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Características psicológicas associadas à saúde: a importância do auto-conceito
Para compreensão do processo do desenvolvimento humano, torna-se imprescindível o recurso ao auto-conceito (Gecas,1982). Devido à sua importância, tal constructo tem sido estudado nas diversas áreas da Psicologia, das quais salientamos a Psicologia da Educação (Burns,1979; Crook,1984, Veiga, 1988, 1989), Psicologia Clínica (Vaz Serra,1986; Vaz Serra e Firmino,1986; Vaz Serra et al.,1986) e Psicologia Social (Gecas,1982; Neto,1986).
Segundo Burns (1986), o auto-conceito é composto por imagens acerca do que nós próprios pensamos que somos, o que pensamos que conseguimos realizar e o que pensamos que os outros pensam de nós e também de como gostaríamos de ser.
Para este autor, o auto-conceito consiste em todas as maneiras de como uma pessoa pensa que é nos seus julgamentos, nas avaliações e tendências de comportamento. Isto leva a que o auto-conceito seja analisado como um conjunto de várias atitudes do eu e únicas de cada pessoa.
O auto-conceito tem um papel extremamente importante na medida em que tenta explicar o comportamento, ou seja, porque consegue manter uma certa consistência nesse mesmo comportamento, explicita a interpretação da experiência e fornece um certo grau de previsão (Burns,1986). Epstein (1973) afirma mesmo que "para os fenomenologistas, o auto-conceito é o constructo central da Psicologia, proporcionando a única perspectiva através da qual o comportamento humano pode ser compreendido" (p.404).
Assim, é nosso propósito abordar, neste artigo, o papel que o auto-conceito desempenha no comportamento do indivíduo, tendo em conta que a interacção dos diferentes factores contribui, de forma salutar, para a sua formação e desenvolvimento e, consequentemente, para todo o desenvolvimento e comportamento pessoal e social.
Começaremos por traçar uma pequena resenha histórica sobre as origens do interesse pelo auto-conceito e tentaremos clarificar alguns aspectos relevantes para a sua definição, para a sua estrutura e para o seu conteúdo.
Finalmente, concluiremos esta análise destacando alguns resultados de investigações que se têm efectuado no âmbito do estudo do auto-conceito
Saúde e doença: significações e perspectivas em mudança
Saúde e doença não são estados ou condições estáveis, mas sim conceitos vitais, sujeitos a constante avaliação e mudança.
Num passado ainda recente a doença era frequentemente definida como "ausência de saúde", sendo a saúde definida como "ausência de doença" - definições que não eram esclarecedoras. Algumas autoridades encararam a doença e a saúde como estados de desconforto físico ou de bem-estar. Infelizmente, perspectivas redutoras como estas levaram os investigadores e os profissionais de saúde a descurar os componentes emocionais e sociais da saúde e da doença (Bolander,1998). Definições mais flexíveis quer de saúde quer de doença consideram múltiplos aspectos causais da doença e da manutenção da saúde, tais como factores psicológicos, sociais e biológicos (ibidem). Contudo, apesar dos esforços para caracterizar estes conceitos, não existem definições universais. Por outro lado, e apesar de todos os avanços na pesquisa biomédica, o nosso sonho de atingirmos ou mantermos uma saúde física e mental permanece exactamente isso - um sonho que, além de tudo, vale a pena prosseguir face aos efeitos da doença nos indivíduos e na sociedade (Diener,1984). Isto é, a presença ou ausência de doença é um problema pessoal e social. É pessoal, porque a capacidade individual para trabalhar, ser produtivo, amar e divertir-se está relacionado com a saúde física e mental da pessoa. É social, pois a doença de uma pessoa pode afectar outras pessoas significativas (p.ex.: família, amigos e colegas).
