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GÊNERO, SEXUALIDADE E EDUCAÇÃO INFANTIL: CONVERSANDO COM MULHERES, MENINAS E MENINOS
Neste artigo, o objetivo foi analisar as apropriações sobre as relações de gênero e de sexualidade pelos diversos sujeitos, adultos e crianças, em uma instituição de Educação Infantil. Quais contornos a diferenciação por gênero assume em uma creche comunitária? é a pergunta sobre a qual me debruçarei. Esse foi um tema que apareceu de maneira breve em minha dissertação de mestrado e que pretendo aqui trabalhar de forma mais extensa. A metodologia de pesquisa escolhida foi a etnografia, sendo os dados construídos por do diário de campo, entrevistas com crianças e educadoras, fotografias (tiradas por mim, pelas crianças e pelas educadoras) e filmagens (realizadas por mim e pelas educadoras). O gênero é entendido aqui como um construto social. Assim, as diferentes formas de feminilidade e masculinidade são constantemente atualizadas e permeiam as interações sociais, tornandose parte constituinte da identidade dos sujeitos. Com base na análise de algumas situações do cotidiano da instituição e entrevistas com crianças entre 3 e 5 anos de idade, podemos considerar que as relações de gênero e a sexualidade são apropriadas pelos sujeitos (crianças e educadoras) de maneira ambígua, ora (re)produzindo um modelo ainda hegemônico socialmente, ora apontando para transgressões e resistências a esse modelo
Os bebês na sala do berçário: diferentes trajetórias no espaço
Este artigo teve por objetivo analisar como dois bebês, com idades entre dez e doze meses, exploraram o espaço de uma sala de berçário durante seu processo de inserção em uma Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) de Belo Horizonte. No tempo de permanência em campo, durante o ano letivo de 2017, utilizaram-se os seguintes instrumentos de pesquisa: observação participante, videogravações e anotações em diários de campo. A etnografia em educação, em diálogo com a psicologia histórico-cultural e com a teoria da produção do espaço de Henri Lefebvre, possibilitou perceber o/a bebê em um espaço que é produto e produção de tal pessoa. Os/as bebês vivenciaram e exploraram o espaço do berçário, durante seu processo de inserção na creche, de maneiras distintas: (i) por meio do olhar, (ii) do caminhar, (iii) do engatinhar, (iv) do toque, (v) das disputas por brinquedos, (vi) do choro, (vii) do aprendizado do cuidado, (viii) do sono, (ix) dos encontros desses bebês com seus pares e com outras pessoas ali presentes. As trajetórias de exploração dos/as bebês nesse berçário foram marcadas pela unidade dialética [percepção/ação], pois os/as bebês [percebem/agem] sobre o espaço, os artefatos e sobre as pessoas em busca de se familiarizarem com esse novo espaço em que foram inseridos. Houve, então, uma ativa busca, por parte dos/as bebês, de um conhecimento/reconhecimento do espaço e das pessoas para que, talvez, pudessem se sentir pertencentes a esse meio social.This paper analyzes how two babies, ages ten to twelve months, explored the space in an infants’ classroom during their entry process in an Early Childhood Education Center in Belo Horizonte, Brazil. While in the field, during the 2017 school year, the following research instruments were used: participant observation, video recordings and fieldnotes. Ethnography in education, in dialogue with cultural-historical psychology and Henri Lefebvre’s production of space theory, enabled us to perceive the baby in a space that is both product and production of such a person. The babies experienced and explored the classroom space during their entry process in the daycare center in different ways: (i) by watching, (ii) walking, (iii) crawling, (iv) touching, (v) fighting for toys, (vi) crying, (vii) learning how to care, (viii) sleeping, (ix) interacting with their peers and other people around them. The babies’ exploration trajectories in this classroom were constituted by the dialectic unity [perception/action], as babies [perceive/act] on the space, the objects, and the people seeking to familiarize themselves with this new space. There was, then, an active search, by the babies, for a recognition of the space and people, so that, perhaps, they could feel belonging to this social environment
Brincando de roda com bebês em uma instituição de Educação Infantil
O presente artigo discute a trajetória da brincadeira de roda em um grupo de bebês em uma Escola Municipal de Educação Infantil em Belo Horizonte, entre fevereiro de 2017 e julho de 2018. Com base nos princípios da Etnografia em Educação e da Psicologia Histórico-cultural, temos acompanhado esse grupo desde seu ingresso na instituição em 2017, quando os bebês tinham entre 7 e 10 meses de idade. Tomamos as brincadeiras de roda em sua dupla temporalidade, tanto como brincadeira tradicional quanto em sua dimensão de (re)apropriação pelo grupo investigado. A atividade de brincar, entendida como uma vivência da criança em seu grupo social, integra emoção, cognição, linguagem, corpo, cultura. Nossas análises focalizam a trajetória da brincadeira no grupo e apontam para ela como enlaçamento do outro, em que crianças e adultos ampliam as possibilidades dessa atividade e, consequentemente, de desenvolvimento cultural dos participantes
Os estudos sobre a educação de bebês no Brasil
A partir de pesquisa bibliográfica, analisamos a produção sobre a educação de bebês alocada no Scientific Electronic Library Online e no Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior nos últimos dezoito anos. O objetivo é compreender a trajetória de constituição de um campo de estudos e as tendências da produção de conhecimentos sobres bebês em contextos coletivos. A produção analisada (i) levanta a necessidade de enfrentamento da compreensão do bebê que avance em relação à noção de agrupamento etário; (ii) aponta uma busca pela compreensão acerca do que os bebês fazem quando estão juntos nestes contextos; e (iii) potencializa nossa compreensão do processo de constituição de um campo de estudos sobre bebês impulsionado pela inserção crescente destes sujeitos em instituições de Educação Infantil nas duas últimas décadas
A passagem da educação infantil para o ensino fundamental: tensões contemporâneas
