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Implicações Psíquicas no Desvio Fonológico Analisadas por Meio dos Contos de Fadas
Nesta pesquisa analisou-se a relação entre o desvio fonológico e as questões psíquicas envolvidas nessa patologia e a forma como as crianças se posicionaram diante de tal sintoma. O desvio fonológico é uma alteração da fala, com uso inadequado de fonemas e ausência de fatores orgânicos identificáveis. Sua maior ocorrência é constatada entre quatro e oito anos de idade. O objetivo deste estudo foi analisar a posição refratária e outros aspectos psicológicos em crianças com desvio fonológico por meio dos contos de fadas. Empregou-se uma metodologia qualitativa, a partir da análise de conteúdo. Participaram da pesquisa dez crianças, de ambos os sexos, na faixa etária de quatro anos a sete anos e 11 meses, diagnosticadas com desvio fonológico e encaminhadas ao serviço de atendimento fonoaudiológico de uma instituição de ensino superior. Para a coleta de dados, o instrumento utilizado foi os contos de fadas. Os dados foram generalizados e agrupados em categorias temáticas e apontaram que todas as crianças da pesquisa eram refratárias à convenção linguística em virtude de uma dificuldade de sair do período de dependência relativa para a independência, desenvolvendo assim um sintoma de linguagem
A subjetivação da criança escolar : um estudo sobre o tempo de latência
A presente pesquisa consiste num estudo sobre o processo de constituição psíquica da criança em idade escolar a partir do conceito tempo de latência, buscando articulá-lo ao processo de escolarização da infância. Situa o conceito no conjunto da obra freudiana desde seus primeiros trabalhos sobre as neuroses e a sexualidade infantil, passa pelo período de formulação da teoria das pulsões, localiza-o no contexto da teoria estrutural e, igualmente, nas reflexões de Freud acerca das relações entre natureza e cultura. Em sucessão, verifica os desdobramentos que o conceito tem na obra de reconhecidos psicanalistas que se dedicaram à análise de crianças, como Melanie Klein, Anna Freud, Donald Winnicott, Charles Sarnoff e Françoise Dolto, culminando com uma leitura do tempo de latência como um tempo lógico a partir do enfoque lacaniano. Enquanto tempo lógico infere que a latência não decorre de um processo natural, desencadeado pelo organismo, e sim pela demanda do Outro. Nesse sentido procura vinculá-lo às transformações culturais da modernidade, entre estas o processo de escolarização da infância. Sustenta que a escolarização favorece a constituição do tempo de latência, na medida em a escola se organiza como o espaço social destinado à criança, distanciando-a do ambiente familiar sem, no entanto, incluí-la no mundo adulto, ao mesmo tempo em que possibilita formas de sublimação. Entendendo o tempo de latência como uma produção do laço social, cogita que novas transformações na cultura podem extingui-lo enquanto tempo constitutivo. Aponta que fraturas na sustentação do trabalho psíquico deste tempo constitutivo aparecem em algumas formações clínicas, como a inibição intelectual e a fobia escolar.
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The research consists of a study on the process of psychic constitution of the child in school age from the concept of latency time, searching the education process of infancy. It points out the concept in the set of the Freudian workmanship since the first works on the neuroses and the infantile sexuality, passes for the period of formularization of the drive theory, still locates it in the context of the structural theory and in the reflections of Freud about the relations between nature and culture. To leave of this, it verifies the unfoldings that the concept has in the workmanship of recognized psychoanalysts who had dedicated themselves to analyze of children as Melanie Klein, Anna Freud, Donald Winnicott, Charles Sarnoff and Françoise Dolto, culminating with a reading of the latency time as a logical time from the lacanian approach. While logical time understands that the latency does not elapse of a natural process, unchained for the organism, and yes for the demand of the Other. In this direction it searches to tie it to the cultural transformations of modernity, between these the education process of infancy. It supports that the education favors the constitution of the latency time, in the measure where the school is organized as the social space destined to the child, distancing itself of the familiar environment without, in meanwhile include them in the adult world, at the same time where it makes possible subliming forms. Understanding the latency time as a production of the social bow, it cogitates that new transformations in the culture can extinguish it while constituent time. It points that breakings in the sustentation of the psychic work of the latency appear in some clinical formations as the intellectual inhibition and the pertaining to school phobia
Implicações do discurso parental no desvio fonológico
Resumo O desvio fonológico é uma alteração da fala sem fatores orgânicos identificáveis, que implica o uso inadequado de fonemas após os quatro anos de idade, aparecendo com maior frequência até os oito anos. Dessa forma, constitui-se objetivo deste trabalho relacionar o desvio fonológico e o discurso parental. Empregou-se uma metodologia qualitativa, a partir da análise de conteúdo. Participaram da pesquisa 15 responsáveis por crianças diagnosticadas com desvio fonológico e encaminhadas ao serviço de atendimento fonoaudiológico de uma instituição de ensino superior. Para a coleta de dados o instrumento utilizado foi uma entrevista semiestruturada. Os dados foram generalizados e compararam os participantes quanto à significação parental destinada tanto à criança quanto à patologia. Os resultados apontaram que existe uma relação entre o discurso parental e o desvio fonológico. Além disso, as funções parentais parecem determinar o quanto o funcionamento linguístico da criança é afetado por ele ou não