19 research outputs found
Analysis of the association between symptoms referred by patients with endometriosis and the site of the disease
A endometriose é uma doença caracterizada pelo implante ectópico de estroma e/ou epitélio glandular endometrial em localização extra-uterina que acomete 15% das mulheres em idade reprodutiva, podendo se manifestar em focos superficiais peritoneais, no ovário ou na forma infiltrativa profunda. A paciente pode apresentar quadro clínico diverso com queixa de dispareunia de profundidade, dismenorréia, dor pélvica acíclica, infertilidade, alterações intestinais e urinárias cíclicas. A suspeita diagnóstica é feita através de quadro clínico sugestivo associado com exames de imagem, porém a confirmação depende de procedimento cirúrgico, como a vídeo-laparoscopia que permite visualização da pelve e obtenção de amostra tecidual para posterior análise histológica. Em algumas pesquisas acerca do atraso no diagnóstico da endometriose desde o aparecimento de sintomas, concluiu-se que uma das principais causas desse atraso é o pouco conhecimento relativo à doença entre pacientes e médicos, além da dificuldade de acesso à cirurgia laparoscópica em serviços públicos de saúde. Algumas pesquisas foram feitas para tentar relacionar os tipos de doença, sintomas e locais acometidos e acharam associações mais evidentes entre dispareunia de profundidade e doença em fundo de saco posterior, além de maior intensidade de dismenorréia e dor pélvica acíclica em estádios mais avançados da doença. Nosso estudo faz uma revisão da literatura no sentido de encontrar relações consistentes entre as características da doença e os sintomas, buscando vieses que prejudicaram outras pesquisas, como de seleção de pacientes e informação, e permitindo à prática clínica o diagnóstico mais precoce das pacientes.Endometriosis is a disease characterized by ectopic implantation of stroma and/or endometrial glands in extra-uterine location that affects 15% of women in reproductive age and may be expressed in peritoneum, ovary or as deeply infiltrating lesions. Symptoms could be pelvic pain, which includes deep dyspareunia, dysmenorrhea and aciclic pain, infertility and intestinal and urinary cyclical changes. The diagnostic suspicion is made through suggestive clinical and image exams, but it depends on the confirmation by surgical procedures such as video-laparoscopy that allows viewing the pelvis and obtaining tissues samples for further histological analysis. Some researches had been done about the delay on diagnosis since the first symptoms and one of the major causes is the lack of knowledge of the patients and even the doctors about the disease, beyond the difficulty of access to laparoscopy procedures at the public health system. In order to find some relation between the sites of the disease and clinical data, many researches have been done and the most evident associations are: deep dyspareunia related to lesions in pouch of Douglas and severe dysmerorrhea related to the presence of pelvic pain in advanced stages of endometriosis. The present paper is a literature review to find some consistent relation between the characteristics of the disease and the symptoms, and to search for the bias of patient‘s selection or information, that undermined some of the researches. This is an attempt to allow the medical practice to make the diagnosis earlier
Vaginal cone use in passive and active phases in patients with stress urinary incontinence
OBJECTIVE: To evaluate vaginal cone therapy in two phases, passive and active, in women with stress urinary incontinence. METHODS: A prospective study was conducted at the Department of Obstetrics and Gynecology, São Paulo University, Brazil. Twenty-four women with a clinical and urodynamic diagnosis of stress urinary incontinence were treated with vaginal cones in a passive phase (without voluntary contractions of the pelvic floor) and an active phase (with voluntary contractions), each of which lasted three months. Clinical complaints, a functional evaluation of the pelvic floor, a pad test, and bladder neck mobility were analyzed before and after each phase. RESULTS: Twenty-one patients completed the treatment. The reduction in absolute risk with the pad test was 0.38 (p<0.034) at the end of the passive phase and 0.67 (p<0.0001) at the end of the active phase. The reduction in absolute risk with the pelvic floor evaluation was 0.62 (p<0.0001) at the end of the passive phase and 0.77 (p<0.0001) at the end of the active phase. The reduction in absolute risk of bladder neck mobility was 0.38 (p<0.0089) at the end of the passive phase and 0.52 (p<0.0005) at the end of the active phase. Complete reversal of symptomatology was observed in 12 (57.1%) patients, and satisfaction was expressed by 19 (90.4%). CONCLUSION: Using vaginal cones in the passive phase, as other researchers did, was effective. Inclusion of the active phase led to additional improvement in all of the study parameters evaluated in women with stress urinary incontinence. Randomized studies are needed, however, to confirm these results
