10 research outputs found

    Cor/raça no Estudo Pró-Saúde: resultados comparativos de dois métodos de autoclassificação no Rio de Janeiro, Brasil Ethnicity/race in the Pró-Saúde Study: comparative results of two methods of self-classification in Rio de Janeiro, Brazil

    No full text
    Variações nos sistemas de classificação da cor/raça e a dependência contextual de sua aplicação são alguns dos desafios para a realização de estudos de saúde com recorte étnico/racial no Brasil. As respostas a duas abordagens distintas para autoclassificação de raça - questão fechada (IBGE) e questão aberta - foram comparadas em um estudo de coorte dos funcionários de uma universidade no Rio de Janeiro. De acordo com a pergunta fechada, 54,0% dos 3.717 participantes classificaram-se como brancos, 30,0% como pardos e 16,0% como pretos. Segundo a pergunta aberta, essas proporções foram 53,0%, 25,0% e 22,0%, respectivamente, agrupando-se os termos moreno, mestiço e mulato na categoria parda. Apesar da concordância elevada (kappa = 0,80; IC95%: 0,78-0,82), proporções não desprezíveis de participantes negros ou pardos (pergunta aberta) escolheram categorias mais "claras" entre as opções do IBGE. A utilização do recorte étnico/racial nos estudos de saúde pode não apenas revelar dados sobre as desigualdades sociais no Brasil, mas também contribuir para a formulação de políticas na área da saúde pública informadas pelas especificidades da sociedade brasileira.<br>Variations in classification systems related to color/race and the contextual dependence of their utilization are two challenges for researchers conducting health studies within an ethnic/racial framework. A comparison was made between the results obtained by two distinct approaches to racial self-classification - a closed question (using categories from the IBGE, or National Census Bureau) and an open-ended question - in a cohort study of employees at a university in Rio de Janeiro. According to the closed question, 54.0% of the 3,717 respondents classified themselves as white, 30.0% as brown (or mixed-race), and 16.0% as black. According to answers to the open-ended question, the proportions were 53.0%, 25.0%, and 22.0%, respectively, when the terms "moreno", "mestiço", and "mulato" were grouped under the "brown" category. Despite the high level of agreement (kappa = 0.80; 95%CI: 0.78-0.82), a sizeable numbers of black and brown respondents (open-ended question) chose "whitening" categories available in the list supplied by the IBGE. The use of ethnic/racial categories in health studies can both reveal information on health inequalities in Brazil and also contribute to the formulation of public health policies adequately informed by the specificities of Brazilian society

    Aspectos epidemiológicos das desigualdades raciais em saúde no Brasil Epidemiologic aspects of racial inequalities in health in Brazil

    No full text
    Evidências empíricas nas áreas de educação, trabalho e justiça indicam que a discriminação racial é fator estruturante das desvantagens econômicas e sociais enfrentadas por minorias étnico-raciais no Brasil. Apesar disso, as desigualdades étnico-raciais, no âmbito da saúde, têm sido pouco investigadas. Apresentam-se indicadores que demonstram que as categorias raciais predizem, de forma importante, variações na mortalidade. A mortalidade precoce predomina entre indígenas e pretos; os níveis de mortalidade materna e por doenças cerebrovasculares são mais elevados entre as mulheres pretas; e no capítulo das agressões, os homens jovens pretos apresentam ampla desvantagem. Entre as possíveis causas das desigualdades étnico-raciais em saúde, destacam-se as diferenças sócio-econômicas que se acumulam ao longo da vida de sucessivas gerações. Sugere-se que a discriminação racial, com seus efeitos próprios na saúde, encontra-se na origem de grande parte dessas desigualdades. Instrumentos diretos e indiretos de avaliação do impacto da discriminação racial na saúde são discutidos. Propõe-se que o estudo do impacto, na saúde, das inter-relações entre classe social e raça é um campo promissor para a investigação e intervenção nas desigualdades de saúde.<br>In Brazil, data on education, the labor market, and the law enforcement and court systems have already documented that racial discrimination is a structural factor underlying economic and social disadvantages experienced by racial/ethnic minorities. However, racial inequalities in health have received little investigation. According to health indicators presented in this paper, race is a strong predictor of variability in mortality. Early mortality is more frequent among indigenous and black Brazilians; mortality rates from stroke and especially maternal mortality rates are exceedingly higher among black women; violence occurs predominantly among young black men. Lifetime socioeconomic differences across successive generations have been identified as the main cause of racial inequality in health. It is also suggested that racial discrimination and its impact on health are at the origin of these inequalities. Instruments to directly or indirectly measure the impact of racial discrimination on health are discussed. The article suggests that investigation of the impact of both social class and race on health is the most productive approach, both for research as well as for policies to address health inequalities

    Genetics against race: Science, politics and affirmative action in Brazil

    No full text
    This article analyses interrelations between genetic ancestry research, political conflict and social identity. It focuses on the debate on race-based affirmative action policies, which have been implemented in Brazil since the turn of the century. Genetic evidence of high levels of admixture in the Brazilian population has become a key element of arguments that question the validity of the category of race for the development of public policies. In response, members of Brazil’s black movement have dismissed the relevance of genetics by arguing, first, that in Brazil race functions as a social – rather than a biological – category, and, second, that racial classification and discrimination in this country are based on appearance, rather than on genotype. This article highlights the importance of power relations and political interests in shaping public engagements with genetic research and their social consequences
    corecore