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MÚSICA, PESQUISA e INFÂNCIA: cantorias do Repente
O presente artigo reflete sobre a pesquisa de música com crianças, destacando a processualidade inventiva do pesquisador como uma necessidade emergente. Apresenta dois pontos de escuta considerados no trabalho investigativo da autora, quando intencionalmente pretendeu constituir modos improvisados de fazer pesquisa, escutando a música das crianças na escola. Dentro do campo da Sociologia da Infância, destaca o barulhar como a música das crianças e a paisagem sonora enquanto cenário institucionalizado da ação infantil, revelando dois pontos de escuta para movimentar a reflexão acerca do processo investigativo de música com crianças e na infância.
Palavras-chave: pesquisa de música com crianças; culturas infantis e música; paisagem sonora escolar
Educação musical na formação de professores dos cursos de graduação em pedagogia gaúchos : escuta e criação na experiência de barulhar
O pesquisa investiga a educação musical presente na formação de professores dos Cursos de Graduação em Pedagogia Gaúchos, na especificidade da educação infantil. Dentro de uma abordagem qualitativa e quantitativa, parte da legislação relativa a essa formação (BRASIL, 2008; 2016a, 2016b) e da constituição do Grupo de Discussão Operativo (GATTI, 2010), nomeado Ateliê Poético, para colher os referentes da ação docente. O mapeamento quantitativo conclui que 13,8% das instituições de ensino superior gaúchas oferecem o ensino de música na formação de professores, enquanto para 51,3% dessas instituições a música aparece de forma polivalente: Artes-brincar. A escuta investigativa indica que temos diferentes realidades dentro de cada uma das instituições de ensino superior gaúchas que precisam ser compreendidas no contexto singular e global, deslocando a subalternidade hierárquica disciplinar do ensino de música ainda marcado por traços de colonialidade e trajetórias de epistemicídios musicais e exclusões (QUEIROZ, 2014). O fortalecimento do cenário educativo compreende que o processo de formação de professores não se limita apenas ao caráter mandatário de diretrizes curriculares, mas também exige o exercício contínuo de um coletivo de discussão que articule e aprofunde política e pedagogicamente o intenso movimento entre o que a realidade ensina na experiência com o mundo e o que se aprende na interação argumentativa. A resistência e o deslocamento dessas concepções exigem conceber que a música é para todos, potência ordinária da vida cotidiana oferecida e ampliada na com-vivência da música em estado de encontro. Ao viver os processos de escuta e de criação musical, desde a ludicidade, a experiência de barulhar habita a pedagogia como gesto poético de linguagem para sublinhar a composição da docência e da infância na experiência de estar à escuta como modo estésico de coexistir no mundo. O valor pedagógico da imaginação irrompe na formação de professores para dar-se a ver o lúdico, o sensível, o profundo e o singular intrínsecos na vida cotidiana escolar que oferecem às crianças e que têm o privilégio de vivenciar. Ressonâncias e reverberações do “som do sentido” narradas por três professoras da rede pública municipal de educação infantil como partição e partilha; gestos poéticos provocadores do movimento de saberes e fazeres da música na pedagogia.This project has as its objective to inquire the musical education during early childhood teachers’ formation in pedagogy in the state of Rio Grande do Sul, Brazil. Drawing from a qualitative and quantitative approach, the fieldwork addresses the legislation on childhood education (BRASIL, 2008; 2016a, 2016b) and the constitution of an Operative Discussion Group (GATTI, 2010) called Ateliê Poético. The quantitative mapping has concluded that 13,8% of Rio Grande do Sul’s high education institutions offer musical education in their pedagogy courses, while 51,3% of these institutions consider music as a polyvalent formation called “arts-playing”. The investigative listening has indicated that we have different realities inside these institutions that need to be understood in singular and global context, shifting the hierarchical disciplinary subalternity of music teaching marked by colonial traces and musical epistemicides and exclusions (QUEIROZ, 2014). The strength of the educational scenery is based on a teacher formation process that is not limited only to its mandatory curriculum guidelines. It also demands the continuum exercise of a collective discussion that articulates politically and pedagogically the intense movement between what reality teaches during the experience of the world and what is learnt during argumentative interaction. The shifting of these conceptions demands a conception that music is for all, an everyday life ordinary potency offered and amplified in the co-existence of music in a state of encounter. When we live the hearing and musical creation processes, from a ludic standpoint, the barulhar (noising) inhabits pedagogy as a language’s poetic gesture to highlight teaching and childhood composition in the experience of estar à escuta (being on the listening/hearing) as a aesthetic mode to coexist in the world. The pedagogical value of imagining emerges in teacher formation process to shed light over the ludic, the sensible, the deep and the singular in school everyday life. Resonance and reverberations of the “som sentido” (sound felt) narrated by three municipal public early childhood teachers as partição e partilha (score and sharing), as poetic gestures that set in movement knowledges and practices of music in pedagogy
MÚSICA, PESQUISA e INFÂNCIA: cantorias do Repente
: This paper considers the research on music with children, pointing out the emergent need of the researcher’s inventive processuality. It presents two listening points considered in the author’s research when she intentionally intended to develop improvised ways of building the research by listening to the music of children in school. Considering the field of Children Sociology, noising is highlighted here as children's music whereas the sounding landscape is indicated as the institutionalized scenario of children’s actions, revealing two listening points to develop the reflection about the research process in music with children and in childhood.
