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Paradoxos da educação natural no Émile de Rousseau: os cuidados do adulto Paradoxes of the natural education in Rousseau's Émile: adults' care
O artigo trata do conceito de primeira infância em Rousseau, buscando esclarecê-lo mediante a análise do modo como Rousseau define os cuidados do adulto dispensados à supressão das necessidades da criança. Procura mostrar também que a definição deste conceito e o tratamento oferecido às dificuldades a ele subjacente dependem, em última instância, da inserção da própria temática dos cuidados no contexto normativo mais amplo da educação natural. O traço principal de tal contexto normativo repousa na idéia da liberdade bem regrada como diretriz do caminho natural, ao qual o processo formativo-educacional da criança deve ser conduzido. A definição dos cuidados do adulto conduz Rousseau à percepção de que estes só podem ser exercidos pedagogicamente com base no caráter aporético da educação natural, o qual se desdobra em três pólos tensivos.<br>This paper deals with the concept of first infancy in Rousseau in order to clarify it through the analysis of the way Rousseau defines the care adults devote to suppressing children needs. It also seeks to show that the definition of this concept and the treatment offered to the underlying difficulties ultimately depend on the insertion of the very theme of care in a broader normative context of natural education. The main feature of such a normative context rests on the idea of well ruled liberty as a guide to the natural path on which the educational shaping process should take place. The definition of adults' care leads Rousseau to realize that this care can only be exercised pedagogically on the basis of the non-poetic character of natural education which unfolds into three tensive poles
Herança e futuro do conceito de formação (Bildung)
A pedagogia contemporânea questiona a relevância contínua dos ideais iluministas. Falta, porém, a este debate o recurso ao processo da secularização e sua influência forte na articulação desses ideais. O ensaio quer preencher essa lacuna. Ora, as tendências à onipotência, ao domínio do saber, ou ao recalque das imperfeições pessoais são expressões de um "complexo de Deus" (H.-E. Richter, 1979), o qual intima o homem moderno a ocupar o lugar do Deus considerado morto. Denunciando essas pistas, o autor pleiteia em favor de que se reconsidere o significado das diretrizes iluministas na educação, destacando a importância pedagógica de uma nova cultura de conflito, de uma postura autorreflexiva dos envolvidos à base de irritações produtivas, e de uma ética do reconhecimento