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    Agricultura familiar e agroindústria canavieira: impasses sociais.

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    A Política Agroenergética para produção de biocombustíveis é apresentada sob os pressupostos do desenvolvimento sustentável. O álcool, produzido a partir da cana-de-açúcar, aparece como a alternativa mais viável, o que estimula a expansão e redistribuição espacial da produção canavieira. O estado de Goiás está entre as principais rotas de ampliação da cana. O objetivo do artigo é compreender o debate das questões sociais no plano dos discursos oficiais em torno do Plano Nacional de Agroenergia, bem como as contradições sociais associadas à expansão da monocultura canavieira em regiões de predomínio da agricultura familiar. O desenvolvimento do tema baseou-se num estudo de caso, realizado no município de Itapuranga (GO), valendo-se de uma abordagem qualitativa e da combinação das técnicas de pesquisa bibliográfica, observação e, principalmente, entrevistas. Constatou-se que a expansão do cultivo da cana-de-açúcar contribuiu para transformar o contexto social de Itapuranga e provocar alterações consideráveis na dinâmica produtiva e organizacional dos agricultores familiares

    AS LÓGICAS DOS PRODUTORES INVISÍVEIS: SIGNIFICADOS CULTURAIS NA PRODUÇÃO AGRÍCOLA FAMILIAR

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    A produção agrícola tem adotado padrões mundiais, orientada por uma lógica produtivista por meio da produção em larga escala, busca constante de melhora de desempenho, aproveitamento da terra e maximização dos lucros. Estes significados orientam as atividades dentro da comunidade de produtores (PRESS, ARNOULD, MURRAY et al., 2014), mas demonstram-se distantes das lógicas da agricultura familiar, construídas a partir da valorização de aspectos sociais e culturais. Dessa forma, este estudo tem como objetivo compreender a criação de significados culturais acerca da agricultura familiar e a forma como estes significados resultam na construção de lógicas distintas aquelas predominantes no agronegócio. Com base num referencial teórico acerca da construção de significados culturais, adotou-se uma abordagem exploratória por meio de um conjunto de entrevistas com pequenos produtores rurais. Os resultados forneceram três categorias chaves que permeiam a criação de significados na agricultura familiar: formação identitária dos produtores, significados dos alimentos e relações sociais. A análise integrada dos resultados indica a construção de lógicas envolvendo aspectos identitários, sociais, culturais e de produção particulares da agricultura familiar. Os resultados contribuem com o desenvolvimento de políticas públicas e mercadológicas alternativas aquelas predominantes no agronegócio e que respeitam os significados culturais produzidos internamente em grupos não hegemônicos na representação social do universo agrícola
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