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Mutações no Estilo de Pensamento: Ludwik Fleck e o Modelo Biológico na Historiografia da Ciência
The purpose of this article is to analyze, from the work of Ludwik Fleck, the role of biology and life sciences as a modeling matrix in the constitution of a theoretical and methodological proposal of how to write the history of science; what is here called the “biological model” in the historiography of science. In contrast to the Kuhnian model of history of science strongly inspired by classical physics ”“ although later Kuhn has also referenced in biology ”“, in Fleck, we can find a history of science that is inspired by biology and medicine, presenting a more robust epistemological foundation that, consequently, allows a better elaboration of how to write the history of science. Indeed, analyzing this question we can also see ”“ in addition to the assertion of social and historical aspects in the construction of scientific knowledge as he defended ”“ that his epistemology is also based deeply in the biological referential, thus making the Polish thinker a forerunner of this approach. In highlighting the importance of biology in Fleck’s epistemology, the article also highlights a non-Kuhnian interpretation of the Polish thinkerO objetivo desse artigo é analisar, a partir da obra de Ludwik Fleck, o papel da biologia e das ciências da vida como matriz modelar na constituição de uma teoria e metodologia de escrita da história da ciência. O que aqui é chamado de “modelo biológico” na historiografia da ciência. Em contraposição ao modelo de história da ciência kuhniano inspirado fortemente na física clássica ”“ ainda que posteriormente Kuhn tenha também se referenciado na biologia ”“ em Fleck, podemos encontrar uma história da ciência que se inspira na biologia e na medicina apresentando uma fundamentação epistemológica mais robusta que, consequentemente, permite uma melhor elaboração da escrita da história da ciência. Com efeito, analisando essa questão em Fleck também podemos constatar que ”“ além da afirmação dos aspectos sociais e históricos na construção do conhecimento científico como por ele defendido ”“, sua epistemologia também se assenta profundamente no referencial biológico fazendo, assim, do pensador polonês um precursor dessa abordagem. Ao destacar a importância da influência da biologia em Fleck, o artigo também salienta uma leitura não kuhniana do pensador polonês
A sociedade do conhecimento e o humanismo | The knowledge society and humanism
RESUMO Este artigo aborda aspectos epistemológicos das relações entre ciência, tecnologia e humanismo na era da informação, aqui chamada de “sociedade do conhecimento”. Seu pressuposto fundamental é de que existe um desenvolvimento simultâneo entre conhecimento científico e tecnológico, por um lado, e humanismo, por outro. Contudo, essa relação não é paralela. O humanismo opera de modo transversal à ciência e à tecnologia. Na medida em que a ciência e a tecnologia não têm um valor em si, mas nos seus usos, elas podem tanto ser instrumentos que impeçam a autonomia humana quanto, ao contrário, facilitadoras dessa autonomia. Na sociedade do conhecimento, o desenvolvimento científico e tecnológico é “condição necessária” para a emergência do humanismo – ou pelo menos do tipo de humanismo aí engendrado –, mas não é “condição suficiente”. Este artigo procura, assim, mostrar que a simultaneidade e a transversalidade entre conhecimento e humanismo, nesse modelo de sociedade, sugerem que essa relação comporte necessariamente uma perspectiva epistemológica, isto é, existe uma pressuposição epistemológica na própria condição ética humana. Somos seres éticos porque conhecemos, ainda que o ato de conhecer não nos torne, necessariamente, seres éticos.
Palavras-chave: Humanismo; Sociedade do Conhecimento; Epistemologia.
ABSTRACT The paper discusses epistemological aspects of the relationship among science, technology and humanism in the era of information, here called society of knowledge. The fundamental assumption is that there is a simultaneous development of scientific and technological knowledge, on the one hand, and humanism, on the other. However, this relationship is not parallel. Humanism operates transversely to science and technology. To the extent that science and technology do not have a value in themselves, but in their uses, so can they be instruments to avoid human autonomy as, on the contrary, facilitate this autonomy. In the society of knowledge, scientific and technological developments are “necessary conditions” for the emergence of humanism – or at least the kind of humanism engendered within it – , but they are not “sufficient conditions”. The paper attempts to show that the simultaneity and the transversality intersections between knowledge and humanism in this model of society suggest that this relationship necessarily includes an epistemological perspective, that is, there is an epistemological assumption in the human ethics condition itself. We are ethical beings because we know, although the act of knowing does not make us necessarily ethical beings.
Keywords: Humanism; Society of Knowledge; Epistemology
Wittgenstein and the continental turn
This review reveals that the Peter's book establishes a Wittgensteinian reading of educational philosophical problems and presents a complex architecture, in addition to being a kaleidoscope of authors from different fields and philosophical traditions
Thomas Kuhn e a nova historiografia da ciência
Esse artigo procura mostrar a crítica de Thomas Kuhn a algumas concepções da historiografia da ciência contemporânea que radicalizaram muitas das posições formuladas inicialmente pelo próprio Kuhn. Pretende-se ainda mostrar que um reposicionamento de Kuhn, a partir de sua crítica a seus sucessores, o aproxima mais de suas influências iniciais, em especial, de Ludwig Wittgenstein e Ludwik Fleck
THOMAS KUHN E A NOVA HISTORIOGRAFIA DA CIÊNCIA
Esse artigo procura mostrar a crítica de Thomas Kuhn a algumas concepções da historiografia da ciência contemporânea que radicalizaram muitas das posições formuladas inicialmente pelo próprio Kuhn. Pretende-se ainda mostrar que um reposicionamento de Kuhn, a partir de sua crítica a seus sucessores, o aproxima mais de suas influências iniciais, em especial, de Ludwig Wittgenstein e Ludwik Fleck