In the context of the extension of fundamental education to nine years, the article describes how the transition from an early childhood education school to an elementary school was experienced by a group of children in Belo Horizonte. The process of construction and analysis of the research data was based on the interpretive approach of the sociology of childhood, and on interactional ethnography. It was observed that the educational practices that gained central role in early childhood education and in fundamental education were structured around play and literacy, but situated differently within the two segments. For early childhood education, the centrality of play has been present in the organization of institutional routines. However, due to their condition as subjects inserted in a graphocentric culture, children turned to the appropriation of written language, engaging individually and collectively in various literacy events. When coming into fundamental education, children faced the chasm between the experiences developed in early childhood education and the educational practices of their new school: playing was put in second place. We argue here that the lack of dialogue between the first two levels of basic education observed in the organization of the Brazilian education system is reflected in the troubled processes experienced by the children studied. In this sense, the investigation, by having its focus on the recording of children's experiences, revealed the need for better integration of playing and literacy in the pedagogical practices of early childhood education and of fundamental education, both of them central dimensions of contemporary child culture.No contexto da ampliação do ensino fundamental para nove anos, o artigo relata como foi vivida, por um grupo de crianças, a transição de uma escola de educação infantil para uma de ensino fundamental em Belo Horizonte. O processo de construção e análise dos dados da pesquisa baseou-se na abordagem interpretativa da sociologia da infância e na etnografia interacional. Verificou-se que as práticas educativas que assumiram centralidade na educação infantil e no ensino fundamental se estruturavam em torno da brincadeira e do letramento, mas situadas diferencialmente nos dois segmentos. Na escola de educação infantil, a centralidade do brincar esteve presente na organização das rotinas institucionais. No entanto, tendo em vista sua condição de sujeitos inseridos em uma cultura grafocêntrica, as crianças voltaram-se para a apropriação da língua escrita, engajando-se individual e coletivamente em diversos eventos de letramento. Ao inserir-se no ensino fundamental, as crianças depararam-se com um hiato entre as experiências desenvolvidas na educação infantil e as práticas educativas da nova escola: o brincar foi situado em segundo plano. Argumentamos que a falta de diálogo presente na organização do sistema educacional brasileiro em relação aos dois primeiros níveis da educação básica se refletiu no processo de desencontros vivenciados pelas crianças pesquisadas. Nesse sentido, a investigação, ao ter como foco o registro da experiência infantil, evidenciou a necessidade de uma maior integração entre o brincar e o letramento nas práticas pedagógicas da educação infantil e do ensino fundamental, ambas dimensões centrais da cultura infantil contemporânea
Sealing Carious Fissures with Resin Infiltrant in Association with a Flowable Composite Reduces Immediate Microleakage?
Objective: To compare the immediate microleakage of carious fissures sealed with a caries infiltrant covered by a flowable composite or solely with a flowable composite. Material and Methods: Extracted carious molars (n=20) were selected and paired among the experimental groups according to caries progression scores. Experimental groups (n=10) were divided according to the following sealing techniques: 1) caries infiltrant (Icon) + flowable composite (Z350 flow); 2) flowable composite (Z350 flow). Specimens were immersed in 3% methylene blue and evaluated in a stereomicroscope. Microleakage scores were attributed independently by two calibrated evaluators and the mode value was considered as the mean for the specimen. Binomial tests were used to test differences between two independent sample proportions at 5% significance level. Results: In the flowable composite group, a higher prevalence of dye penetration along the full depth of the fissure was observed, compared with caries infiltrant + flowable composite (p<0.05). For specimens showing dye penetration up to half of the fissure, in caries infiltrant + flowable composite group, all specimens showed dye penetration into the sealant, but not over the infiltrant. Conclusion: Using caries infiltrant as sealing material under a flowable composite cover is effective to improve the immediate sealing ability in carious fissures compared to sealing with flowable composite
Prevalence of SARS-CoV-2 infection among health care workers in a reference hospital in Brazil
Health care workers (HCW) are the frontline workforce for COVID-19 patient care and, consequently, are exposed to SARS-CoV-2 infection due to close contact to infected patients. Here, we evaluate the prevalence of SARS-CoV-2 infection among HCW from an infectious disease hospital, reference center for COVID-19 care in the metropolitan area of Sao Paulo city, Brazil. Among 2,204 HCW, 1,417 (64.29%) were subjected to detection of anti-SARS-CoV-2 antibodies by chemiluminescent immunoassay. Out of the total, 271 (19.12%) presented anti-SARS-CoV-2 antibodies. Prevalence varied according to HCW categories. The highest prevalence was observed in workers from outsourced companies, cooks and kitchen assistants, hospital cleaning workers, and maintenance workers. On the other hand, resident physicians and HCW from the institution itself presented lower prevalence (nurses, nursing assistants, physicians, laboratory technicians). Social and environmental factors are important determinants, associated with exposure in the hospital environment, which can determine the greater or lesser risk of infection by pathogens that spread rapidly by air
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