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    O monografismo algarvio - O pioneirismo de Ataíde Oliveira

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    Este artigo corresponde a uma conferência pronunciada na Biblioteca Municipal de Loulé a 30 de Novembro de 2005,aquando das comemorações do 90.º aniversário do falecimento do Dr. Francisco Xavier de Ataíde Oliveira. O texto, depois de melhorado, foi publicado na revista Al-Ulyà, órgão científico do Arquivo Histórico Municipal de Loulé, cuja edição saiu a público sob a chancela da respectiva edilidade.Análise da notável obra de monografista do Algarve desenvolvida ao longo da vida do seu autor, o famoso presbítero e jurista, Francisco Xavier de Ataíde Oliveira. Neste artigo são revelados inúmeros pormenores da sua vida e obra, acentuando-se o facto de ter sido o mais notável e prolífero monografista português de todos os tempos. A região do Algarve deve-lhe a distinção de ter dado a conhecer ao país as volumosas monografias de Loulé, Olhão, e de várias outras localidades algarvias

    Como se faz uma recensão crítica

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    Trata-se de um texto destinado a apoiar os jovens investigadores e alunos universitários que muitas vezes se confrontam com a falta de informação metodológica para a elaboração de uma recensão crítica.Uma recensão crítica é uma avaliação e como tal deve ser operada com rigor e isenção, unicamente por especialistas na matéria cuja apreciação deve ser chancelada por uma instituição científica, para que a mesma possa ter credibilidade e ser objecto de referência. O recensor (passo o neologismo) é um ser crítico, que deve pugnar pelo progresso da ciência e do conhecimento, através do seu distanciamento da obra e do autor, fazendo da isenção e da objectividade a sua bandeira e o seu lema de trabalho. Basta estes dois atributos para que a sua recensão possa ser credível e respeitada

    Lembrando o poeta Santos Stockler

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    Texto da conferência proferida em Lagoa, por ocasião do Centenário de nascimento do poeta Santos Stockler.Dos poetas de quem Santos Stockler era amigo, tinha sempre palavras de admiração e reverência, sobretudo de profunda saudade para os que já tinham falecido. Em boa verdade, conheceu e conviveu com a maioria dos nossos homens de letras, de Portugal e do Brasil, uns mais consagrados do que outros, louvando sempre aqueles que ao seu lado lutaram contra o regime salazarista. Esse seu feitio muito crítico e bastante exigente tornou-o num alvo a abater pelos poetas que se haviam consagrado através da protecção política do PCP, ao qual aliás o Stockler também aderira na sua juventude, mas que depressa percebeu tratar-se de uma organização de carácter internacionalista, inspirada em objectivos imperialistas. Além disso sentia um profundo horror e uma total adversidade aos regimes e sistemas totalitários, razão pela qual se afastou definitivamente do partido comunista após a invasão da Checoslováquia que exterminou a chamada “Primavera de Praga”

    Uma quarteirense que Camões amou

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    Este artigo foi depois republicado, em parte ou na sua totalidade, em diferentes órgãos da imprensa nacional e regional, nomeadamente no «DN» de 10-12-1982.Em 1980 assinalou-se o 4º Centenário da morte do maior vate da Língua portuguesa. Porém, perdeu-se então a oportunidade de, através de uma singela placa evocativa, se perpetuar a existência no Algarve da casa que foi berço a D.a Francisca de Aragão, considerada como a musa inspiradora dos Lusíadas. O edifício, na praia de Quarteira, denominada «Estalagem da Cegonha», foi, no século XVI, residência de Nuno Rodrigues Barreto, alcaide-mor de Faro e vedor da Fazenda do Algarve, pai da «loira, viva, esperta e azougada» Francisca de Aragão. Foi nessa vetusta casa apalaçada do morgadio dos Barretos, que nasceu a formosa Francisca de Aragão, que viria a ser figura de proa nas cortes de Portugal e de Espanha

    O Museu Antonino de Faro e o turismo no Algarve

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    Este artigo foi publicado no suplemento de «Cultura» do «Diário de Notícias» de 1-2-1984.No contexto museológico da cidade de Faro assume particular interesse o Museu Antonino, que, reunindo características populares, perpectualiza justamente a memória de um dos mais antigos padroeiros desta cidade: Santo António. A ermida de Stº António do Alto, onde se acha inserido o Museu, situa-se na mais alta colina da cidade, que em tempos idos foi uma primitiva torre de vigia da costa (as conhecidas atalaias), que para contrariarem as constantes investidas dos corsários árabes davam o sinal de rebate chamando as populações a defenderem os seus haveres. Igualmente ali se verificaram sangrentas lutas, durante a guerra civil de 1832-1834, pela posse do mais estratégico ponto militar da cidade, facto esse que era há anos facilmente constatável pelos buracos das balas incrustadas nas paredes do edifício, mas que, infelizmente, são hoje irreconhecíveis devido aos trabalhos de reboco e restauro mandados executar pela edilidade