Face a toda esta contextualização, será propósito deste artigo permitir que ao longo da sua redacção se possa definir e discutir o conceito de saúde e doença desde os tempos mais longínquos da nossa história. Saliente-se que os períodos históricos descritos qualificam a emergência e o desenvolvimento de cada um dos modelos de intervenção e conceptualização da saúde e das doenças, aceitando que eles coexistem e mesmo se interligam. Contudo, não será objectivo nosso descrever, por agora, estes modelos de intervenção, já que os mesmos nos merecerão, a posteriori, uma abordagem detalhada num futuro artigo científico a editar nesta mesma revista
Prevalência de cefaleias numa amostra de adolescentes portugueses
As cefaleias são um sintoma de alta prevalência na população geral,
sendo queixa frequente na prática clínica. Implicam elevados
consumos de cuidados de saúde, especificamente em consultas e
medicamentos, e são causa de absentismo laboral e escolar, baixa de
produtividade e redução do bem-estar e qualidade de vida. Por estes
e outros motivos, as cefaleias são consideradas um importante
problema de saúde pública. Neste contexto, o objectivo do presente
estudo foi determinar a prevalência de cefaleias em adolescentes
portugueses e relacioná-las com alguns factores desencadeantes. Num estudo transversal avaliamos 819 adolescentes com idades compreendidas entre os 14 e 17 anos
(média = 14,65; DP = 0,89), sendo 444 (54,2%) do sexo feminino, matriculados em 8 escolas públicas do
distrito de Viseu, seleccionadas aleatoriamente com base na sua localização em vilas e cidades. A
informação (recolhida em sala de aula) foi obtida através de um questionário de auto preenchimento
baseado nos critérios da Sociedade Internacional de Cefaleias. A prevalência de cefaleias no último ano foi de 78,2% (Intervalo de Confiança (IC) 95%: 75,4-81,1). A
ocorrência de cefaleias foi significativamente mais frequente em adolescentes com idade superior a 16
anos (Odds Ratio (OR) = 1,9; IC 95%: 1,2-2,7) e no sexo feminino (OR = 3,0; IC 95%: 2,1-4,3). Factores
desencadeantes: consumo de chocolates (OR = 2,2 IC 95%: 1,2-4,3), perturbações do sono (OR = 2,9; IC
95%: 1,7-4,8), presença de stress (OR = 2,6; IC 95%: 1,7-4,4), sintomas depressivos (OR = 2,2; IC 95%: 1,4-
4,9), e período menstrual (OR = 3,0; IC 95%: 1,7-6,5). Consequências: mais concretamente, absentismo
escolar (OR = 3,0; IC 95%: 1,6-6,2) e idas ao médico (OR = 2,0; IC 95% :1,6-4,6). A cefaleia é um sintoma frequente nos adolescentes. Os resultados do estudo reforçam a ideia da
necessidade de se estudar este grupo, visando a promoção e educação para a saúde continuadas, de forma
a limitar os factores de risco
Exposure to airborne ultrafine particles from cooking in portuguese homes
Cooking was found to be a main source of submicrometer and ultrafine aerosols from gas combustion in stoves. Therefore, this study consisted of the determination of the alveolar deposited surface area due to aerosols resulting from common domestic cooking activities (boiling fish, vegetables, or pasta, and frying hamburgers and eggs). The concentration of ultrafine particles during the cooking events significantly increased from a baseline of 42.7 mu m(2)/cm(3) (increased to 72.9 mu m(2)/cm(3) due to gas burning) to a maximum of 890.3 mu m(2)/cm(3) measured during fish boiling in water, and a maximum of 4500 mu m(2)/cm(3) during meat frying. This clearly shows that a domestic activity such as cooking can lead to exposures as high as those of occupational exposure activities
Assessment of exposure to airborne ultrafine particles in the urban environment of Lisbon, Portugal
The aim of this study was the assessment of exposure to ultrafine in the urban environment of Lisbon, Portugal, due to automobile traffic, and consisted of the determination of deposited alveolar surface area in an avenue leading to the town center during late spring. This study revealed differentiated patterns for weekdays and weekends, which could be related with the fluxes of automobile traffic. During a typical week, ultrafine particles alveolar deposited surface area varied between 35.0 and 89.2 μm2/cm3, which is comparable with levels reported for other towns such in Germany and the United States. These measurements were also complemented by measuring the electrical mobility diameter (varying from 18.3 to 128.3 nm) and number of particles that showed higher values than those previously reported for Madrid and Brisbane. Also, electron microscopy showed that the collected particles were composed of carbonaceous agglomerates, typical of particles emitted by the exhaustion of diesel vehicles. Implications: The approach of