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Estudo eletrocardiográfico de éguas da raça Crioula
A eletrocardiografia constitui ferramenta indispensável no diagnóstico de arritmias e distúrbios de condução elétrica do coração de equinos, bem como na determinação do prognóstico de cardiopatias, do desempenho atlético, da eficiência do treinamento, além de sugerir distúrbios eletrolíticos. No entanto, as variáveis eletrocardiográficas em equinos podem sofrer influência de diversos fatores como a idade, sexo, raça e constituição morfofuncional, dentre outas, tornando-se necessário conhecer as características de normalidade para as diferentes raças e fases do desenvolvimento. Descendentes dos cavalos da Península Ibérica, a raça Crioula foi trazida ao continente americano há mais de quatro séculos, resultando em características físicas e de resistência únicas, dada por sua seleção natural. Desta forma, objetivou-se com o presente trabalho avaliar e comparar os aspectos eletrocardiográficos de fêmeas da raça Crioula, em diferentes idades, bem como avaliar possíveis alterações eletrocardiográficas secundárias a prenhes. Para tanto, 84 éguas hígidas (34 prenhes e 50 não prenhes) da raça Crioula foram submetidas à avaliação eletrocardiográfica digital na derivação ápice-base, e os registros eletrocardiográficos subdivididos quanto à idade em G1 (até 4 anos), G2 (5 a 9 anos), G3 (acima de 10 anos). Não foram observadas arritmias cardíacas fisiológicas ou patológicas e distúrbios de condução elétrica do coração nas 84 éguas. Houve predomino de taquicardia sinusal, ondas P bífidas, complexos QRS do tipo rS e ondas T bifásicas em todos os grupos. Apenas a duração média do complexo QRS foi superior no grupo G1 (110,65±8,49) quando comparadas aos grupos G2 (101,98±10,02) e G3 (100,92±10,72). As variáveis autonômicas mensuradas (ITV, NNmédio e SDNN) foram inferiores nas éguas prenhes em relação às não prenhes, sugerindo maior participação do sistema nervoso autônomo simpático e ou menor participação parassimpática. Conclui-se, portanto, que a idade influenciou apenas na duração do complexo QRS , e que a prenhes foi capaz de diminuir as variáveis de variabilidade da frequência cardíaca no domínio do tempo e, possivelmente, influenciar na avaliação eletrocardiográfica das éguas Crioulas aqui testadas
Parâmetros eletrocardiográficos de equinos desclassificados por exaustão em competições de enduro
Foram examinados, por meio de eletrocardiografia, 14 equinos Puro Sangue Árabe, 12 machos e duas fêmeas, desclassificados por exaustão em provas de enduro entre 60 e 160km. Foi observado predomínio de taquicardia sinusal, seguido de arritmia sinusal e complexo atrial prematuro com a frequência cardíaca variando de 48 a 78bpm e 93 a 111bpm, respectivamente. Ocorreu aumento da amplitude das ondas P, R, S e T e redução nas suas durações, bem como redução nos intervalos e segmentos, porém o complexo QRS quase não se alterou. O alongamento observado do QTc indicou fadiga miocárdica moderada em resposta ao exercício, e o supradesnível ST foi indicativo de hipovolemia. O eixo elétrico no plano frontal apresentou desvio à direita, aumento de câmara e hipertrofia secundários ao treinament