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Desigualdades socioeconômicas e de gênero relacionadas ao uso, gastos e ao comprometimento de renda com medicamentos no Sul do Brasil
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública, Florianópolis, 2010Objetivo: Descrever as desigualdades socioeconômicas referentes ao uso, gastos e comprometimento de renda com a compra de medicamentos em uma população adulta. Métodos: Estudo transversal de base populacional com adultos (n= 2016) residentes na área urbana de Florianópolis, SC em 2009. Realizou-se a seleção da amostra por conglomerados, sendo os setores censitários as unidades primárias de amostragem. Investigou-se o uso de medicamentos e os gastos com sua compra nos 30 dias anteriores à entrevista. Uso, gasto e comprometimento de renda devido a medicamentos foram analisados segundo a renda familiar per capita, a cor da pele auto-referida, idade e o sexo dos indivíduos, através do teste do qui-quadrado, Mann Whitney e Kruskall-Wallis quando pertinente, considerando o efeito de delineamento. Resultados: A prevalência de uso de medicamentos foi de 77,4% (IC95% 74,8-80,0), sendo maior entre as mulheres e naqueles com maior idade. A média de gastos com medicamentos foi igual a R$ 46,70, com valores mais elevados entre as mulheres, naqueles com idade mais elevada e entre os mais ricos. Enquanto apenas 3,6% dos mais ricos comprometeram mais de 15% de seus rendimentos na compra de medicamentos, esse valor chegou a 10,7% nos mais pobres A proporção de pessoas que tiveram de comprar medicamentos após tentativa fracassada de obtenção do SUS foi maior entre o mais pobres, mulheres e naqueles com maior idade. Grande parte dos adultos comprou medicamentos contidos na RENAME (20,1%) e (28,8%), identificando-se diferenças significativas segundo sexo, idade e renda. Conclusão: Existe expressiva desigualdade socioeconômica e de gênero no comprometimento de renda com a compra de medicamentos, com piores condições para os mais pobres e para as mulheres
Desigualdade socioeconômica nos gastos catastróficos em saúde no Brasil: análise da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002-3 e 2008-9
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Florianópolis, 2013.Na presente tese objetivou-se analisar a prevalência e as desigualdades socioeconômicas nos gastos catastróficos em saúde (GCS). Adicionalmente, descreveu-se a variação na proporção de domicílios vivendo abaixo da linha de pobreza (LP) em 2002-3 e 2008-9 ao se deduzir os diferentes tipos de gastos em saúde de seus rendimentos. As análises foram realizadas a partir dos dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares de 2002-3 (n=48.470 domicílios) e 2008-9 (n=55.970 domicílios). O GCS foi definido como despesas em excesso de 10% e 20% do consumo total e 40% da capacidade de pagamento dos domicílios. O Indicador Econômico Nacional e a escolaridade do chefe da família foram consideradas variáveis socioeconômicas. A desigualdade socioeconômica foi estimada através da diferença relativa entre as taxas, a razão das taxas e o índice de concentração. Os gastos catastróficos variaram entre 0,7% a 21,0%, a depender do ponto de corte. Foi identificado aumento na prevalência de GCS entre 2002-3 e 2008-9 de 25,0% quando utilizado o ponto de corte de 20% em relação ao total de consumo e de 100% quando se utilizou o ponto de 40% da capacidade de pagamento. Observou-se aumento da desigualdade socioeconômica na prevalência de gasto catastrófico em saúde no Brasil entre 2002-3 e 2008-9, sendo que a prevalência foi de até 5,20 vezes maior entre os mais pobres e 4,17 vezes maior entre os menos escolarizados. Para responder aos objetivos referentes à descrição e variação na proporção de domicílios vivendo abaixo da linha de pobreza no Brasil, utilizaram-se dois pontos de corte para definir pobreza: rendimento per capita diário inferior a US100,0 (2002-3) e R 2.0, as proposed by the World Bank (WB), and monthly income per capita of less than U.S. 140.0 (2008-9), as recommended by Bolsa Família Program (BFP). To identify the sociodemographic factors associated with the impoverishment of households, multivariable logistic regression analyses were performed. An increase in households living below the poverty line in Brazil after subtraction of health expenditures from the family income was identified. Considering the LP recommended by the WB in 2002-3, the increase was 2.5 percentage points (or 7.7%) and in 2008-9 by 1.3 percentage points (or 21.7%). When the LP (PBF) was taken into account, the variation was 1.6 (11.9%) and 1.3 (17.3%) percentage points, respectively. Expenditure on medicine was the main factor that contributed to an increase in the number of PL households. The associated factors with poverty when LP (WB) was considered were residing in rural areas, belonging to the lowest economic status and presence of children in the household. Using PL (BFP), the associated factors were belonging to the lowest economic status and the presence of children in the household. These findings reinforce the need to develop policies and actions to ensure access to the public health care system, drugs and protection against catastrophic health expenditure and the risk of impoverishment in Brazil
How important is school environment in explaining individual variance of health behaviors?
