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Perceptions of ‘hidden’ young cannabis users on the drug law in Portugal: a qualitative study
Um dos propósitos das leis proibicionistas da droga é exercer efeito dissuasivo sobre o
consumo através de controlos sociais formais e informais. De acordo com a literatura, apesar
de os indivíduos continuarem a consumir independentemente de questões políticas ou morais,
a lei e o seu conhecimento aparenta ser capaz de gerar algum tipo de impacto, funcionando
como elemento restritivo. Tal pode ser observado, por exemplo, através do uso de estratégias
de gestão de riscos, nomeadamente, estratégias de preservação da imagem social e
evitamento do estigma para a gestão de riscos legais e da estigmatização. O principal objetivo
deste trabalho é, então, explorar perceções de jovens consumidores ‘ocultos’ de canábis sobre
a lei portuguesa da droga. Optou-se por uma investigação qualitativa, com dados recolhidos
por snowball, através de entrevistas aprofundadas com cinco participantes, e analisados
segundo o método de análise temática. À semelhança da literatura especializada, a análise
demonstrou que os participantes assumem perspetivas de risco relacionadas com os controlos
sociais, mesmo num enquadramento legal de descriminalização do consumo de drogas, e que
recorrem a estratégias de ocultação do consumo e/ou outras relacionadas para minimizar
riscos. Contudo, o respeito por terceiros não consumidores também parece ter alguma
influência limitadora nos consumos.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
La negociación una estrategia de gestión participativa en conflictos ambientales
El presente trabajo se orientó al diseño y aplicación de una estrategia de gestión ambiental participativa que impulsara procesos de negociación entre los representantes de la comunidad del sector del barrio Santa Inés del municipio de Apía, y demás actores involucrados en la contaminación del agua suministrada para consumo humano, con la finalidad de encontrar alternativas de solución al problema, a través de la conformación y organización de un comité negociador y el desarrollo de un proceso de cogestión construido con base en los elementos conceptuales y prácticos aportados por la Especialización en Gestión Ambiental de la Universidad Tecnológica de Pereira. Se tomó como punto de referencia el hecho de que en la parte alta de la microcuenca Santa Inés, aguas arriba desde donde se capta el líquido para provisión de las familias, se llevan a cabo prácticas agrícolas inadecuadas, las cuales se extendían incluso hasta las márgenes protectoras del hilo hídrico, haciéndose evidente la utilización de agroquímicos, de manera exagerada e indiscriminada, lo cual desmerecía aún más la calificación de la potabilidad del agua utilizada por las familias. Sumado a todo esto la deficiente infraestructura requerida para el tratamiento de agua, pues la que existe: tanque de distribución, tanque de almacenamiento, sistema de cloración, no es la indicada para un adecuado tratamiento del recurso. El proceso incluyó la capacitación en conceptos sobre negociación de conflictos ambientales a los participantes para, desde allí, iniciar acciones pertinentes y necesarias con los actores involucrados buscando solucionar el problema de provisión de agua potable. El soporte metodológico estuvo determinado por la Matriz de Marco Lógico, metodología que se articuló con herramientas complementarias como la construcción del árbol del problema, árbol de objetivos, análisis de involucrados, entre otros, estrategias que orientaron el trabajo y facilitaron el desarrollo de los procesos
Criminal reactions to drug-using offenders: a systematic review of the effect of treatment and/or punishment on reduction of drug use and/or criminal recidivism
The association between substance use and crime is very common, but complex. Several countries have found strategies to face drug abuse and criminality that may exist associated to it, seeking to reduce overcrowded prisons and to promote the reductions of criminal recidivism and/or substance use. Through the guidelines of PRISMA, a systematic review was conducted with the aim to explore the different criminal reactions to individuals who use substances and are involved in the criminal justice system, namely the role of treatment and/or punishment in the reduction of crime recidivism and/or drug (ab)use. After gathering the following criteria of inclusion (individuals who use substances and are involved in the criminal justice system, between 18 and 65 years old, regardless of gender; consumers of licit/illicit psychoactive substances; without psychopathology not related with use/abuse of drugs; treatment programs; judicial interventions) the database found 155 articles between 1971 and 2022 from which 110 were selected for analysis (57 are from Academic Search Complete, 28 from PsycInfo, 10 from Academic Search Ultimate, seven from Sociology Source Ultimate, four from Business Source Complete, two from Criminal Justice Abstracts, and two from PsycArticles); additional records were included trough manual search. From these studies, 23 articles were included, as they answered the research question, and therefore, constitute the final sample of this revision. The results indicate treatment as an effective response of the criminal justice system in the reduction of criminal recidivism and/or drug use, addressing the criminogenic effect of reclusion/imprisonment. Therefore, interventions that privilege treatment should be chosen, although there are still gaps in terms of evaluation, monitoring and scientific publications regarding the effectiveness of treatment in this population.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
Histórias e trajectórias de consumidores ‘não problemáticos’ de drogas ilícitas
O objectivo central desta investigação é construir, indutivamente, um modelo
teórico para compreender de que modo certos utilizadores de drogas ilícitas conseguem
manter os seus consumos „não problemáticos‟. Com este estudo pretende contribuir-se
para uma intervenção mais efectiva na minimização de padrões „problemáticos‟ e para
um debate mais complexo sobre o fenómeno, reconhecendo a multiplicidade de tipos de
consumos e de consumidores. Tais propósitos, aliados ao parco conhecimento sobre
utilizações „não problemáticas‟ e ao carácter frequentemente „oculto‟ dos seus
protagonistas, justificam a opção por um design de investigação qualitativo.