this study considers the measurement of surface deposited alveolar area of particles in the outdoor urban environment of Lisbon, Portugal. This type of measurements has not been done so far. Only particulate matter with aerodynamic diameters 10 (PM10) μm have been measured in outdoor environments and the levels found cannot be found responsible for all the observed health effects. Therefore, the exposure to nano- and ultrafine particles has not been assessed systematically, and several authors consider this as a real knowledge gap and claim for data such as these that will allow for deriving better and more comprehensive epidemiologic studies. Nanoparticle surface area monitor (NSAM) equipments are recent ones and their use has been limited to indoor atmospheres. However, as this study shows, NSAM is a very powerful tool for outdoor environments also. As most lung diseases are, in fact, related to deposition of the alveolar region of the lung, the metric used in this study is the ideal one
On the assessment of exposure to airborne ultrafine particles in urban environments
The aim of this study was to contribute to the assessment of exposure levels of ultrafine particles in the urban environment of Lisbon, Portugal, due to automobile traffic, by monitoring lung deposited alveolar surface area (resulting from exposure to ultrafine particles) in a major avenue leading to the town center during late spring, as well as in indoor buildings facing it. Data revealed differentiated patterns for week days and weekends, consistent with PM2.5 and PM10 patterns currently monitored by air quality stations in Lisbon. The observed ultrafine particulate levels may be directly correlated with fluxes in automobile traffic. During a typical week, amounts of ultrafine particles per alveolar deposited surface area varied between 35 and 89.2 μm2/cm3, which are comparable with levels reported for other towns in Germany and the United States. The measured values allowed for determination of the number of ultrafine particles per cubic centimeter, which are comparable to levels reported for Madrid and Brisbane. In what concerns outdoor/indoor levels, we observed higher levels (32 to 63%) outdoors, which is somewhat lower than levels observed in houses in Ontario
Monitoring exposure to airborne ultrafine particles in Lisbon, Portugal
The aim of this study is to contribute to the assessment of exposure levels of ultrafine particles (UFP) in the urban environment of Lisbon, Portugal, due to automobile traffic, by monitoring lung-deposited alveolar surface area (resulting from exposure to UFP) in a major avenue leading to the town centre during late Spring, as well as in indoor buildings facing it. This study revealed differentiated patterns for week days and weekends, consistent with PM(2.5) and PM(10) patterns currently monitored by air quality stations in Lisbon. The observed ultrafine particulate levels could be directly related with the fluxes of automobile traffic. During a typical week, UFP alveolar deposited surface area varied between 35.0 and 89.2 µm(2)/cm(3), which is comparable with levels reported for other towns such in Germany and United States. The measured values allowed the determination of the number of UFP per cm(3), which are comparable to levels reported for Madrid and Brisbane. In what concerns outdoor/indoor levels, we observed higher levels (32-63%) outdoor, which is somewhat lower than levels observed in houses in Ontario
problemática dos paradigmas de higiene e saúde pública na junta de freguesia de Agualva, Cacém, Cascais e Estoril
O devir dos padrões sociais e das famílias com permanente vínculo aos animais de estimação, esta a ampliar na cultura de consumo a indústria dos produtos pet’ e consequente I&D destes.
A presente monografia pretende aferir na domesticação do cão e/ou gato (AE), a realidade concreta nas estruturas familiares urbanas, hábitos sanitários dos AE e saúde pública. Identificar fatores caracterizadores de sensibilidade. Sugerir uma plataforma de união com o bem-estar, nos direitos, deveres, com obrigações reguladas pela legislação, na coabitação de humanos com AE.
Constata-se o desenvolvimento de esforços comerciais, legislativos, tecnológicos e associativos que, entre outros, caminham para mitigar os novos paradigmas de higiene e saúde pública.
Este estudo assenta num problema difícil de mitigar, nas atitudes da coabitação com os AE e densidade populacional dos mesmos em espaços urbanos. Ou seja o problema do ponto de vista dos munícipes do fim a dar aos excrementos deixadas involuntariamente pelos AE nas habitações urbanas e nos espaços públicos, na ótica da higiene e saúde pública.