Key words: research in music with children; children cultures and music; school sounding landscapeO presente artigo reflete sobre a pesquisa de música com crianças, destacando a processualidade inventiva do pesquisador como uma necessidade emergente. Apresenta dois pontos de escuta considerados no trabalho investigativo da autora, quando intencionalmente pretendeu constituir modos improvisados de fazer pesquisa, escutando a música das crianças na escola. Dentro do campo da Sociologia da Infância, destaca o barulhar como a música das crianças e a paisagem sonora enquanto cenário institucionalizado da ação infantil, revelando dois pontos de escuta para movimentar a reflexão acerca do processo investigativo de música com crianças e na infância.
Palavras-chave: pesquisa de música com crianças; culturas infantis e música; paisagem sonora escolar
PROIBIDO NÃO TOCAR: UMA INSTALAÇÃO SONORA NA ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL
Relato de Experiência
Made in score : sounding Word as an educational poetic gesture
O artigo emerge de inquietações epistemológicas, éticas e políticas em torno da ampla tendência de desconsiderar na educação de bebês e crianças pequenas o fenômeno do corpo sensível como fonte primeira de sentidos e significados que nos instalam no mundo. Projeto educativo que objetiva fazer da palavra sonora força de utilidade produtiva em detrimento de sua potência de partitura, aquela que cotidianamente aprende a ser-com no ato de com-partilhar as experiências fundamentais da vida. Como resistência, o texto reivindica maior atenção educativa à dimensão poética de linguagem ao destacar a palavra sonora como gesto que habita o corpo para ressoar sentidos e produzir modos de co-existir no mundo. A aproximação fenomenológica entre música e artes, como indivisibilidade do gesto poético de tocar a educação, desde a filosofia, permite compreender a palavra sonora como narrativa lúdica de movimento que ocupa espaço e solicita tempo para reter a dimensão musical da linguagem feito partitura. Aqui, o gesto poético da palavra sonora toca a pele de crianças e adultos para materializar a linguagem: suas feituras. Potência humana de pensamento constitutiva de mundanos trajetos compartilhados por constituírem narrativas que acolhem o gesto lúdico de fazer soar e ressoar a palavra no fascínio e na fabulação dos encontros.The paper emerges from epistemological, ethical and political uneasiness and concerns on the tendency to disregard the sensitive body as fundamental source of senses and meanings that set us in the world during babies’ and early childhood education. This educational project that seeks to make the sounding word as a productive force at the expense of its score potency. A potency that learn everyday to be-with in the act of sharing fundamental life experiences. As resistance, the paper claims more attention to the poetic dimension of language highlighting the sounding word as a gesture that inhabits the body to resound sense and to make modes of co-exist in the world. Here, the sounding word’s poetic gesture of touching education, from a philosophical standpoint, allows to understand the sounding word as ludic narrative of movement that occupy space and demands time to retain de musical dimension of language made into score. We argue that the sounding word’s poetic gesture touches children and adults’ skin in order to materialize language. Human thought potency constituent of shared mundane trajectories because they make language that welcome the ludic gesture of making sound the word amidst the fascination and fabulation of encounters
Feito partitura: palavra sonora como gesto poético de educar
O artigo emerge de inquietações epistemológicas, éticas e políticas em torno da ampla tendência de desconsiderar na educação de bebês e crianças pequenas o fenômeno do corpo sensível como fonte primeira de sentidos e significados que nos instalam no mundo. Projeto educativo que objetiva fazer da palavra sonora força de utilidade produtiva em detrimento de sua potência de partitura, aquela que cotidianamente aprende a ser-com no ato de com-partilhar as experiências fundamentais da vida. Como resistência, o texto reivindica maior atenção educativa à dimensão poética de linguagem ao destacar a palavra sonora como gesto que habita o corpo para ressoar sentidos e produzir modos de co-existir no mundo. A aproximação fenomenológica entre música e artes, como indivisibilidade do gesto poético de tocar a educação, desde a filosofia, permite compreender a palavra sonora como narrativa lúdica de movimento que ocupa espaço e solicita tempo para reter a dimensão musical da linguagem feito partitura. Aqui, o gesto poético da palavra sonora toca a pele de crianças e adultos para materializar a linguagem: suas feituras. Potência humana de pensamento constitutiva de mundanos trajetos compartilhados por constituírem narrativas que acolhem o gesto lúdico de fazer soar e ressoar a palavra no fascínio e na fabulação dos encontros