We analyzed data from the National School-based Health Survey (PeNSE) carried out in Brazil in 2015 (n = 102,072 adolescents) to estimate how much of the individual variance in the prevalence of health behaviors is attributable to the school level. Multilevel logistic regression models were calculated to estimate the variance partitional coefficient (VPC) of the use of drugs, intake of unhealthy food, leisure physical activity and weight-related behaviors. The between-schools variance was significant in all tested models. The highest VPCs were observed when the use of drugs was analyzed (15%-20% of the total variance of smoking and use of illegal drugs). Lower, but still significant, values were observed in the other outcomes. The school context plays an important role in the adolescents’ health and should be considered in the design of public policies and actions in public health
Anos potenciais de vida perdidos por câncer de boca e faringe no Brasil: 1979 a 2013
OBJECTIVE: To estimate the years of life lost by the Brazilian population due to mouth and pharynx cancer from 1979 to 2013, and analyze the temporal trends in the studied period, according to the country’s region, sex and anatomical site. METHODS: The death records were obtained from the Mortality Information System and the data referring to the population, from the censuses of the Brazilian Institute of Geography and Statistics of 1980, 1991, 2000, 2010, and from intercensal estimates for the other years. The rates of potential years of life lost were calculated by applying the method suggested by Romeder and McWhinnie, and their trends were calculated using the Prais-Winsten method with firstorder autocorrelation. The historical series were smoothed with the centered moving average technique of third order for white noise reduction. RESULTS: In the period from 1979 to 2013 in Brazil, there were a total of 107,506 premature deaths due to mouth and pharynx cancer, which generated a total of 1,589,501 potential years of life lost, the equivalent to a rate of 3.6 per 10,000 inhabitants. Males, whose rate was six times higher than for females, contributed with 85% of the years lost. The trends in the rates of years of life lost showed an annual 0.72% increase for men, 1.13% for women and 1.05% for pharynx cancer. CONCLUSIONS: The rate of potential years of life lost due to mouth and pharynx cancer in the country showed an upward trend within the studied period for both sexes, as well as for pharynx cancer and for the North, Northeast and Midwest regions.OBJETIVO: Estimar os anos de vida perdidos pela população brasileira devido ao câncer de boca e faringe de 1979 a 2013 e analisar a tendências temporais no período estudado, segundo região do país, sexo e sítio anatômico. MÉTODOS: Os registros de óbitos foram obtidos do Sistema de Informações sobre Mortalidade e os dados referentes à população, dos censos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 1980, 1991, 2000, 2010 e de estimativas intercensitárias para os demais anos. Foram calculadas as taxas de anos de vida potencialmente perdidos aplicando o método sugerido por Romeder e McWhinnie, e suas tendências foram calculadas usando o método de Prais-Winsten com correção para autocorrelação de primeira ordem. As séries históricas foram alisadas com técnica de média móvel central de ordem 3 para redução de ruído branco. RESULTADOS: No período de 1979 a 2013 no Brasil, houve um total de 107.506 mortes prematuras devido ao câncer de boca e faringe, o que gerou um total de 1.589.501 anos potenciais de vida perdidos, equivalendo a uma taxa de 3,6 por 10.000 habitantes. O sexo masculino, com uma taxa seis vezes maior que a do sexo feminino, contribuiu com 85% dos anos perdidos. As tendências das taxas de anos de vida perdidos mostraram aumento anual de 0,72% nos homens, 1,13% nas mulheres e 1,05% para o câncer de faringe. CONCLUSÕES: A taxa de anos potenciais de vida perdidos por câncer de boca e faringe no país mostrou tendência de aumento dentro do período estudado em ambos os sexos, assim como para o câncer de faringe e para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste
Uso racional de medicamentos
Ao longo das três unidades deste módulo, teremos um panorama do uso racional de medicamentos, a partir de sua definição, até sua compreensão como objetivo difícil de ser alcançado pelos profissionais da Saúde.
