55 research outputs found
Determinants of excessive weight gain during pregnancy in a public low risk antenatal care service
INTRODUCTION: Excessive weight gain during pregnancy tends to result in postpartum weight retention and contributes to obesity in women. METHODS: This study evaluated the influence of socio-economic factors, obstetric history, smoking, having a job, and initial nutritional status on excessive weight gain (EWG). EWG was estimated according to IOM recommendations (weekly gain > 0.58g, >0.53g and >0.39g which correspond to an initial nutritional status of underweight, eutrophic, overweight/obesity, respectively). We studied a cohort of 141 healthy pregnant women enrolled in public health services, between March 1997 and March 1998. The influence of each study variable on EWG was checked separately for the 2nd and 3rd trimesters using the Poisson model for hierarchy multiple regression analysis. RESULTS: Amongst the 237 eligible pregnant women, there were 37.8% of patient losses, but no statistical significance was detected for the main study variables. The incidence of EWG during the 2nd trimester was 38.6% (CI95% 30.5 - 47.2) and during 3rd trimester it was 36.4% (CI95% 28.5 - 45.0). During the 2nd trimester only schooling was associated with EWG. When comparing women who studied less than 5 years, with the ones who studied 5 to 8 years and those with more than 8 years of schooling, relative risks were 2.09 (CI95% 1.03 - 4.25) and 2.62 (CI95% 1.32 - 5.22), respectively. In the 3rd trimester the variables that resulted in statistical significance were: less than 8 years of schooling (RR= 1.91 [CI95% 1.22 - 2.97], living without a partner (RR=1.66 [(CI95% 1.06 - 2.59], primiparas (RR= 2.13 [CI95% 1.20 - 3.85]; adequate initial nutritional status and overweight/obesity (RR= 1.53 [CI95% 0.82 - 2.84] and RR=2.02 [IC95% 1.04 - 3.92], respectively) in comparison to those who were underweight. CONCLUSION: Based on the high incidence of EWG, more attention should be given during antenatal care, particularly in women with more schooling, those living without partner, primiparas and those who have an initial adequate nutritional status or overweight/obesity during pregnancy, in order to prevent and control the problem.INTRODUÇÃO: O excesso de ganho de peso durante a gestação pode ocasionar retenção de peso pós-parto e contribuir para a obesidade no sexo feminino. METODOLOGIA: Neste estudo, avaliou-se a influência de fatores sociodemográficos, história gestacional, tabagismo, trabalho fora de casa e estado nutricional inicial sobre o ganho ponderal excessivo (GPE). O GPE foi estimado a partir das. recomendações do IOM (ganho semanal >0,58g, >0,53g e >0,39g, correspondentes a estado de nutricional no início da gestação: desnutrida, adequada e sobrepeso/obesidade, respectivamente). Estudou-se uma coorte de 141 gestantes saudáveis, inscritas em serviço público de pré-natal, entre março de 1997 e março de 1998. A influência dos fatores de estudo sobre o GPE foi testada separadamente no 2º e 3º trimestres mediante análise de regressão de Poisson múltipla hierarquizada. RESULTADOS: Dentre as 237 elegíveis houve 37,8% de perdas, não se detectando diferenças estatisticamente significativas para as variáveis centrais do estudo. A incidência de GPE no 2º trimestre foi de 38,6% (IC95% 30,5 - 47,2) e no 3º trimestre foi de 36,4% (IC95% 28,5 - 45,0). No 2º trimestre, apenas a escolaridade mostrou-se associada ao GPE. Em relação às mulheres com menos de 5 anos de escolaridade, as gestantes com 5 a 8 anos e acima de 8 anos de escolaridade apresentaram riscos relativos correspondentes a 2,09 (IC95% 1,03 - 4,25) e 2,62 (IC95% 1,32 - 5,22), respectivamente. No 3º trimestre mostraram significância estatística as variáveis: escolaridade >8 anos (RR=1,91 [IC95% 1,22 - 2,97], ausência de companheiro (RR=1,66 [(IC95% 1,06 - 2,59], primiparidade (RR=2,13 [IC95% 1,20 - 3,85] e estado nutricional inicial adequado e sobrepeso/obesidade (RR=1,53 [IC95% 0,82 _ 2,84] e RR=2,02 [IC95% 1,04 - 3,92], respectivamente) em relação às desnutridas. CONCLUSÃO: Em função da elevada freqüência de GPE, particularmente em mulheres de escolaridade mais alta, as sem companheiro, as primíparas e aquelas com estado nutricional inicial adequado ou sobrepeso/obesidade durante a gestação, mais atenção deveria ser dada à prevenção e ao controle do problema durante o pré-natal.Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Depto de NutriçãoUniversidade Federal de São Paulo (UNIFESP)UNIFESPSciEL
poder profissional ameaçado?
