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Yama Yama: os sons da memória: afetos e parentesco entre os Yaminahua
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Antropologia SocialEmbora se funde na vida e na etnografia, esta tese toda gira direta ou indiretamente em torno da memória: memória dos nomes, que sublinha tanto o vÃnculo da pertença como da diferença, ou seja, a marca da história na substância; memória das aldeias, que é sempre memória de um trânsito, de uma divisão, dos parentes que moram em outro lugar, memória determinante de ser parte e não Todo; músicas da memória, que são um pouco de memória em estado puro, o que se pensa nas pessoas; vingança, que é permanência da memória e movimento contÃnuo do pensamento; memória doentia do vegetal (puxta vëte), que inflama o desejo e reduz o corpo; memória do esquecimento, memória que falta aos parentes celestiais. No âmago da memória, os cantos yama yama. Uma das expressões mais claras dos problemas que os Yaminahua (Alto Ucayali, Peru) têm tanto para viver juntos como para viver separados. Como dizem os Yaminahua, os yama yama se cantam para alguém, e são as relações todas com esses alguém que constroem a pessoa e os cantos. Afinal, é aÃ, à luz de um espaço biográfico desenhado à surdina das ausências, que melhor pode observar-se o espaço dilemático em que se desenvolvem as relações sociais yaminahua. Entre a tristeza que provoca o pensar continuado e a alegria da festa e da convivência, os Yaminahua se encontram na transversal da vida. A par do mapa social, pode notar-se um mapa complexo de afetos que tecem uma rede permanente de ires, vires e perdas
Yawanawa :
Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas.2012-10-18T19:58:16
Becoming Other, Becoming a Relative: The Masato Feasts among Yaminahua (Peruvian Amazon)
Durante las masateadas los yaminahua se reúnen y consumen grandes cantidades de masato, la bebida fermentada de yuca que da nombre a esas fiestas. La música, el baile y la participación de los madereros que trabajan rÃo arriba marcan estas reuniones durante las cuales las familias, dispersas en el dÃa a dÃa en los caserÃos distribuidos a los largo del curso fluvial, se juntan para divertirse, bailar y flirtear. Las masateadas parecen operar como una especie de modelo reducido sociológico: en ellas, los principios centrÃfugos y centrÃpetos de la dinámica social yaminahua se muestran de forma condensada y en acción. Si de un lado están plenamente operativos los valores que unen –la alegrÃa, la generosidad, la voluntad de juntarse con parientes y personas afines–, de otro lado se manifiestan con especial intensidad las lÃneas de fractura y conflicto parcialmente obviadas en lo cotidiano, la tristeza y la separación. En este texto examinamos cómo las masateadas construyen y expresan dichas relaciones, constituyéndose en uno de los espacios (y momentos) paradigmáticos de su confluencia.During the masateada festivities the Yaminahua get together to consume mass quantities of masato, the fermented manioc-based drink that gives the festival its name. The music, dancing, and participation of loggers who work up the river mark these encounters in which families, who would normally be busy with their day-to-day chores in the housing complexes distributed along the flow of the river, get together to have a good time, dance, and flirt. The masateadas seem to function as a kind of reduced sociological model: in these festivities, the centrifugal and centripetal principals of Yaminahua social dynamics may be seen in action in a condensed form. If, on the one hand, the values uniting this group are fully operational –joyfulness, generosity, the desire to get together with family members and friends– on the other, points of fracture and conflict only partially obvious in daily life, such as sadness and separation, become manifest with special intensity. This text examines how the masateadas construct and express such kinds of relationships, thus constituting one of the paradigmatic spaces (and moments) of their confluence
Vinciane Despret – vozes de outros mundos
Apresentação do texto Pesquisar junto aos mortos, versão expandida e traduzida da 2ª Conferência Lévi-Strauss, ministrada por Vinciane Despret na École de Hautes Études em Sciences Sociales em 2018
O Saber é Estranho e Amargo - Sociologia e mitologia do conhecimento entre os Yaminawa
O artigo, baseado em pesquisa de campo entre vários grupos indÃgenas de lÃngua Pano Yaminawa e Yawanawaocupa- se das idéias locais a respeito do conhecimento, do seu valor, da sua distribuição e transmissão, a partir, sobretudo, do comentário de alguns mitos. Para além de um saber cotidiano e não marcado que é transmitido informalmente pelos mesmos canais que criam o dia a dia da aldeia (especialmente a troca de alimentos) existe um outro saber marcado cuja máxima expressão é o xamanismo, baseado na ingestão de substâncias amargasque pelo contrário é objeto de apropriação e riqueza não necessariamente compartilhada, e que só é obtido por meios difÃceis e negociados. A diferença entre esses dois tipos de saber esclarece algumas caracterÃsticas da estrutura destas sociedades, e também levanta questões importantes a respeito da gestão dos saberes tradicionais no âmbito global
Etnografia como antÃdoto: entrevista com Philippe Erikson
Desde meados da década de 1980, Philippe Erikson deu um impulso decisivo ao estudo dos povos de lÃngua pano, notadamente a partir de seus trabalhos de pesquisa entre os Matis, no Vale do Javari, e os Chacobo, na BolÃvia, localizados próximos à fronteira brasileira. Professor na Université Paris-Ouest Nanterre (outrora Paris X) e pesquisador do EREA (Equipe de Recherche en Ethnologie Amérindienne), Philippe Erikson tem não apenas recepcionado diversos pesquisadores brasileiros em Paris, mas, sobretudo, incrementado a interlocução entre etnólogos dos dois lados do Atlântico, marca de sua delicadeza e generosidade. Nesta entrevista, realizada há três anos, em Buenos Aires, durante a realização da VIII Reunião de Antropologia do Mercosul, Philippe conversou com cinco panólogos sobre sua trajetória acadêmica, sua aproximação da tnologia, sobre sua predileção pela Etnografia, em detrimento das ambições comparativas ou da procura por modelos teóricos que já o acompanharam
Goldman, Márcio. 2011. Do lado do tempo: o Terreiro de Matamba Tombenci neto (Ilhéus, Bahia) / Mãe Hilsa Mukalê; (histórias contadas a Márcio Goldman). Rio de Janeiro: 7Letras
Resenha do livro Do lado do tempo: o Terreiro de Matamba Tombenci neto (Ilhéus, Bahia) / Mãe Hilsa Mukalê; (histórias contadas a Márcio Goldman), de Márcio Goldman, publicado em 2011.Â