Ademais, conheceremos as barreiras para o URM e as maneiras de enfrentá-las, e vimos como a prescrição e a dispensação de medicamentos são relevantes para favorecer seu uso racional.
Por fim, compreenderemos como sua atuação profissional pode contribuir para um melhor uso dos medicamentos e, portanto, a uma melhor qualidade de vida dos usuários.1.0Ministério da Saúde/OPAS/OM
Acesso universal e igualitário? O desafio na oferta do aborto previsto em lei pelo Sistema Único de Saúde
O aborto é tipificado no Código Penal brasileiro, entretanto, há casos em que ele não é punível. Nesses casos, o serviço deve ser ofertado no Sistema Único de Saúde (SUS), seguindo os princípios de igualdade de assistência e universalidade de acesso. No entanto, está concentrado em poucos hospitais de grandes centros urbanos, limitando o acesso. As limitações institucionais da oferta refletem desafios próprios do SUS e são acrescidas de estigmatização do procedimento, impondo barreiras adicionais ao acesso. Neste ensaio, a oferta do aborto previsto em lei no país é abordada a partir da lógica de organização do SUS e dos marcos normativos que a tangem. Em seguida, à luz de experiências e recomendações internacionais, são discutidas possibilidades de expansão da oferta e facilitação do acesso. Conclui-se que o Brasil seria capaz de oferecer de forma segura na atenção primária o aborto previsto em lei, utilizando-se de sua capilaridade para ampliar a acessibilidade geográfica, evitando o não acesso por indisponibilidade. A não garantia de acesso pode levar à busca por meios inseguros de interromper a gravidez, além de violar direitos de preservação da vida, da dignidade e da liberdade.Abortion is defined as a crime in the Brazilian Penal Code, nonetheless, it is not punishable in some cases. In these cases, the procedure must be offered by the Brazilian National Health System (SUS) following its principles of equal assistance and universal access. However, its provision is concentrated in a few hospitals in urban centres, limiting access. The institutional limitation of provision reflects some weaknesses of SUS and is aggravated by the stigmatization of the procedure, adding barriers to accessing it. In this essay, we approach legal abortion provision based on the SUS organization and the normative frameworks on abortion in the country. Then, we discuss alternatives for expanding abortion provision and access considering international experiences and recommendations. In conclusion, Brazil could provide safe legal abortion in primary health care, using its capillarity to expand geographic accessibility, and avoiding lack of access due to unavailability. Failure to guarantee safe abortion access can lead to unsafe procedures, in addition to violating the right to preserve life, to dignity and to freedom
Influência dos gastos em saúde no empobrecimento de domicílios no Brasil
OBJECTIVE To analyze the variation in the proportion of households living below the poverty line in Brazil and the factors associated with their impoverishment. METHODS Income and expenditure data from the Household Budget Survey, which was conducted in Brazil between 2002-2003 (n = 48,470 households) and 2008-2009 (n = 55,970 households) with a national sample, were analyzed. Two cutoff points were used to define poverty. The first cutoff is a per capita monthly income below R140.00 in 2008-2009, as recommended by the Bolsa Família Program. The second, which is proposed by the World Bank and is adjusted for purchasing power parity, defines poverty as per capita income below US3.54 per day in 2002-2003 and 2008-2009, respectively. Logistic regression was used to identify the sociodemographic factors associated with the impoverishment of households. RESULTS After subtracting health expenditures, there was an increase in households living below