Creative practices in teachers formation : composing conversations
Ao tematizar as práticas criativas na for-mação de professores, o artigo destaca um aspecto emergente na investigação Educação musical na formação de pro-fessores dos cursos de Graduação em Pedagogia gaúchos: escuta e criação na experiência de barulhar (LINO, 2020a). As análises quantitativa e qualitativa da pes-quisa de campo constatam o reduzido es-paço do ensino de música como disciplina curricular nas instituições de ensino su-perior gaúchas e a diminuta presença de práticas criativas nos modos do fazer mu-sical docente. O fortalecimento do cená-rio educativo compreende que o processo de formação de professores em educação musical não se limita apenas ao caráter mandatário de diretrizes curriculares, mas também exige conceber que a música é potência ordinária da vida cotidiana, ofe-recida e ampliada no exercício coletivo de compor conversações (CAGE, 2015). Ao viver os processos de escuta e criação mu-sical, desde a ludicidade, a experiência de barulhar (LINO, 2008) habita a pedagogia como gesto poético de linguagem para sublinhar a composição da docência. As práticas criativas irrompem na formação de professores para inaugurar sentidos, dar-se a ver o lúdico, o sensível, o singular e a intransponível dimensionalidade hu-mana da música como partição e partilha.In approaching creative practices in te-achers formation, the paper seeks to hi-ghlight a emergent aspect in the project Musical Education in teachers formation from Pedagogy Undergraduation cou-rses in Rio Grande do Sul, Brazil: hea-ring and creation processes in noising experience (LINO, 2020a). The resear-ch’s quantitative and qualitative analysis highlight the reduced space for music teaching as a curricular discipline in Rio Grande do Sul’s universities and timid presence of creative practices in tea-cher’s musical repertoire. The strengthe-ning of educational scenery comprise the teacher’s formation process beyond the mandatory character of curriculum guidelines. It demands to conceive mu-sic as everyday life potency offered and enlarged in the collective exercise of composing conversations (CAGE, 2015). Living the process of hearing and musi-cal creation, from its ludicity, the expe-rience of noising (LINO, 2008) inhabits pedagogy as a linguistic poetic gestu-re to highlight the composition of tea-ching. Creative practices burst teachers’ formation to inaugurate sense, to show the ludic, the sensitive, the singular and the insurmountable human dimension of music and score and sharing
Libretos de Criação: experiência de brincar com sons em Rodas Poéticas na Educação Infantil
O projeto Libretos de Criação: experiência de brincar com sons em Rodas Poéticas na educação infantil” instalou-se no ateliê da universidade com o objetivo de perseguir modos de registrar a experiência lúdica de convivência linguageira. A metodologia das Rodas Poéticas sustentou-se no processo de interação propositiva intensa tomando o corpo como instrumento por excelência do fazer poético com o movimento da música, da dança e da literatura, na intenção de ampliar repertórios tanto das crianças quanto dos adultos-pesquisadores. Ao afirmar a relevância pedagógica da música em estado de encontro, experimentada no complexo processo de aprender o poder inventivo de habitar a linguagem, o presente estudo tomou como foco reflexivo a experiência de brincar com sons. A investigação em andamento contribui para ampliar a abordagem temática da documentação pedagógica na educação musical, convidando-nos ao exercício diário de narrar e interrogar o currículo
Proibido não tocar : encantamentos de uma proposta de instalação sonora na educação infantil
Dentro da temática “música na infância”, o presente estudo compôs uma instalação sonora em uma escola de educação infantil para provocar a escuta das crianças, refletindo sobre suas narrativas sonoras. Com base nos pressupostos teóricos de Lino (2008), para quem o barulhar é a música das culturas infantis, e de Richter (2005) sobre as narratividades do linguajar na infância, a pesquisadora organizou um ambiente sonoro na galeria da escola em que atua. Sem a intervenção direta das professoras, as 65 crianças (com faixa etária variante entre 2 e 4 anos) da Escola Municipal de Educação Infantil Professora Zozina Soares de Oliveira, no município de Novo Hamburgo, foram convidadas a brincar com sons, manipulando os diferentes objetos sonoros dispostos na instalação sonora. Além disso, a experiência de compor uma instalação sonora pôde indicar que as dimensões linguageiras do viver, presentes no tempo-espaço- lugar cotidiano, provocam os sentidos do discurso