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Actividade neotectónica na região do Algarve, S. de Portugal
O enquadramento tectónico da região do Algarve, situada junto à margem continental oeste-ibérica, em transição para uma
fronteira de placas convergente, e próximo da zona de fractura Açores-Gibraltar, explica as actividades tectónica e sísmica
significativas que se verificam na região. A actividade tectónica regional plio-quaternária é evidenciada por deslocamentos verticais
da crosta e por numerosas estruturas activas identificadas às escalas macro e mesoscópica, representadas por alguns
dobramentos e por abundantes fracturas (falhas e diaclases). Diversas estruturas que afectam os sedimentos plio-quaternários
foram interpretadas como paleossismitos. Algumas destas estruturas resultam provavelmente de vibrações relacionadas com a
ocorrência de sismos fortes distantes, mas a proximidade de muitos dos sismitos a falhas activas conhecidas sugere a sua relação
com eventos de magnitude moderada a elevada (M >= 5,5) gerados por essas falhas. A ocorrência desses eventos é compatível
com a sismicidade regional conhecida, embora alguns dos paleossismitos indiquem um limiar superior para a magnitude dos sismos
locais
O fosso da Ribeira de Telhares, SW de Portugal : um elemento pertencente a um alinhamento de grabens subparalelo ao sistema Arrifóias-Aljezur-Sinceira
O fosso da Ribeira de Telhares é uma depressão tectónica de direcção geral N-S e dimensão 5 X 1 km. É controlado por falhas
normais longitudinais (N-S) e transversais (ENE-WSW) que, posteriormente, têm movimentação em desligamento esquerdo as
longitudinais e direito as transversais. Os dois sistemas de falhas fragmentam o fosso em vários horsts e grabens menores. Os
sedimentos que preenchem o fosso foram divididos em duas formações, de Telhares e de Tramagueira, que, por correlação
estratigráfica, foram atribuídas ao Tortoniano Superior-Messiniano Inferior e ao Gelasiano, respectivamente. Estes depósitos
sedimentares formaram-se em meio continental, com clima sub-húmido sazonal e, provavelmente, relacionados com relevos
próximos. Estão parcialmente cobertos por depósitos fluviais quaternários que constituem a planície aluvial actual e por sedimentos
quaternários que formam vários sistemas de terraços. Com excepção dos depósitos quaternários, os materiais da cobertura
interior do fosso estão falhados e apresentam estruturas interpretadas como paleossismitos. Este fosso faz parte de um sistema
de fossos subparalelo ao sistema Arrifóias-Aljezur-Sinceira, situado 25 km para
Métodos geofísicos de exploração aplicados ao estudo da perigosidade sísmica
Nas últimas décadas os métodos geofísicos ganharam papel de relevo na avaliação da perigosidade do risco sísmico e na sua mitigação. A detecção de falhas
activas em ambientes intra placa onde as taxas de movimentação são relativamente baixas (<0,3 mm/ano) e as roturas superficiais são obliteradas pela
erosão e sedimentação, levaram à utlização daqueles métodos na investigação paleossismológica. A nível da mitigação, em que a avaliação dos efeitos de
sítio é essencial, é necessário um conhecimento das propriedades mecânicas das primeiras dezenas de metros da sub-superfície e da estrutura das bacias
sedimentares, que são obtidos a partir de sondagens geotécnicas e métodos geofísicos.
A utilização dos métodos sísmicos, eléctricos e electromagnéticos na identificação de falhas e na estrutura do subsolo, a delimitação de bacias a partir de
métodos potenciais e a caracterização das propriedades mecânicas do subsolo são analisadas no presente trabalho, com exemplos de aplicação em Portugal
Reactivação alpina de estruturas variscas entre Montargil e Aldeia da Mata no bordo oriental da Bacia do Baixo Tejo
A área estudada localiza-se no bordo oriental da bacia do Baixo Tejo, no Centro-Sul de Portugal Continental (Alto Alentejo). As
falhas que aectam os sedimentos cenozóicos, responsáveis pelo aparecimento de alguns retalhos de substrato antigo do
Paleozóico, têm orientação geral semelhante à das principais estruturas tectónias variscas, WNW-ESE, NE-SW e NNW-SSE,
sugerindo a sua reactivação. As falhas, situadas no contacto entre io substrato e os sedimentos cenozóicos, sugerem o seu
controlo no levantamento do soco durante o Cenozóico
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