Microlaparoscopia em ginecologia: análise de 16 casos e revisão da literatura
Microlaparoscopy represents the development of endoscopic surgery towards a minimally invasive surgical procedure. The advantages include fewer surgical complications, faster return to daily activities, more comfortable postoperative recovery, and satisfactory aesthetic results. The possibility of performing surgery under sedation may result in shorter hospitalization, lower hospital costs, and easier anesthetic procedures. The authors report their preliminary experience with the use of microlaparoscopy, using optics and 2mm instruments, as well as a review of the literature since the introduction of this new technique. The report of these 16 cases demonstrates that microlaparoscopy is a feasible technique with satisfactory results. On the other hand, this new technique requires precise indications and a training period for the development of the skills necessary for performing these surgeries.A microlaparoscopia representa a evolução da cirurgia endoscópica, visando um procedimento cirúrgico minimamente invasivo. As suas vantagens incluem a redução das complicações cirúrgicas, retorno às atividades mais rápido, período pós-operatório mais confortável e resultado estético satisfatório. A possibilidade da realização sob sedação pode resultar em internação hospitalar menor, diminuição dos custos hospitalares, além da simplificação do procedimento anestésico. Os autores relatam sua experiência inicial com a microlaparoscopia, utilizando óptica e instrumentais de 2mm, assim como uma revisão dos trabalhos publicados desde a introdução dessa nova técnica. O relato destes 16 casos mostrou ser a microlaparoscopia exeqüível, apresentando resultados satisfatórios. Por outro lado, o seu uso requer indicações precisas e treinamento para manipular o instrumental
Importance of quality of life assessment in patients with endometriosis
OBJETIVO: Examinar a relação entre aspectos clínicos e qualidade de vida em um grupo de pacientes com endometriose. MÉTODOS: Participaram desse estudo 130 mulheres atendidas durante o ano de 2008 em um centro multiprofissional de ginecologia especializado em endometriose. Este é um estudo de corte transversal realizado com uma amostra de conveniência. O diagnóstico de endometriose foi realizado por biopsia pós-laparoscopia, segundo os critérios da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva. Os dados clínicos e demográficos foram coletados a partir dos prontuários dos pacientes. A intensidade da dor foi avaliada com o uso de uma escala visual numérica (0-10) e os dados referentes à qualidade de vida foram coletados por meio do questionário SF-36. A análise dos dados consistiu de estatística descritiva e inferencial, teste de coeficiente de correlação de Spearman e o teste de Kruskal-Wallis para comparar escores entre grupos. RESULTADOS: As pacientes apresentaram idade entre 21 e 54 anos [<img src="/img/revistas/rbgo/v34n1/a03tx01.jpg" align="absmiddle" > ou = 34, desvio padrão (DP)=6,56], sendo que 87% tinham terceiro grau completo e 75% eram casadas. Dezessete por cento referiram casos de endometriose na família. O tempo médio de manifestação dos sintomas foi de 4,5 anos (DP=6,6), 63% das pacientes estavam no estágio 3 ou 4 de endometriose, 36% das pacientes sofriam de dismenorreia severa ou incapacitante e a intensidade média da dor, segundo escala visual numérica, foi de 5,6 (DP=3,5). Os resultados sugeriram que o estadiamento da doença não é determinante da intensidade da dor. Por um lado, o tempo de manifestação dos sintomas também não apresentou relação com a intensidade da dor e com os escores do SF-36. Por outro, a intensidade da dor apresentou associação com menores escores em algumas escalas do SF-36. CONCLUSÃO: As pacientes com endometriose apresentaram escores de qualidade de vida inferiores ao da população em geral e inferiores a algumas outras patologias
Aspectos epidemiológicos e clínicos da endometriose pélvica: uma série de casos Epidemiological and clinical aspects of pelvic endometriosis: series of cases
