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Plural de nomes no Português Brasileiro: variação, indivíduo, escolaridade e o papel do léxico
Esse artigo trata da expressão do plural em nominais no PB em palavras terminadas em ditongo oral decrescente, como em chap[ɛʊ̭ s] ~ chap[ɛɪ̭ s] e pap[ɛɪ̭ s] ~ pap[ɛʊ̭ s], observando o indivíduo, a escolaridade e o papel do léxico. O estudo adota as hipóteses da variação como representaçõesbaseadas em exemplares. Especificamente, adota a hipótese de que diferentes experiências com a língua podem levar a diferentes inferências de padrões no léxico. Os dados foram obtidos através de dois testes de produção elicitada de formas de plural, um contendo pseudopalavras e outro com palavras do PB de baixa frequência de ocorrência, aplicados a 55 indivíduos distribuídos em dois níveis de escolaridade. Os resultados mostraram a alternância entre as duasformas nos dois testes, com predominância do plural -is no teste de palavras do PB, resultado semelhante aos de outros estudos, evidenciando a importância da alta frequência desse tipo de plural na língua para as palavras terminadas em ditongo oral decrescente. Os resultados também mostraram uma grande variabilidade entre os indivíduos, indicando que, embora o mecanismocognitivo de inferência e atribuição de padrões sejam os mesmos para todos os falantes, a base para a inferência, a constituição do léxico, pode ser diferente entre os falantes, porque está relacionada com a experiência sociolinguística do falante com a língua. Os resultados para os diferentes níveis de escolaridade mostraram que, no teste de pseudopalavras, os participantes do grupo de Educação para Jovens e Adultos tenderam a usar a forma regular de plural na produção elicitada do teste de pseudopalavras, e, no teste do PB, foram os que tenderam a realizar menos o padrão de plural -is. Observa-se que falantes com mais escolaridade, isto é, com mais experiência com formas de plural padrão, foram os que tenderam a produzir formas de plural com -is, o tipo mais frequente