Com intuito de alertar para o problema e minimizar as zoonoses. Beneficiando as famílias, os AE (e.g. abandonos) e a comunidade em geral. Menos dispendiosa para o governo, para a sociedade, que ajude na organização jurídica e que permita enraizar uma nova cultura de hábitos de higiene na coabitação com cão e/ou gato, conduzida por uma patente registada.
Toda esta solução coliga em si, numa forte gestão comercial e de I&D de produtos Pet’s.
A metodologia da investigação quantitativa, efetivada com a análise estatística no SPSS, ao questionário divulgado entre o fim de 2012 e 1ºtrimestre de 2013, da qual resultou uma amostra aleatória de 1180 munícipes na junta de freguesia de Agualva, Cacém, Cascais e Estoril.
Aferiu-se pelos resultados que os munícipes com ou sem AE reivindicam uma legislação mais atuante que controlo e mitigue os excrementos dos AE, deixados involuntariamente nas habitações e espaços públicos. Incentivam uma nova cultura que mitigue zoonoses e melhore hábitos de saúde pública. Os munícipes manifestaram sensibilidade antropomórfica e assumem que colaboram com as obrigações legais.
A presente dissertação está organizada em cinco capítulos: o Capitulo I, introduz a espectativa da investigação; o Capitulo II trata a revisão da literatura; o capítulo III apresenta a investigação metodológica; o Capitulo IV apresenta os resultados da metodologia aplicada; e o Capitulo V encerra o estudo com conclusões, contribuições esperadas e sugestões para futuras investigações.Becoming social standards and families with permanent bond to pets, this broadens consumer culture industry of pet products' R & D and consequently these. This monograph aims to gauge the domestication of the dog and cat (AE), the reality in family structures urban sanitary habits of AE and public health.
Identify factors that characterize sensitivity. Suggest a platform for union with the welfare, rights, duties and obligations, with matters regulated by legislation and the cohabitation of humans with AE. Notes for the development of commercial, legislative, technological and association’s efforts that, among others, aim to mitigate the new paradigms of public health and hygiene. This study is based on a complex problem to mitigate the attitudes of cohabitation with the AE and the same population density in urban areas. From the point of view of the citizens there is a problem about the droppings left unintentionally by AE in urban dwellings and public spaces, from the perspective of public health and hygiene. In order to raise awareness of the problem and minimize zoonosis, benefiting families, AE (e.g. dropouts) and the wider community. Less costly for the government, to society, to assist in organizing legal and allows root a new culture of hygiene in cohabitation with dog and / or cat, conducted by a registered patent. All this solutions coalition itself with strong commercial management and Pet Product’s R & D.
The methodology of quantitative research, carried out with the statistical analysis in SPSS. The questionnaire circulated between the end of 2012 and 1st quarter of 2013, which resulted in a random sample of 1180 residents in the parish of Agualva, Cacém, Cascais and Estoril. Be gauged by the results that citizens with or without AE claim legislation more active than control and mitigate the droppings of AE, unintentionally left in homes and public spaces. Encourage a new culture that mitigates zoonosis habits and improve public health. Residents expressed sensitivity anthropomorphic and declare that collaborate with legal obligations. This dissertation is organized into five chapters: o Chapter I introduces the expectation of research; Chapter II deals with the Literature Review, Chapter III presents a Research Methodology, Chapter IV presents the results of the applied methodology, and Chapter V contains the study findings, expected contributions and suggestions for future research
Caracterização da exposição profissional a nanopartículas em processos de soldadura
RESUMO - A exposição profissional a fumos de soldadura, pode ser a causa de inúmeras doenças
relacionadas com o trato respiratório, e outras que incluem o cancro. Esta ocorre em função
das características das partículas que constituem os fumos (área superficial, dimensão, e
composição química), da exposição (intensidade e duração), bem como, dos fatores inerentes
aos trabalhadores (suscetibilidade individual) e da interação com outros fatores de risco
(tabagismo).
O tipo de efeitos para a saúde e a dimensão da exposição tornam pertinente a realização de
um estudo exploratório descritivo em contexto real de trabalho na indústria metalomecânica.