OBJETIVO: Descrever aspectos clínicos e epidemiológicos das pacientes portadoras de endometriose pélvica operadas em nosso serviço. MÉTODOS: Estudo retrospectivo de 892 pacientes submetidas a videolaparoscopia com confirmação histológica do diagnóstico de endometriose. RESULTADOS: A média de idade foi de 33,2 ± 6,3 anos, sendo 78,7% brancas. Observamos 76,9% de mulheres com 2º ou 3º graus completos; 56,5% das pacientes eram nulíparas e 62,2% relataram dismenorreia como principal queixa. A dor pélvica crônica foi o sintoma mais prevalente, seguido pela dispareunia de profundidade, sendo referidos por 56,8% e 54,7% das pacientes, respectivamente. A infertilidade foi referida por 39,8% das 892 pacientes. CONCLUSÃO: A endometriose é uma doença geralmente diagnosticada na 4º década da vida das pacientes, as quais apresentam queixas clínicas relacionadas com frequência à dor pélvica e infertilidade, que devem sempre ser questionadas para orientar a hipótese diagnóstica.<br>OBJECTIVE: To describe clinical and epidemiological aspects of patients with pelvic endometriosis who were operated in our service. METHODS: A retrospective study was made of 892 patients submitted to laparoscopy with histological confirmation of diagnosis of endometriosis. RESULTS: The mean age was 33.2 ± 6.3 years and 78.7% were Caucasian. We found that 76.9% of women had higher education. 56.5% of patients were nulliparous and 62.2% reported dysmenorrhea as the main complaint. Chronic pelvic pain was the most prevalent symptom, followed by deep dyspareunia, mentioned by 56.8% and 54.7% of patients, respectively. Infertility was reported by 39.8% of the 892 patients. CONCLUSION: Endometriosis is a disease diagnosed in the 4th decade of life, of patients who have multiple complaints . They must always be questioned to properly orient diagnosis and monitor results of treatment
Th1 and Th2 immune responses related to pelvic endometriosis Resposta imunológica Th1 e Th2 relacionada à endometriose pélvica
OBJECTIVE: This study analyzed the relationship between clinical characteristics of endometriosis and Th1/Th2 immune response patterns. METHODS: A prospective study was performed with 65 patients with endometriosis (Group A) and 33 without the disease (Group B). Measurement of IL 2, 4 and 10, TNF-alpha and IFN-gamma was carried out in peripheral blood and peritoneal fluid. RESULTS: Serum TNF-alpha was higher in patients with endometriosis who had deep dyspareunia compared to controls (mean 4.5 pg/ml and 2.3 pg/ml, p<0.05). Among these patients (n=32), 65.5% had deep endometriosis. Patients with endometriosis and infertility had higher IL-2 concentrations in peritoneal fluid than controls (mean 5.9 pg/ml and 0.2 pg/ml, p<0.05). Among these patients (n=22), 63.5% (n=14) had deep endometriosis. A higher concentration of IL-10 was also observed in patients with ovarian endometriosis when compared to those without this type of disease, as well as when compared to control group patients (mean 50pg/ml, 18.7pg/ml and 25.7pg/ml, p<0.05). CONCLUSIONS: These results suggest that when specific clinical data are associated with a higher production of certain cytokines, there is a Th1 response pattern that may be related to deep infiltrating endometriosis.<br>OBJETIVO: Este estudo analisa a relação entre as características clínicas da endometriose e os padrões da resposta imune Th1/Th2. MÉTODOS: Estudo prospectivo realizado com 65 pacientes com endometriose (Grupo A) e 33 pacientes sem a doença (Grupo B). Foram realizadas avaliação no fluido peritoneal e sangue periférico de IL 2, 4 e 10, TNF-alfa e IFN-gama. A significância foi estabelecida em p < 0,05. RESULTADOS: TNF-alfa encontrava-se elevado em pacientes com endometriose que apresentavam dispareunia de profundidade comparado com controle (média 4,5 pg/ml e 2,3 pg/ml, p< 0,05). Dentre essas pacientes (n=32), 65,5% apresentavam endometriose profunda. Pacientes com endometriose e infertilidade apresentavam concentrações maiores de IL-2 no fluido peritoneal quando comparadas com controle (média 5,9 pg/ml e 0,2 pg/ml, p< 0,05), sendo que neste grupo, 63,5% (n=14) apresentavam endometriose profunda. Foi observada também maior concentração de IL-10 nas pacientes que apresentavam endometriose ovariana quando comparadas às sem esse tipo de endometriose, assim como quando comparadas às pacientes do grupo controle (média 50pg/ml, 18,7pg/ml e 25,7pg/ml, p<0,05). CONCLUSÃO: Estes resultados sugerem que quando dados clínicos específicos associam-se a uma produção elevada de certas citocinas, ocorre um padrão de resposta Th1 que pode estar associado à endometriose profunda