6 research outputs found

    Políticas da percepção: diálogos com o Terreiro Matamba Tombenci Neto - Ilhéus/BA

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    Desde novembro de 2014, momento inaugural desta instituição, tem tido lugar na Universidade Federal do Sul da Bahia/UFSBb uma série de atividades (aulas, conferências, visitas de campo, ateliês artísticos, pesquisas, militância político-cultural etc.) que contam com a participação de mestres/mestras de tradições, artes e ofícios. Esta comunicação pretende discutir tais (des)encontros de saberes a partir de nossa experiência com a comunidade do terreiro Matamba Tombenci Neto (Ilhéus/BA). Partindo do horizonte teórico proposto por Ranciére, isto é, do entendimento de que toda estética é também uma política, pretendemos pensar a imagem técnica para além de sua suposta neutralidade – e, portanto, como imagem política. A ambição aí é dupla: por um lado, colocar em evidência um dos grandes projetos (derivado, é claro, do modo de produção de mercadorias capitalista) da indústria ao longo dos séculos XX e XXI, a anaisthesis; por outro, problematizar o papel que cumpre a universidade neste processo de anestesiamento – via pacificação e apropriação dos saberes ditos populares. Pensar assim a anaisthesis nos conduz de volta à discussão da disputa política pela emancipação dos sentidos e seus correlatos. Ora, se estivermos corretos, a universidade afigura-se, então, não somente como espaço da disputa do saber/do conhecimento, mas também como espaço de disputa pelos dispositivos de construção e reprodução das imagens (técnico-políticas). Por fim, gostaríamos de pensar a universidade como um dos espaços possíveis para ampliar a disputa (no caso das comunidades tradicionais, de guerrilha) por tais dispositivos estético-políticos

    Música na raça: compondo com mestras e mestres do terreiro Matamba Tombenci Neto

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    Em 2017 iniciamos nosso projeto de pesquisa/intervenção, vinculado ao Mestrado Profissional em Educação e Relações Étnico Raciais na UFSB, trabalhando com Mestres/Mestras e aprendizes da comunidade do Matamba Tombenci Neto (Ilhéus/BA). Temos concebido juntos o projeto editorial de um livro poético/didático para educação musical e um site que apresente a comunidade a partir da música. Desde o ponto de vista desse trabalho discutimos o entendimento de existências pluriepstêmicas no sul da Bahia; as negociações e conflitos relativos a produção autoral e sua tradução para a racionalidade do sistema escolar, assim como possíveis conflitos com concepções de educação musical de matriz europeia historicamente hegemônicas na organização educacional estatal do Brasil. Discutimos também contribuições de propostas de formações ideológicas, políticas, estéticas e culturais, instruções sobre modos de entendimento sonoro do mundo, pensando dessa perspectiva de encontro de saberes/lugares distintos para recriação (intercultural, transversal) de modos educacionais de matriz afro. Partimos de uma abordagem multidisciplinar que envolvesse ao menos história, legislação, educação, etnopedagogia e etnomusicologia para exercitarmos a tentativa arriscada de pensar nossas práticas locais sem desvincular nossas reflexões de movimentos históricos e geográficos de dimensões mais diversas. Na comunidade do Terreiro Matamba Tombenci Neto, estamos trabalhando com três mestrxs de saberes, Mãe Ilza, Marinho e Ney e com três mestrxs aprendizes, Felipe, Pâmela e Yuri. Nesta empreitada, perguntamos quem foram, quem são e como se dão os modos de educação musical na comunidade do Matamba Tombenci Neto. Nesse processo, mapeamos um pequeno pedaço da história de formadorxs das tradições musicais da comunidade e sua inserção na história da música da região, na formação dos afoxés e blocos afro e no movimento negro no Litoral Sul da Bahia. Nesta etapa do trabalho, em curso, está em andamento a realização de duas oficinas para experienciarmos percursos formativos que nos propomos a traduzir – a deslocar – para o livro/site, num gesto de afirmação e celebração das autorias negras diaspóricas