Pretendeu-se, caracterizar a exposição profissional a nanopartículas em processos de
soldadura, com base numa metodologia integrada de avaliação ambiental (qualificada e
quantificada), de sintomatologia autorreferenciada e de quantificação dos metais crómio e
manganês, como indicadores biológicos de exposição.
Utilizou-se uma ferramenta específica de avaliação de risco (CB Nanotool), e os dados
qualitativos obtidos foram relevantes e coerentes, originando níveis de risco (3 e 4),
permitindo entender a realidade dos locais de trabalho.
No que concerne à monitorização ambiental, foram utilizados três equipamentos que
possibilitaram obter informação sobre: a concentração numérica (partículas/cm3), área de
superfície depositada por volume do pulmão (μm2/cm3), dimensão (nm), composição química
elementar e morfologia das partículas.
Verificou-se que a área de superfície e o número de nanopartículas produzidas nos processos
de soldadura MAG e TIG, foram significativamente superiores aos valores da linha de base,
enquanto que a média da granulometria das partículas, estava compreendida entre os 31,6-
62,7 nm, e que 70-93% dessas partículas encontravam-se classificadas como nanopartículas.
Relativamente à área de superfície depositada por volume pulmonar encontraram-se valores
entre 668 μm2/cm3 e 1295 μm2/cm3, para os processos TIG (P91) e Carbono, respetivamente. A
morfologia das partículas foi dominada pela formação de aglomerados esféricos, sendo que, a
sua composição química incluiu essencialmente Fe, Mn e Cr, elementos constituintes do
material de base e do material de adição. Estes resultados indiciam que os processos MAG e
TIG são capazes de produzir níveis significativos de nanopartículas. Aplicou-se um inquérito, por questionário, aos grupos “diretamente exposto” e
“indiretamente exposto” constituídos por 40 e 9 trabalhadores, respetivamente, revelando
uma boa participação dos trabalhadores. Neste estudo, os soldadores relataram uma maior
incidência de sintomas em comparação com o grupo “indiretamente exposto”. Os sintomas
autorreferenciados mais frequentes foram a tosse (40% dos soldadores e 12,5% do grupo de
“indiretamente exposto”) e a persistência da tosse ao longo do dia.
Em geral, os resultados dos indicadores biológicos crómio e manganês entre os soldadores,
situaram-se abaixo de alguns valores de referenciação internacional, mas significativamente
superiores, aos valores medidos na população geral (0,4 e 1,19 μg/L – ATSDR1,2,
respetivamente), no entanto, 87,5% dos trabalhadores apresentam valores acima 0,4 μg/L
para o biomarcador crómio.
Os trabalhadores do grupo “indiretamente exposto”, que à partida foram considerados como
“grupo de controle”, também estavam expostos aos fumos de soldadura, tal como
asseguraram os indicadores biológicos de exposição. Confirmou-se existir uma relação positiva
entre o indicador biológico crómio e o número de anos na empresa no grupo “indiretamente
exposto”. Verificou-se também uma relação estatisticamente significativa entre os sintomas
“tosse o resto do dia” e “expetoração durante o dia e noite”, e o indicador biológico de
exposição ao crómio.
O crómio como indicador biológico de exposição profissional a fumos de soldadura,
apresentou valores mensuráveis, e específicos detetados, na urina dos trabalhadores expostos.
Atendendo ainda à sua permanência no organismo por períodos longos (mais de 20 anos),
torna-se um indicador de qualidade recomendável para a monitorização da exposição nas
atividades de soldadura na indústria metalomecânica.
Os resultados obtidos pela conjugação das quatro metodologias utilizadas apresentaram uma
validade relevante para o local de trabalho, permitindo fundamentar uma intervenção
preventiva a adotar no futuro. Confirmou-se que a atividade de soldador está claramente
associada a exposição a nanopartículas de metais pesados, com impacto na sua saúde.
Neste estudo é evidente, que o conceito de local de trabalho é mais vasto do que o local de
emissão, pois também se verificou que os trabalhadores de outros setores se encontravam
expostos aos metais estudados.ABSTRACT - Occupational exposure to welding fume could be the cause for several diseases related with
the pulmonary system, as well as others (some of them carcinogenic), as a function of the
features of the particles existing in the fumes (surface area, granulometry and chemical
composition); exposure (intensity and duration), as well as other factors which are dependent
from the workers themselves (individual susceptibility), and the interaction with other risks
factors (tobacco inhalation).