the poverty line in Brazil. Using the World Bank poverty line, the increase in 2002-2003 and 2008-2009 was 2.6 percentage points (6.8%) and 2.3 percentage points (11.6%), respectively. Using the Bolsa Família Program poverty line, the increase was 1.6 (11.9%) and 1.3 (17.3%) percentage points, respectively. Expenditure on prescription drugs primarily contributed to the increase in poor households. According to the World Bank poverty line, the factors associated with impoverishment include a worse-off financial situation, a household headed by an individual with low education, the presence of children, and the absence of older adults. Using the Bolsa Família Program poverty line, the factors associated with impoverishment include a worse-off financial situation and the presence of children. CONCLUSIONS Health expenditures play an important role in the impoverishment of segments of the Brazilian population, especially among the most disadvantaged.OBJETIVO Analisar a variação na proporção de domicílios vivendo abaixo da linha de pobreza no Brasil e os fatores associados ao empobrecimento. MÉTODOS Foram analisados os dados de despesa e renda das Pesquisas de Orçamentos Familiares conduzidas no Brasil em 2002-2003 (n = 48.470 domicílios) e 2008-2009 (n = 55.970 domicílios) com amostra representativa nacional. Foram utilizados dois pontos de corte para definir pobreza. O primeiro, recomendado pelo Programa Bolsa-Família, considerou pobreza rendimento per capita mensal inferior a R140,00 em 2008-2009. O segundo, proposto pelo Banco Mundial, incorpora a correção pela paridade do poder de compra, resultando em US3,54, em 2008-2009. Para identificar os fatores sociodemográficos associados ao empobrecimento dos domicílios foi utilizada regressão logística. RESULTADOS Houve acréscimo de domicílios vivendo abaixo da linha de pobreza no Brasil após subtração dos gastos em saúde. Considerando-se a linha de pobreza recomendada pelo Banco Mundial, em 2002-2003 o acréscimo foi 2,6 pontos percentuais (ou 6,8%) e, em 2008-2009, 2,3 pontos percentuais (ou 11,6%). Considerando-se a linha de pobreza utilizada pelo Programa Bolsa-Família, a variação foi 1,6 (11,9%) e 1,3 (17,3%), respectivamente. Gastos com medicamentos foram os que mais contribuíram para o aumento de domicílios pobres. Os fatores associados ao empobrecimento, segundo a linha de pobreza do Banco Mundial, foram apresentar pior situação econômica, ser chefiado por indivíduo com baixa escolaridade, presença de crianças e ausência de idosos. Utilizando-se a linha de pobreza do Bolsa-Família, os fatores associados foram apresentar pior situação econômica e presença de crianças. CONCLUSÕES Os gastos em saúde apresentam importante influência no empobrecimento de segmentos da população brasileira, sobretudo entre os mais desfavorecidos
Desigualdades socioeconômicas nos gastos e comprometimento da renda com medicamentos no Sul do Brasil
OBJECTIVE: To describe socioeconomic inequalities regarding the use, expenditures and the income committed to the purchase of medicines. METHODS: A cross-sectional population-based study was carried out with 1,720 adults living in the urban area of Florianópolis, Southern Brazil, in 2009. Cluster sampling was adopted and census tracts were the primary sampling units. Use of medicines and the expenditures incurred in their purchase in the past 30 days were investigated through interviews. Use, expenditures and the income committed concerning medicines were analyzed according to per capita family income, self-reported skin color, age and sex, adjusting for the complex sample. RESULTS: The prevalence of medicine use was 76.5% (95%CI: 73.8; 79.3), higher among women and in older individuals. The mean expenditure on medicine was R 46,70, con valores más elevados entre las mujeres, los blancos, los de edad más elevada y