O Kanban é um arranjo tecnológico de organização do cuidado hospitalar orientado para a gestão de leitos e da clínica, que visa à qualidade e integralidade da assistência, maior rotatividade dos leitos, com consequente redução do tempo de internação e custos hospitalares. O constante e atualizado acompanhamento do paciente, compartilhado pela equipe profissional em reuniões sistemáticas é seu elemento mais marcante e inovador. O objetivo foi caracterizar os prováveis impactos da adoção de tal arranjo no poder profissional (autonomia e autoridade) dos médicos. Estudo qualitativo em hospital de urgência-emergência municipal com uso das seguintes técnicas de produção de dados: etnografia do cotidiano do hospital, com observação e registro em diários de campo, e realização de seminários compartilhados entre pesquisadores e equipes. Os médicos valorizam o trabalho multiprofissional como um qualificador de sua prática, em uma linha auxiliar e complementar. Acresce que o Kanban tende a ser controlado por “híbridos” (médicos que acumulam funções gerenciais e clínicas) que traduzem sinergias entre “gestão clínica” e “gestão de leitos”. Assim, interferências no trabalho dos médicos não são exercidas de fora, e as suas decisões clínicas continuam a condicionar o trabalho dos demais grupos profissionais. Os médicos não percebem sua autoridade e autonomia ameaçadas pelo Kanban, dada a articulação entre a autoridade administrativa e a autoridade profissional. Contudo, aspectos relacionados à hibridização e estratificação interna da profissão médica precisam ser mais convocados para o debate do poder profissional em saúde. Kanban is a technical arrangement for the organization of hospital care focused on the management of beds and clinical care, aimed at the quality and comprehensiveness of care and greater hospital bed turnover, and thus a reduction in length-ofstay and hospital costs. The system's most striking and innovative feature is constant, updated patient follow-up, shared by the professional team in systematic meetings. Characterize the probable impacts from the arrangement's adoption on physicians' professional power (autonomy and authority). Qualitative study in a municipal urgency- emergency hospital using the following data production techniques: ethnography of the hospital's routine, with observation and records in field diaries, and shared seminars with researchers and teams. Physicians value multi-professional work for qualifying their practice, as an ancillary and complementary line. Kanban tends to be controlled by "hybrids" (physicians who accumulate management and clinical functions) that express synergies between "clinical management" and "hospital bed management". Thus, in this arrangement interferences in physicians' work are not exercised from outside, and physicians' clinical decisions still condition the work of the other professional groups. Physicians do not see their authority and autonomy threatened by Kanban, given the linkage between management authority and professional authority. Still, aspects related to hybridization and internal stratification of the medical profession need to be better addressed in the debate on health professionals' power. El Kanban es una solución tecnológica para la organización del cuidado hospitalario, orientada a la gestión de camas y apartado clínico, que tiene como meta la calidad e integralidad de la asistencia, una mayor rotatividad de las camas, con la consecuente reducción del tiempo de internamiento y costes hospitalarios. El seguimiento constante y actualizado del paciente, compartido por un equipo profesional en reuniones sistemáticas, es su característica más destacable e innovadora. Caracterizar los probables impactos en la adopción de tal solución tecnológica, respecto al poder