Começaram por se realizar entrevistas em profundidade a uma amostra intencional,
diferenciando-se três grupos de consumidores: „não problemáticos‟ (n=9), „exproblemáticos‟
(n=6) e „problemáticos‟ (n=6). Com base nos resultados do primeiro
grupo construiu-se uma primeira versão da referida teoria, que foi, depois, enriquecida e
validada através de uma nova consulta a estes participantes e da triangulação de fontes
(entrevistas com outros grupos) e de metodologias (observação directa em contexto
natural do uso de substâncias psicoactivas). O acesso aos sujeitos foi conseguido com
uma estratégia do tipo snowball, tendo-se partido de informantes privilegiados. A
análise dos dados baseou-se nas propostas da grounded analysis (Glaser & Strauss,
1967; Strauss & Corbin, 1990/1998).
O material empírico obtido com as entrevistas aos três grupos e com a
observação é amplamente congruente entre si. Sucintamente, a sua integração sugere
que os consumos tendem a iniciar-se pela curiosidade sobre as drogas e pelas vivências
com consumidores, sobretudo por estes facilitarem o acesso às substâncias. Tal
iniciação tende a ocorrer com a cannabis, seguindo-se um período, mais ou menos
longo, de experimentação de outras drogas ilegais, sobretudo estimulantes e
alucinogéneos. De acordo com os resultados, a manutenção de um consumo „não
problemático‟ implica um processo constante de auto-regulação do uso das drogas que é
informado, desde logo, por características dos consumidores, como a sua capacidade de
auto-controlo. É-o também pela qualidade das experiências de consumo, já que os
indivíduos vão moldando a utilização das drogas em função delas. Em concreto, as experiências positivas, que proporcionam prazer e que são as mais comuns, contribuem
para a sua manutenção. Os aspectos negativos experienciados com certas substâncias,
apesar de insuficientes para a cessação dos consumos, contribuem para a sua adaptação,
num esforço de os evitar. Finalmente, algumas experiências realmente negativas com o
uso de certas drogas, ainda que mais raras, fazem com que aquelas não voltem a ser
usadas. Tal processo de auto-regulação é ainda informado pelas vivências com outros
consumidores, pois operam como importantes meios de aprendizagem sobre as drogas.
Além disso, envolve a ponderação constante da relação entre os custos e os benefícios
desta prática, o desenvolvimento de concepções de risco e, em função destas, a adopção
de cuidados de gestão dos consumos, ainda que, muitas vezes, de uma forma não
conscientemente pensada nem aplicada. Realçam-se os cuidados que se referem ao tipo
de substâncias usadas e à regularidade da sua utilização, pois é em torno destes que
tende a definir-se o padrão de consumo actual. Este padrão, que tende a perdurar alguns
anos e a não ser algo fugaz, envolve, em geral, o uso regular de canabinóides e a
utilização apenas ocasional de todas as outras drogas ilícitas, sobretudo estimulantes. Na
nossa amostra, estes e outros cuidados são desenvolvidos com o intuito de manter a
funcionalidade nas várias áreas de vida, o que envolve três sub-objectivos: (i) controlar
o consumo (através de cuidados relacionados com o tipo de drogas usadas, a
regularidade e frequência dos consumos e os seus contextos e circunstâncias); (ii)
preservar a imagem social e evitar o estigma (mediante cuidados relativos à ocultação
do uso de drogas, à gestão da sua aquisição e aos contextos e circunstâncias do
consumo); e (iii) obter efeitos positivos e evitar experiências desagradáveis (a partir de
cuidados associados às quantidades e ao tipo de substâncias usadas, aos contextos e
circunstâncias dos consumos e às vivências com outros consumidores).
Em conclusão, este trabalho revela a necessidade de encarar o consumo de
drogas ilegais em toda a sua complexidade e como um contínuo, desde um pólo
„problemático‟ a outro „não problemático‟. Sugere, também, a relevância de aprender
com este último tipo de experiências, de modo a potenciar consumos „responsáveis‟ e a
minorar padrões „problemáticos‟. Além disso, aponta para a importância de promover
estratégias de gestão dos prazeres e dos riscos, e de agir, inclusive através de pares, para
estimular o envolvimento dos consumidores nos esforços interventivos e a
concretização de um trabalho horizontal, dinâmico e em contexto natural
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