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    Que recursos temos para lidar com a saúde mental da população na pandemia pela COVID-19? a experiência da terapia comunitária integrativa on-Line no Brasil

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    INTRODUÇÃO: As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde têm cada vez mais ganhado espaço no âmbito da saúde mental tanto a nível nacional como também a nível Internacional. Sabe-se da grande demanda que o sistema público de saúde brasileiro enfrenta atualmente em relação à saúde mental em decorrência da pandemia pela COVID-19, que desencadeou sentimentos de medo, insegurança em relação ao futuro, desespero além de agravar transtornos psicossociais, como depressão, ansiedade e violência intradomiciliar. E que recursos temos para lidar com a saúde mental da população neste momento de crise? A Terapia Comunitária Integrativa (TCI), prática interpessoal de criação e fortalecimento de vínculos saudáveis, resgate de autoestima e resiliência comunitária tem acontecido na modalidade on-line desde março de 2020 com o intuito de minimizar os impactossocioemocionais da pandemia. OBJETIVO: O objetivo geral deste estudo foi conhecer os benefícios da TCI on-line no enfrentamento da pandemia COVID-19. Como objetivos específicos: Revelar as principais inquietações vivenciadas pelos participantes, no período de pandemia; descrever as estratégias de enfrentamento utilizadas pelos participantes; identificar os aprendizados mencionados pelos participantes nas Rodas de TCI. Métodos: Trata-se de uma pesquisa de intervenção exploratória retrospectiva de 10 rodas de TCI on-line, realizadas por seu criador Adalberto de Paula Barreto, entre abril e junho de 2020 a partir das gravações realizadas pelos Polos de Formação: Movimento de Saúde Mental Comunitária (MISMEC-CE) e Interface- SP. A intervenção seguiu todas as etapas de realização de rodas de TCI: acolhimento, escolha da inquietação, a contextualização, partilha de experiências,  encerramento e apreciação. Os encontros virtuais foram transcritos e a análise de dados se deu por Bardin, a partir das categorias principais inquietações, estratégias de enfrentamento e aprendizados. O projeto foi aprovado no comitê de ética (CAAE: 36850620.4.0000.0105). RESULTADOS: Neste período, foram realizadas 355 rodas de TCI on-line no Brasil, sendo que foram analisadas 2,8% delas (n=10). Através da análise das rodas, percebeu-se o impacto positivo da TCI on-line na saúde socioemocional das pessoas. Como celebrações foram compartilhadas “estar vivo” (n= 27%), “ter saúde” (n= 4%) e “poder participar das rodas de TCI” (n= 38%). Com relação a inquietação mais votada nas rodas, a grande parte era de questões ligadas a COVID-19 e 52% dos aprendizados mencionados no encontro tratava-se do autoconhecimento e do autocuidado, mostrando-se também como grandes recursos de estratégias de enfrentamentos aliados a espiritualidade e a fé. CONCLUSÕES: A TCI se mostrou como uma ferramenta potente de conexão social no contexto de isolamento, mostrando que tem sido um “oxigênio afetivo” para as pessoas que estão em sofrimento mental durante a pandemia. 

    Terapia Comunitária Integrativa on-line no enfrentamento à COVID-19: perfil e mudanças na vida de participantes

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    INTRODUÇÃO: a Terapia Comunitária Integrativa (TCI), é uma Prática Integrativa e Complementar criada pelo psiquiatra Adalberto de Paula Barreto há mais de 30 anos. Consiste em atividade grupal, de cuidado em saúde mental, concebida na modalidade presencial. Durante o período da pandemia COVID-19, com o isolamento social necessário, essa prática necessitou adaptação, sendo organizada na modalidade on-line pela Associação Brasileira de Terapia Comunitária Integrativa (ABRATECOM), como estratégia de enfrentamento do momento de isolamento, das angústias e da perda de amigos e familiares. O objetivo foi avaliar o perfil epidemiológico dos participantes das rodas de TCI on-line e as mudanças relativas ao período da pandemia. METODOLOGIA: estudo descritivo, observacional, transversal, aprovado em comitê de ética (CAAE 36850620.4.0000.0105). Foram acompanhadas 24 rodas de TCI on-line,realizadas durante o período de setembro a novembro de 2020, pelo criador da metodologia e outros terapeutas comunitários. Na abertura da sala virtual, via plataforma Zoom, os participantes eram convidados a responder o formulário do Google Forms, com questões sobre gênero, grupo étnico, idade, escolaridade, país e estado onde mora, atividade profissional, ocupação no período da pandemia, se conhece ou perdeu algum familiar/amigo durante pandemia, número de rodas que já participou e se tem formação em TCI. RESULTADOS E DISCUSSÃO: 168 formulários foram respondidos, sendo o perfil predominante: sexo feminino (91,1% - 153), branco (60,7% - 102), faixa etária entre 30 a 59 anos (63% - 106), com ensino superior completo (79,2% - 133). A amostra predominante residia no Brasil (94,6% - 159), nas regiões Sudeste (48,8% - 82) e Nordeste (31,5% - 53). Com relação à ocupação durante o período da pandemia, 47% (79) estavam trabalhando na modalidade home-office. Foram 98 pessoas (58,3%) que conheciam ou perderam algum familiar/amigo devido COVID-19. A maioria dos participantes já entraram em 11 ou mais rodas (53% - 89), sendo que 74 participantes (44%) estavam em formação ou já eram terapeutas comunitários. Ao conhecer o perfil dos participantes, os dados sugerem que uma maior escolaridade pode favorecer a participação, possivelmente por ter maior acesso às redes sociais e tecnologias. Outro ponto relevante é o predomínio nas regiões onde se iniciou a TCI (Nordeste) e onde há grande atividade dos pólos de TCI (Sudeste). Percebe-se que também há uma tendência à regularidade de participação ao invés de apenas uma participação pontual em roda de TCI. Grande parcela da amostra teve sua rotina e funcionalidade alterada em decorrência da pandemia, bem como contato com familiares ou amigos contaminados ou quefaleceram em decorrência da infecção. CONCLUSÕES: Por meio do conhecimento do perfil dos participantes, é possível elaborar estratégias para aumentar a vinculação desses participantes e também pensar em alternativas para facilitar o acesso às pessoas com menor escolaridade ou dificuldade de acesso às plataformas online. É essencial a divulgação das rodas on-line paraoutras regiões do país, de forma a ampliar o acesso à prática, que pode auxiliar no cuidado às pessoas em isolamento domiciliar, com angústias e incertezas, fragilizadas por perdas de amigos e familiares
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