This work comprised a descriptive exploratory study in a real working environment from metal
working industry. It was intended to characterise the occupational exposure to nanoparticles
emitted from welding processes, using an integrated methodology to perform an
environmental (qualified and quantified) assessment, by self-referenced symptomatology,
quantifying metal species chromium and manganese as biologic indicators of exposure.
A specific tool for risk evaluation was used (CB Nanotool), and the obtained qualitative data
were found to be relevant and coherent, thus originating risk levels (3 and 4) that will allow to
understand the situation of the working environment.
In what regards environmental monitoring, different equipment was used in order to obtain
data on: number concentration (particles/cm3), lung deposited surface area (μm2/cm3), size
(nm), elemental chemical composition and particle morphology.
It was noticed that lung deposited surface area and the number of nanoparticles emitted
during MAG and TIG welding processes, were significantly higher than baseline; while the
average value of particle size was comprised within 31,6-62,7 nm, and that 70-93% of those
were, in fact, nanoparticles. Concerning, lung deposited surface area, the measured values
ranged from 668 μm2/cm3 to 1295 μm2/cm3, for processes TIG (P91) and Carbono,
respectively. Particle morphology is, mainly, composed of spherical agglomerates; and its
elemental chemical composition comprises mainly Fe, Mn and Cr, which are present both in
the base material and, also, in the filler material. These results suggest that welding processes
MAG and TIG can be the emission source of significant amounts of nanoparticles.
An inquiry was applied to groups “directly exposed” and “indirectly exposed”, composed by 40
and 9 workers, respectively, involving a satisfactory participation of the workers. In this study,
welders reported a higher incidence of symptoms, when compared with the group “indirectly exposed”. More frequently self-referenced symptoms were cough (40% of welders and 12,5%
from the group “indirectly exposed”), and its persistence along the day.
In general, the results of biological indicators chromium and manganese from welders, are
below certain international limit values of, but significantly higher than values found in the
general population (0,4 and 1,19 μg/L – ATSDR1,2, respectively). However, 87,5% of the
workers show values higher than 0,4 μg/L for chromium. Workers from group “indirectly
exposed”, which were preliminary considered as “control group”, were, in fact, exposed to
welding fume, as confirmed by the biological indicators of exposure. The existence of a
relationship between chromium and the number of years working in the company, in the
“indirectly exposed” group was confirmed. The existence of a statistically significant
correlation between symptom “cough during all day” and chromium, was also confirmed.
Chromium as biologic indicator of occupational exposure to welding fume, showed measurable
values, specifically detected, the exposed workers urine. Bearing in mind its permanence in the
body for long periods (more than 20 years), it is a recommended quality indicator for
monitoring exposure in welding activities in metal working industry.
The data obtained by combining the four used methodologies showed a significant validity
regarding the workplace environment, thus forming the basis for preventive measures to be
considered thereafter. It was possible to confirm that welding activity is clearly related to the
exposure to nanoparticles of heavy metals, having health impact.
This study also shows that the boundary of workplace environment is somewhat wider than
the emission workplace as other workers “indirectly exposed” were also affected by the metal
species under study
Notice on a methodology for characterizing emissions of ultrafine particles/nanoparticles in microenvironments
Bearing in mind the potential adverse health effects of ultrafine particles, it is of paramount importance to perform effective monitoring of nanosized particles in several microenvironments, which may include ambient air, indoor air, and also occupational environments. In fact, effective and accurate monitoring is the first step to obtaining a set of data that could be used further on to perform subsequent evaluations such as risk assessment and epidemiologic studies, thus proposing good working practices such as containment measures in order to reduce occupational exposure. This paper presents a useful methodology for monitoring ultrafine particles/nanoparticles in several microenvironments, using online analyzers and also sampling systems that allow further characterization on collected nanoparticles. This methodology was validated in three case studies presented in the paper, which assess monitoring of nanosized particles in the outdoor atmosphere, during cooking operations, and in a welding workshop
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