    Aljezur, um oásis no turismo algarvio

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    O que mais impressiona em Aljezur é a pureza ambiental, e a beleza paisagística do casario que sobe até ao castelo, por entre ruelas estreitas e sinuosas, íngremes ladeiras no ardor da cal, que nos levam, no olhar atento da calçada acutilante, para as cumeadas do seu velho castelo árabe. Lá no alto, espraiando o olhar sobre o horizonte, depara-se-nos a várzea fértil, tricotada em viçosas leiras, o prateado reflexo do rio cristalino, a ebúrnea colina da Aldeia Nova, e a entrecortada linha verde da serra… Um quadro de ímpar beleza que nos faz sentir senhores do mundo, como nos tempos dos espatários conquistadores. A pureza ambiental é a pedra filosofal de Aljezur

    No I centenário de Emiliano da Costa: converter em casa-museu a residência do poeta

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    Trata-se da transcrição em PDF (melhorada com algumas ilustrações) do artigo publicado, em 17-04-1986, no suplemento de «Cultura» do conceituado vespertino «Diário de Notícias», que é ainda hoje o mais importante órgão da imprensa portuguesa.Emiliano da Costa, médico e poeta algarvio, nasceu em Tavira, mas foi na aldeia de Estoi que viveu a maior parte da sua vida, exercendo a medicina com proficiência e bondade. Foi um homem de fina sensibilidade, muito culto e dotado de um apurado espírito de observação. Desenhava lindamente, amava a música, apreciava a natureza, e no remanso campestre procurava o seu refúgio. Detestava os compadrios políticos e as manifestações beáticas de campanário, respeitava as tradições e divertia-se a reinar com a inocência do povo. Criou na gente do campo uma cumplicidade fraterna, que ainda hoje é lembrada. A sua residência possui um valiosíssimo espólio artístico que deveria transformar-se num pólo museológico que valorizasse a freguesia de Estoi e a cultura algarvia

    Uma seara de emoções na poesia de Quina Faleiro

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    Trata-se do texto da Conferência que pronunciei a 11-3-2006, na minha qualidade de presidente da AJEA, no auditório da Biblioteca Municipal de Faro, em homenagem póstuma à poetisa Quina Faleiro, onde estiveram presentes diversos autarcas do Algarve e Alentejo. Nessa homenagem apresentei a edição do seu derradeiro livro de poesia, «Viagem dos Sentidos», publicado a título póstumo pela AJEA edições.Por mais ideológicas e sublimes, por mais profundas, ascéticas e enigmáticas que sejam as proposições de um poema, não restam dúvidas que é na poesia que tudo se transmite, que tudo se renova e, sobretudo, que tudo se transforma. Os poetas são melancólicos, vivem com a alma a meia haste. Neles o sofrimento é um factor de inspiração e uma necessidade moral para a criação lírica. A poetisa Quina Faleiro possuía um enorme talento para a poesia, um espírito raro de sensibilidade e de criação, sempre aceso pela chama do génio. No jogo das sensações e no choque das impressões, nasce um místico mundo de fantasias e de quimeras, mas também de dolorosas certezas e de cruéis realidades, que desfilam pela escadaria do poema como as tumultuosas águas das íngremes cataratas em que se liquesceram as utopias. Essas fluidas cataratas são as metáforas que desaguam no remate dos sonetos da Quina Faleiro

    Júdice Fialho, o maior industrial conserveiro do Algarve

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    A figura mais notável da História da Indústria Conserveira no Algarve, foi sem sombra para dúvidas João António Júdice Fialho, um homem inteligente e empreendedor, que nas primeiras décadas do século XX conseguiu conquistar os principais mercados europeus com as suas conservas de atum e de sardinha, mas também com as suas massas alimentícias, compotas e marmeladas. Foi dos poucos industriais das pescas que há mais de um século atrás soube visionar o conceito de globalização à escala atlântica, investindo na aquisição de modernos meios de transformação industrial do pescado, cujos avultados lucros lhe permitiram diversificar a produção e reinvestir noutros segmentos de mercado

    Natal algarvio perdeu tradições

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    Artigo de divulgação das particularidades etnográficas da festa natalícia na região do Algarve, que foi publicado na revista de Natal no matutino lisboeta «Diário de Notícias» no ano de 1985 .Na esperança de encontrarmos as genuínas manifestações culturais do Natal, fomos até à serra algarvia, cujos lugarejos percorremos ao sabor e à aventura de seculares caminhos. Conversámos com anciãos de provecta idade, em diferentes “montes” e em esconsos sítios, mas também falámos com pessoas instruídas e alguns jovens, que nesta quadra retornam às suas origens familiares para passarem as suas férias natalícias. Depressa concluímos que as tradições antigas se perderam, e são já irrecuperáveis; que a juventude pouco se interessa com o passado e que despreza as tradições etnográficas; que a televisão, pela sua massificação telenovelesca, faz reter as pessoas em casa e retira o convívio social, perdendo-se também o diálogo familiar em torno da lareira, durante o qual se transmitiam aos jovens as estórias do romanceiro popular; que a carestia de vida exterminou quase por completo as visitas aos lares para estreitar relações… Consensual entre as diferentes gerações é a ideia de o Natal ser a época em que se recebem presentes, sendo, enfim, a consoada uma noite especialmente feliz, mas muito menos alegre do que a noite da Passagem de Ano. Permanece ainda desse passado a Ceia de Natal, assim como a gastronomia tradicional, a reunião da família, o presépio e os grupos de cantadores populares, a que chamam «charolas», que animam as noites frias das janeiras e das reisadas
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