profesional (autonomía y autoridad) de los médicos. Estudio cualitativo en un hospital de urgencias municipal, mediante el uso de las siguientes técnicas de producción de datos: etnografía del día a día del hospital, con observación y registro en diarios de campo, así como la realización de seminarios compartidos entre investigadores y equipos. Los médicos valoran el trabajo multiprofesional como un elemento que cualifica en su práctica, dentro de una línea auxiliar y complementaria. Añade que el Kanban tiende a estar controlado por “híbridos” (médicos que acumulan funciones de gerencia y clínicas) que se traducen en sinergias entre “gestión clínica” y “gestión de camas”. De esta forma, las interferencias en el trabajo de los médicos no se ejercen a partir de fuera y sus decisiones clínicas continúan condicionando el trabajo de los demás grupos profesionales. Los médicos no perciben que su autoridad y autonomía estén amenazadas por el Kanban, dada la coordinación entre la autoridad administrativa y la autoridad profesional. No obstante, los aspectos relacionados con la hibridización y estratificación interna de la profesión médica necesitan ser estudiados más para los debates sobre el poder profesional en salud.publishersversionpublishe
Padrão alimentar de idosos de diferentes estratos socioeconômicos residentes em localidade urbana da região sudeste, Brasil
Two hundred and eight three male and female elderly subjects were studied. They participated in the Multicentric project: "Health assessment of elderly people living in the urban area of S.Paulo", Brazil, and were stratified by socio-economic level in three areas of S.Paulo city. The food frequency questionnaire was applied in order to discover their food pattern. The results show that for the energy-producing foods more than 90% of the total sample eat tubers, rice, bread and pasta; however, only the rice and bread are consumed daily. As for protein, 70% or more of the elderly people eta beans, beef, poultry, milk and eggs but for the daily consumption there are differences between the 3 regions. More than 85% of the subjects eat fruits, leafy and other vegetables; nevertheless, the frequency of their daily consumption is bigger in the walthierarea. The dietetic information shows that the group analysed has the same food pattern as other population groups as far the energy-producing foods are concerned; there are, however, some defference as regards the protein foods and fruit and vegetables.Foram estudados 283 idosos do sexo masculino e feminino pertencentes ao projeto multicêntrico "Identificação de Necessidades dos Idosos Residentes em Zona Urbana do Município de São Paulo", estratificados por nível socioeconômico em três regiões do Município de São Paulo, SP - Brasil. Utilizou-se o método de freqüência de alimentos para se obter o padrão alimentar do grupo analisado. Os resultados indicam que no grupo de alimentos energéticos, mais de 90% dos indivíduos das três regiões ingerem feculentos, arroz, pão e macarrão; porém, apenas o arroz e o pão são utilizados diariamente. Quanto ao grupo de alimentos protéicos, 70% ou mais dos idosos consomem feijão, carne de boi, aves, leite e ovos, entretanto, no consumo diário, existe uma diferenciação entre as regiões analisadas. Dos reguladores, mais de 85% dos indivíduos têm por hábito consumir frutas, verduras folhosas e legumes, mas, ao se avaliar o consumo diário, verifica-se que a prática é maior na região de melhor nível socioeconômico. As informações dietéticas mostram que os idosos analisados apresentam o mesmo padrão alimentar de outros grupos populacionais no tocante aos alimentos energéticos, porém, diferem quanto aos protéicos e reguladores
Primary healthcare and the construction of thematic health networks: what role can they play?
