2 research outputs found

    Indian Ocean and the exchange of cultures: the case of Mozambique Island

    Get PDF
    Portuguese settlement in Mozambique first took place in the early years of the16th century, after Vasco da Gama arrived at the Island of Mozambique in 1498. The Island was already inhabited, and an important trading point of the oriental coast of Africa, cradle of the rich Swahili culture. Portuguese traders and the arabian-swahili population struggled for years for the commercial dominance over the island and the coast. In order to ensure the dominance over the Oriental Coast of Africa, the vice-King of India, D. Francisco de Almeida, is ordered to build the three fortresses of Sofala, Quiloa and Melinde. Thus protected, and also strengthened by its own complex defensive system, the island of Mozambique flourishes; the small village grows and, in 1818, becomes a town and also the capital of Mozambique until 1898. As a town and capital by its own right, the island of Mozambique still remains, in present times, a model for the intersection of several cultures. Nonetheless, the Portuguese pattern prevails - in urban planning, in different architectonic models, in religious, military and civil buildings, in decoration and building techniques - but always strongly influenced by other cultures. The result is an eclectic architecture that dates from about 1500 to the 19th century, showing an undeniable European pattern, with the influence of Swahili and Indian models. The island is quite small - circa three 3 kilometers long and 400 meters wide - and is densely populated: the 1997 census revealed a population of about 15,000 people, but it is believed to have no less than 18,000 inhabitants. It is connected to the continent by a 3 km bridge built in the 1960s by the Portuguese. Due to this demographic outburst, the island has a series of issues to solve: it has no room for agriculture, its natural resources are scarce, and the systems of basic sanitation, electric power and drinking water supply to the population are insufficient. Yet, as in most Mozambican settlements, traditional ways of life still endure, and the rich and diverse culture of the Island - result of the intersection of several influences - can be seen in numerous aspects of its everyday life. Tufo, the island’s traditional dance, is still practiced in religious celebrations and other events; women use “mussiro”, a white paste made from the stalk of a tree, used to smoothen and soften the skin; and traditional fishing is one of the most lasting ways to provide for families’ livelihood: “dhows”, the beautiful lateen-rigged sailing vessels used in all east coast of Africa, are common on the shores of Muipití (Mozambique Island’s native designation). In architecture, the division between the “stone built town”, and the "Macuti town" with their native houses built from wattle and daub ("pau-a- pique") and roofs covered with palm leaves, show two different realities and construction methods, with a variety of hybrid solutions in both situations. The fusion between a western culture, transferred to the middle of the Indian ocean, and the local Swahili and native tradition, together with a wide combination of influences resulting from the strategic position of Mozambique within the route to India, give Muipití an unique atmosphere and character that is not only to be found in its architecture and material remains, but also in its customs, traditions and way of living

    Elementos para o estudo da pintura mural em Évora durante o período moderno: evolução, técnicas e problemas de conservação

    Get PDF
    Introdução - O trabalho de tese que nos propomos desenvolver - pese embora uma vertente quiçá demasiado abrangente - corresponde, em primeiro lugar, a uma necessidade sentida de «re-divulgar» - ainda que duma forma forçosamente restrita e algo linear - um património rico e particularmente significativo da cultura alentejana, num domínio em que atingiu uma originalidade e um vigor notáveis. Com efeito, e apesar do trabalho metódico, apaixonado e exaustivo de Mestre Túlio Espanca, cujos volumes do Inventário Artístico de Portugal dedicados a Évora e à parte Norte do distrito de Beja são, ainda, a base de trabalho para qualquer estudioso ou interessado em conhecer a história e arte destes distritos, o levantamento sistemático e rigoroso da pintura mural -durante muito tempo considerada quase como uma arte menor, de escassa representação nos monumentos portugueses em comparação com o esplendor dos frescos italianos - continua em grande parte por fazer. E, contudo, são cada vez mais numerosos os exemplos de pinturas cobertas por sucessivas camadas de cal, entrevistas casualmente no decurso de trabalhos estruturais de recuperação ou conservação, ou as que, substituídas por retábulos de madeira - de factura mais elaborada e dispendiosa mas muito do agrado de encomendantes, sobretudo a partir de meados do século XVI - permaneceram ignoradas até ao seu reaparecimento presente. A impossibilidade de realizar um corpus de toda a pintura mural existente no Alentejo, ou mesmo no âmbito mais confinado, ainda que artificial, dos limites do concelho de Évora, levou-nos a uma optar por uma selecção dos exemplos a focar - como mais representativos ou emblemáticos de uma corrente estética, duma época ou duma temática que, porque recorrente, se torna particularmente significativa - em detrimento dum inventário' que seria forçosamente incompleto e provavelmente excedentário num trabalho desta natureza. Procurou-se, assim, entrosar metodologias de abordagem diversas, com destaque para a análise formal do objecto e para a problemática do restauro que lhe está associada, sendo que a própria natureza da pintura mural, pela sua particularidade, requer uma perspectiva igualmente específica. Não é por conseguinte nosso objectivo realizar uma tese em História de Arte, pese embora a importância dum estudo sistemático dedicado à identificação e análise iconográfica de matéria tão rica, nem tão pouco elaborar um projecto de restauro - sendo que ambas as vertentes se afastariam da nossa formação e dos objectivos deste curso; é-o, sim, o de identificar, explicar e caracterizar a evolução da pintura mural em Évora, usando como veículo alguns imóveis escolhidos de acordo com a sua representatividade em termos estéticos, estruturais ou até sociológicos. Os edifícios escolhidos, não formam, assim, um grupo a quem se reconheçam imediatas características identificativas: une-os apenas o facto de todos eles possuírem elementos pictóricos, mas divergem na técnica utilizada, na identidade construtiva, na cronologia, na própria localização; nessa diversidade radica um dos objectivos deste trabalho, o de encontrar a linha evolutiva dum género pictórico que, assumida e persistentemente, marcou presença na esfera de influência da Évora metropolitana; e o de, a par desse rumo, reconhecer os problemas de conservação que lhe são inerentes. Daí que o objecto de estudo se reparta pela pintura palaciana e erudita, símbolo da cidade culturalmente buliçosa do Cinquecento, pela matriz provinciana de importante expressão local, pela ermida mais isolada - acusando irremediavelmente as consequências da desertificação e do abandono - até ao erudito jogo perspéctico do trompe l'oeíl barroco, em que a pintura é assumida na sua capacidade máxima de transfiguração do real. Da mesma forma, não se procurou restringir o universo a uma das técnicas de pintura utilizadas nos revestimentos murais, sendo que as mais divulgadas -fresco e têmpera - se interseccionam e se complementam, procurando responder ao mesmo anseio a um tempo decorativo, pedagógico e identificativo que pauta a sua utilização. Daí que qualquer abordagem, ainda que específica, deverá ter por base o entendimento primeiro de que a pintura mural é parte integrante do conjunto edificado. A pintura mural como revestimento, como arquitectura - é-o enquanto elemento último da caracterização dum espaço - como técnica, artifício e mestria, como espelho e instrumento da cultura vigente, como legado sociológico, estético e histórico dum tempo, dentro duma zona de contornos imprecisos agora, outrora claros, e dum tempo - o período moderno - que antecede a contemporaneidade e que, embora diverso, é suficientemente uno para se entender enquanto percurso - eis os objectivos primários deste trabalho; os últimos - mas não secundários - os de que ele sirva, de alguma forma, para ajudar a deter o processo de abandono, incúria e desprezo a que este género pictórico se encontra ainda votado
    corecore