24), Sacrifício de Isaac (22, 1-19), e José do Egito (37-50). O objetivo deste artigo é apresentar a leitura girardiana destes textos bíblicos, que mostram o registro do assassinato fundador (Caim e Abel); o vestígio dos sacrifícios humanos (Sacrifício de Isaac) e as etapas do ciclo mimético da violência: perseguição e morte-expulsão da vítima (José do Egito). A metodologia adotada é a pesquisa bibliográfica a partir das obras de Girard que tratam sobre o tema da violência e sua interpretação bíblico-teológica, concernente aos textos citados do livro de Gênesis, com o auxílio de um comentador das obras de René Girard, dos verbetes de um dicionário bíblico e diretamente dos textos bíblicos. Concluímos que é fundamental aprofundar o conhecimento de como a Sagrada Escritura trata o tema da violência, determinante para a práxis cristã na atualidade.  

    Cristianismo e violência. Contribuições teológicas a partir de René Girard

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    O presente artigo discute três tópicos específicos do pensamento de René Girard, a saber: teoria mimética e desejo; Sagrada Escritura e as vítimas da violência; vocação cristã e denúncia da violência. Para isso, definimos como objeto de investigação Cristianismo e violência, a partir da teoria sobre o mecanismo da vítima expiatória, proposta nos livros Mentira Romântica e Verdade Romanesca, e também A Violência e o Sagrado, desenvolvida nos livros Coisas ocultas desde a Fundação do Mundo e Eu via Satanás caindo como um relâmpago. A metodologia consistiu no exame das obras, a fim de identificar questões centrais, definição e articulação dos conceitos propostos, a hipótese, sua demonstração e as críticas tecidas pelo autor. Girard apreende a violência humana como elemento desagregador da vida em sociedade, a qual exige mecanismos de controle inseridos no âmbito do sagrado e da religião. A teoria desse autor oferece uma contribuição para o debate pós-secular sobre a religião. Ele inaugura novas discussões entre a teologia e as ciências sociais e humanas, dando uma nova clareza às questões referentes ao embasamento antropológico da teologia. Propõe uma abordagem nova à doutrina da expiação e oferece interpretações signifi cativas de textos bíblicos centrais. Considera a Bíblia peculiar, no tocante ao tratamento das vítimas da violência, pois se diferencia das narrativas míticas. Nas Escrituras, a violência e o sacrifício não são absolutos, e não vêm de Deus; os seres humanos atribuem a Ele. A vocação cristã é a preocupação com as vítimas das violências e a defesa delas, assim como Jesus fez

    Violência mitoeconômica e a urgência do testemunho cristão

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    O presente artigo desenvolve uma reflexão acerca do tema violência aplicado à realidade econômica da sociedade. O sistema econômico dominante na atualidade procura ludibriar as pessoas na forma como estas vendem sua força de trabalho, fazendo-as aceitar os métodos abusivos de exploração do trabalho, violentando o sentido mais fundamental do trabalho, que é a relação que o ser humano estabelece com a natureza e a partir dela produz meios e sentidos para a própria existência. A ilusão produzida no sistema capitalista assemelha-se às narrativas míticas nas tribos primordiais que camuflavam pelos ritos sacrificiais a violência sobre as vítimas escolhidas para imolação, conceito este desenvolvido por René Girard ao tratar do desejo mimético (imitativo). O próprio sistema capitalista é mimético na busca desenfreada pelo lucro, investindo violentamente na tomada de posse do resultado da produção, alienando os trabalhadores, donos da força de trabalho. Neste contexto se inserem a fé e a missão cristã de denunciar a violência e superar os discursos legitimadores da violência econômica, partindo da própria Escritura Sagrada, que é defensora das vítimas injustiçadas e desautoriza a violência obscurecida pelas narrativas míticas e seus discursos correlatos conforme a reflexão girardiana
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