entre los más ricos. Mientras que 3,1% de los más ricos comprometieron más de 15% de sus rendimientos en la compra de medicamentos, ese valor llegó a 9,6% en los más pobres. La proporción de personas que tuvieron que comprar medicamentos posterior al intento fracasado de obtenerlos por el Sistema Único de Salud fue mayor entre los más pobres (11,0%), mujeres (10,2%) y en aquellos con edad avanzada (11,1%). Gran parte de los adultos compró medicamentos ubicados en la Relación Nacional de Medicamentos Esenciales (19,9%) o en la Relación Municipal de Medicamentos Esenciales (28,6%), con diferencias significativas según sexo, edad y renta. CONCLUSIONES: Existe desigualdad socioeconómica, de edad y de género en el comprometimiento de renta con la compra de medicamentos, con peores condiciones para los más pobres, los de edad avanzada y para las mujeres.OBJETIVO: Descrever as desigualdades socioeconômicas referentes ao uso, gastos e comprometimento de renda com a compra de medicamentos. MÉTODOS: Estudo transversal de base populacional com 1.720 adultos de área urbana de Florianópolis, SC, em 2009. Realizou-se a seleção da amostra por conglomerados e as unidades primárias foram os setores censitários. Investigou-se o uso de medicamentos e os gastos com sua compra nos 30 dias anteriores, por meio de entrevista. Uso, gasto e comprometimento de renda devido a medicamentos foram analisados segundo a renda familiar per capita, a cor da pele auto-referida, idade e o sexo dos indivíduos, ajustado para amostra complexa. RESULTADOS: A prevalência de uso de medicamentos foi de 76,5% (IC95%: 73,8;79,3), maior entre as mulheres e naqueles com maior idade. A média de gastos com medicamentos foi igual a R$ 46,70, com valores mais elevados entre as mulheres, os brancos, os com idade mais elevada e entre os mais ricos. Enquanto 3,1% dos mais ricos comprometeram mais de 15% de seus rendimentos na compra de medicamentos, esse valor chegou a 9,6% nos mais pobres. A proporção de pessoas que tiveram de comprar medicamentos após tentativa fracassada de obtenção pelo Sistema Único de Saúde foi maior entre os mais pobres (11,0%), mulheres (10,2%) e naqueles com maior idade (11,1%). Grande parte dos adultos comprou medicamentos contidos na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (19,9%) ou na Relação Municipal de Medicamentos Essenciais (28,6%), com diferenças significativas segundo sexo, idade e renda. CONCLUSÕES: Existe desigualdade socioeconômica, de idade e de gênero no comprometimento de renda com a compra de medicamentos, com piores condições para os mais pobres, os de maior idade e para as mulheres
Acesso a medicamentos no setor público: análise de usuários do Sistema Único de Saúde no Brasil
Objetivou-se descrever a prevalência e os fatores associados ao acesso de usuários a medicamentos no Sistema Único de Saúde (SUS) que tiveram prescrição no próprio sistema público. Analisaram-se os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios conduzida em 2008, no Brasil. A amostra foi composta por indivíduos que tiveram medicamentos receitados no SUS nas duas semanas anteriores à entrevista (n = 19.427). A variável dependente foi o acesso à totalidade de remédios receitados no sistema. Pouco menos da metade da população que teve medicamentos prescritos os obteve no próprio sistema público, número mais elevado entre os habitantes da Região Sul, os de cor de pele preta, com menor escolaridade e renda e entre aqueles que residem em domicílios cadastrados na Estratégia Saúde da Família. Quando se considerou a obtenção desses fármacos via setor privado, verificou-se maior acesso total para os mais ricos, com maior escolaridade e brancos. Os resultados reforçam a necessidade de políticas que diminuam as desigualdades no acesso a medicamentos no país
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