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    A polissemia (social) do deserto: uma história do tópos histórico e historiográfico da solidão monástica no contexto latino medieval

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    This paper aims to demonstrate that the traditional historiographical vision of the medieval solitudo is a consequence of the revaluation of some common places of the classical and biblical rhetoric during the period. This is an important observation as it leds us to a new analytical horizon not explored by the monastic studies yet: the social function of the medieval solitude. In methodological terms, this article proposes the exam of the dynamic lexical relations present in the semantic field of the medieval solitude. At the end of our exposition we will have demonstrated that the Latin desert must be understood in relation with the transfer process of the oriental notion to the west. A transfer that brings the solitude under control of some Christian specialists in isolation, such as hermits and monks. These characters claim for themselves the monopoly on the occupation of the space of solitude: the eremus. In the end, this essay argues that the Latinized solitude notion, as well as the polysemy of the biblical desertum, implicate a “territorialized” conception of the space, as the social agents involved intend to exercise their influence (in an exclusive form) on this space

    The (social) polysemy of the desert: a history of histórical and historiographical topos of the monastic solitude in medieval latin context

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    This paper aims to demonstrate that the traditional historiographical vision of the medieval solitudo is a consequence of the revaluation of some common places of the classical and biblical rhetoric during the period. This is an important observation as it leds us to a new analytical horizon not explored by the monastic studies yet: the social function of the medieval solitude. In methodological terms, this article proposes the exam of the dynamic lexical relations present in the semantic field of the medieval solitude. At the end of our exposition we will have demonstrated that the Latin desert must be understood in relation with the transfer process of the oriental notion to the west. A transfer that brings the solitude under control of some Christian specialists in isolation, such as hermits and monks. These characters claim for themselves the monopoly on the occupation of the space of solitude: the eremus. In the end, this essay argues that the Latinized solitude notion, as well as the polysemy of the biblical desertum, implicate a “territorialized” conception of the space, as the social agents involved intend to exercise their influence (in an exclusive form) on this space.O que seria dos monges sem o isolamento? Se as formas de vida monásticas são diversas ao longo do tempo, a presença de um ideal penitencial de separação, de abandono e mesmo de desprezo do mundo é marca constante entre os monges do mundo latino medieval. Essa pluralidade de modalidades de isolamento levou parte da historiografia a compreender a solidão monástica exclusivamente como um desejo religioso de relação direta e solitária do monge com Deus. Ainda que apareça na documentação, essa vontade representa apenas o aspecto mais superficial da definição medieval de solidão. O presente artigo visa demonstrar que esta visão historiográfica parcial é tributária da revalorização medieval de alguns lugares comuns da retórica clássica e bíblica.  Constatação não sem importância, uma vez que ela nos abre um novo horizonte analítico ainda não explorado pelos estudos monásticos: a função social da solidão medieval. Metodologicamente, o artigo propõe o exame das relações lexicais dinâmicas presentes no campo semântico da solidão medieval. Ao final de nosso percurso teremos demonstrado que o deserto latino é, antes de tudo, o resultado da transferência da noção oriental para o ocidente. Uma transferência que coloca a solidão sob o controle de especialistas do isolamento cristão, tais como eremitas e monges. Esses reivindicam para si o monopólio da ocupação de um espaço de solidão: o eremus. Por fim, o presente artigo defende que a noção latinizada de solidão, bem como a polissemia do desertum bíblico, implica uma concepção “territorializada” do espaço na medida em que os agentes sociais em questão pretendem exercer sua influência de forma exclusiva sobre este espaço
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