The enhancement of primary healthcare has been a core strategy for the empowerment of the Brazilian Unified Health System (SUS). Recent guidelines issued by OPAS and the Ministry of Health highlight the role it has played as a thematic communication network center, a regulating agent for the access and use of services required for comprehensive healthcare. Sponsored by PPSUS/Fapesp, this study examines the possibilities of the primary healthcare network exercising such a strategic function. Life narratives involving 15 regular users were produced in two cities of ABC Paulista, which have adopted the Family Health Strategy for the organization of their primary healthcare networks. The study presents three main findings: the primary healthcare network serves as an outpost of SUS by producing user values even for high complexity service users; the primary network is perceived is a place for simple care needs; there is shared impotence between users and teams when it comes to the network functioning as the coordinator of care, indicating that it does not possess the technological, operational and organizational material conditions or symbolic conditions (values, meanings, and representations) to be in a central position in the coordination of thematic healthcare networks.O fortalecimento da atenção básica tem sido valorizado como estratégia central para a construção do SUS. Diretrizes recentes emanadas pela OPAS e pelo MS destacam seu papel como centro de comunicação de redes temáticas, como reguladora do acesso e utilização dos serviços necessários para a integralidade do cuidado. O presente estudo, financiado com recursos PPSUS/Fapesp, problematiza as possibilidades da rede básica exercer tal função estratégica. Foram produzidas narrativas de vida de 15 usuários altamente utilizadores de serviços de saúde em dois municípios do ABC paulista, que adotaram a Estratégia de Saúde da Família para organização de suas redes básicas. O estudo apresenta três achados principais: a rede básica funciona como posto avançado do SUS, produzindo valores de uso mesmo para os pacientes utilizadores de serviços de alta complexidade; a rede básica é vista como lugar de coisas simples; há uma impotência compartilhada entre usuários e equipes quando se trata da rede básica funcionar como coordenadora do cuidado, indicando como ela não reúne condições materiais (tecnológicas, operacionais, organizacionais) e simbólicas (valores, significados e representações) de deter a posição central da coordenação das redes temáticas de saúde.Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) Escola Paulista de Medicina Departamento de Medicina PreventivaInstituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa Instituto Universitário de Lisboa Faculdade de Ciências Médicas Departamento de Saúde ColetivaUniversidade Estadual de Campinas Faculdade de Ciências Médicas Departamento de Saúde ColetivaUNIFESP, EPM, Depto. de Medicina PreventivaSciEL
novos sentidos para a prática profissional em contexto hospitalar?
O Kanban, uma tecnologia de gestão do cuidado caracterizada pela valorização do trabalho multiprofissional e o uso intensivo da informação, tem sido crescentemente utilizado para enfrentar a superlotação dos serviços de emergência hospitalar (SEH). Pesquisadores acompanharam durante dez meses o Kanban em vários setores de um SEH municipal. Suas observações, registradas em diários de campo, foram discutidos em reuniões quinzenais por um coletivo de pesquisadores. O material empírico foi organizado a partir de duas questões: Há mudanças nas “atribuições tradicionais” da enfermagem atuando no Kanban? Há transformações nas relações interprofissionais entre Medicina e Enfermagem na operacionalização do Kanban? Observou-se forte adesão dos enfermeiros ao arranjo, pari passu com uma maior especialização e fragmentação do seu trabalho. Os diaristas assumem funções administrativas tradicionais da enfermagem, enquanto os plantonistas desenvolvem assistência direta aos pacientes. Os enfermeiros consideram que a decisão clínica ainda é do médico, embora o Kanban propicie sua maior influência na decisão. A gestão de grande massa de dados clínico-operacionais pelos enfermeiros, central na operacionalização do Kanban, reforça sua autoridade profissional. Kanban is a care management tool that values multi-professional work and intensive use of data and has been growingly used in Brazil to address overcrowding in hospital emergency services (HES). The researchers monitored the Kanban for ten months in multiple wards of a municipal HES, and their observations were recorded in field diaries and discussed in biweekly research team meetings. The empirical material was organized from two questions: Are there changes in “traditional attributions” of Kanban-operating nursing? Are Medicine-Nursing interprofessional relationships transformed? A strong nurse adherence to this tool was observed, coupled with greater specialization and fragmentation of their work: nurses working as diarists assume more traditional administrative functions, while those on-call develop more direct assistance to patients. Nurses consider that clinical decisions are still in the doctors’ hands, although Kanban provides them with a stronger influence on such decisions. Nurses’ role in the management of significant mass of clinical and operational data, central to Kanban’s operationalization, strengthens their professional authority.publishersversionpublishe
[lay Agency And Healthcare: Producing Healthcare Maps].