    Ecos Ameríndios em Sousândrade

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    Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação, do Departamento de Línguas Vernáculas, Mestrado Acadêmico em Estudos Literários, da Fundação Universidade Federal de Rondônia – Unir –, como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Estudos Literários. Orientadora: Profa. Dra. Cynthia de Cássia Santos BarraSegundo Risério (1993), qualquer conversa sobre poéticas indígenas da Amazônia tem que passar por Sousândrade. Aceito convite, buscou-se vislumbrar os ecos ameríndios na produção sousandradina, no intuito de perscrutar as fontes utilizadas pelo poeta e a sua contribuição para o universo da matriz dos cantos ameríndios em solo amazônico. O Guesa desponta-se como a obra central de nosso estudo. Nela, o leitor perfaz, junto ao personagem-narrador-autor, uma peregrinação histórica e geográfica e tem a oportunidade de se defrontar com dois tipos de inferno: o amazônico (cujo centro é o ameríndio em confronto com a cultura colonizadora) e o inferno nova-iorquino em Wall Street (centro do capitalismo em ascensão). Na voz do Guesa, o convite: “Vinde ver a transição dolente/ Do passado ao porvir, neste presente! Vinde ver do Amazonas o tesoiro...” (Canto II, p. 77). E, para ver os “ecos do passado/Ao longe esvaeceram. Do presente/Encantando o viver” (Canto VIII, p. 248), buscou-se o registro de um canto ameríndio de resistência em uma sociedade que legitimava a dizimação com uma retórica indianista de uma nação unida e integrada de índios. Seguindo a trilha da pesquisa teóricocrítico- analítico, priorizou-se a pesquisa bibliográfica no intuito de explicar o problema a partir de referências publicadas e analisar as contribuições sobre a temática abordada. No referencial teórico-crítico da pesquisa, a abordagem proposta por Candido (2010); Treece (2008), Ricupero (2004), irmãos Campos (1982); Lobo (1986); Cuccagna (2004), dentre outros. Como resultado, espera-se apontar as contribuições e a atualidade deste poeta nas reflexões interculturais na Amazônia pelo viés da produção literária e dos ecos ameríndios sousandradinos

    Música na raça: compondo com mestras e mestres do terreiro Matamba Tombenci Neto

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    Em 2017 iniciamos nosso projeto de pesquisa/intervenção, vinculado ao Mestrado Profissional em Educação e Relações Étnico Raciais na UFSB, trabalhando com Mestres/Mestras e aprendizes da comunidade do Matamba Tombenci Neto (Ilhéus/BA). Temos concebido juntos o projeto editorial de um livro poético/didático para educação musical e um site que apresente a comunidade a partir da música. Desde o ponto de vista desse trabalho discutimos o entendimento de existências pluriepstêmicas no sul da Bahia; as negociações e conflitos relativos a produção autoral e sua tradução para a racionalidade do sistema escolar, assim como possíveis conflitos com concepções de educação musical de matriz europeia historicamente hegemônicas na organização educacional estatal do Brasil. Discutimos também contribuições de propostas de formações ideológicas, políticas, estéticas e culturais, instruções sobre modos de entendimento sonoro do mundo, pensando dessa perspectiva de encontro de saberes/lugares distintos para recriação (intercultural, transversal) de modos educacionais de matriz afro. Partimos de uma abordagem multidisciplinar que envolvesse ao menos história, legislação, educação, etnopedagogia e etnomusicologia para exercitarmos a tentativa arriscada de pensar nossas práticas locais sem desvincular nossas reflexões de movimentos históricos e geográficos de dimensões mais diversas. Na comunidade do Terreiro Matamba Tombenci Neto, estamos trabalhando com três mestrxs de saberes, Mãe Ilza, Marinho e Ney e com três mestrxs aprendizes, Felipe, Pâmela e Yuri. Nesta empreitada, perguntamos quem foram, quem são e como se dão os modos de educação musical na comunidade do Matamba Tombenci Neto. Nesse processo, mapeamos um pequeno pedaço da história de formadorxs das tradições musicais da comunidade e sua inserção na história da música da região, na formação dos afoxés e blocos afro e no movimento negro no Litoral Sul da Bahia. Nesta etapa do trabalho, em curso, está em andamento a realização de duas oficinas para experienciarmos percursos formativos que nos propomos a traduzir – a deslocar – para o livro/site, num gesto de afirmação e celebração das autorias negras diaspóricas

    Imagens para não deixar de ver o gesto inumano

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    Seguindo a pegada deixada por Didi-Huberman e colocando em destaque a questão política da produção e reprodução das imagens, este ensaio pretende pensar as disputas tecnopolíticas por recurso a imagens. Nesse sentido, duas imagens específicas emergem no contexto das experiências transversais de formação acadêmica nas universidades brasileiras, imagens que contam com a presença de mestres e mestras de tradições orais como sujeitos capazes de legitimar modos outros de produção de saber e de fazer estético-políticas. A partir daí, coloca-se em movimento uma discussão que compreende a materialidade dos aparatos tecnológicos (via Nietzsche, Marx e Kittler), a teoria geral dos gestos em Flusser, o conceito de dispositivo para Agamben e as relações entre estética e política, segundo Benjamin e Rancière. Se parece evidente, de partida, que não se passa — — que não passaremos jamais — pelas tecnologias impunemente, o que (nos) resta como possibilidade de resistência e de potência de vida para o combate frente ao avanço aniquilador da falsa política? Pouco, talvez nada, talvez um quase nada, apenas, talvez, e ainda, imagens
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