This study aimed to characterize which regulatory logics (other than government regulation) result in healthcare output, using a two-stage qualitative study in two municipalities in the ABCD Paulista region in São Paulo State, Brazil. The first stage included interviews with strategic actors (managers and policymakers) and key health professionals. The second phase collected life histories from 18 individuals with high health-services utilization rates. An analysis of the researchers' involvement in the field allowed a better understanding of the narratives. Four regulatory systems were characterized (governmental, professional, clientelistic, and lay), indicating that regulation is a field in constant dispute, a social production. Users' action produces healthcare maps that reveal the existence of other possible health system arrangements, calling on us to test shared management of healthcare between health teams and users as a promising path to the urgent need to reinvent health.301502-1
Lay agency and healthcare: producing healthcare maps
O estudo teve como objetivo caracterizar que outras lógicas de regulação, para além da governamental, resultam na produção do cuidado, por meio de pesquisa qualitativa realizada em dois municípios do ABCD Paulista, São Paulo, Brasil, em duas etapas. Na primeira, foram realizadas entrevistas com atores estratégicos (gestores e políticos) e atores-trabalhadores-chave. Na segunda, foram coletadas histórias de vida de 18 pessoas com elevada frequência de utilização de serviços de saúde. A análise de implicação dos pesquisadores com o campo permitiu uma melhor compreensão das narrativas. Foram caracterizados quatro regimes de regulação (governamental, profissional, clientelístico e leigo), indicando que a regulação é campo em permanente disputa, é uma produção social. Com o seu agir, os usuários produzem mapas de cuidado que nos indicam como há outros arranjos possíveis de sistemas de saúde, representando um convite para experimentarmos a cogestão do cuidado entre equipes e usuários, como caminho promissor para a inadiável necessidade de reinvenção da saúde30715021514This study aimed to characterize which regulatory logics (other than government regulation) result in healthcare output, using a two-stage qualitative study in two municipalities in the ABCD Paulista region in São Paulo State, Brazil. The first stage included interviews with strategic actors (managers and policymakers) and key health professionals. The second phase collected life histories from 18 individuals with high health-services utilization rates. An analysis of the researchers’ involvement in the field allowed a better understanding of the narratives. Four regulatory systems were characterized (governmental, professional, clientelistic, and lay), indicating that regulation is a field in constant dispute, a social production. Users’ action produces healthcare maps that reveal the existence of other possible health system arrangements, calling on us to test shared management of healthcare between health teams and users as a promising path to the urgent need to reinvent healthsem informaçã
Primary healthcare and the construction of thematic health networks: what role can they play?
The enhancement of primary healthcare has been a core strategy for the empowerment of the Brazilian Unified Health System (SUS). Recent guidelines issued by OPAS and the Ministry of Health highlight the role it has played as a thematic communication network center, a regulating agent for the access and use of services required for comprehensive healthcare. Sponsored by PPSUS/Fapesp, this study examines the possibilities of the primary healthcare network exercising such a strategic function. Life narratives involving 15 regular users were produced in two cities of ABC Paulista, which have adopted the Family Health Strategy for the organization of their primary healthcare networks. The study presents three main findings: the primary healthcare network serves as an outpost of SUS by producing user values even for high complexity service users; the primary network is perceived is a place for simple care needs; there is shared impotence between users and teams when it comes to the network functioning as the coordinator of care, indicating that it does not possess the technological, operational and organizational material conditions or symbolic conditions (values, meanings, and representations) to be in a central position in the coordination of thematic healthcare networks.O fortalecimento da atenção básica tem sido valorizado como estratégia central para a construção do SUS. Diretrizes recentes emanadas pela OPAS e pelo MS destacam seu papel como centro de comunicação de redes temáticas, como reguladora do acesso e utilização dos serviços necessários para a integralidade do cuidado. O presente estudo, financiado com recursos PPSUS/Fapesp, problematiza as possibilidades da rede básica exercer tal função estratégica. Foram produzidas narrativas de vida de 15 usuários altamente utilizadores de serviços de saúde em dois municípios do ABC paulista, que adotaram a Estratégia de Saúde da Família para organização de suas redes básicas. O estudo apresenta três achados principais: a rede básica funciona como posto avançado do SUS, produzindo valores de uso mesmo para os pacientes utilizadores de serviços de alta complexidade; a rede básica é vista como lugar de coisas simples; há uma impotência compartilhada entre usuários e equipes quando se trata da rede básica funcionar como coordenadora do cuidado, indicando como ela não reúne condições materiais (tecnológicas, operacionais, organizacionais) e simbólicas (valores, significados e representações) de deter a posição central da coordenação das redes temáticas de saúde.2893290
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