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América Latina e Palestina: consolidando a cooperação Sul-Sul para o desenvolvimento
Fortalecer o pleito palestino de se tornar membro pleno da Organização das Nações Unidas (ONU), tal reconhecimento abriu as portas para o lançamentoou, em determinados casos, o aprofundamentoda cooperação Sul-Sul entre a os países da região e a Palestina. Para dar substância ao discurso de solidariedade promovido por governos da região, muitos países passaram a implementar projetos voltados para o desenvolvimento socioeconômico, desde clínicas até atividades esportivas. Algumas iniciativas foram lançadas através de plataformas multilaterais, tais como o Fórum de Diálogo Índia-Brasil-África do Sul, ao passo que outras têm sido desenvolvidas no âmbito bilateral
As relações América Latina-Palestina sob a ótica da cooperação Sul-Sul
Ao longo da última década, um total de 22 países latino-americanos formalmente reconheceram a Palestina como Estado soberano. O que motivou essa onda de reconhecimento, assim como outros gestos de apoio que se seguiram? O artigo analisa as decisões tomadas pelos governos desses países no contexto da intensificação da cooperação Sul-Sul e do discurso de solidariedade, assim como as iniciativas concretas lançadas a partir dos acordos de cooperação. O argumento central é que o reconhecimento do Estado palestino por países latino-americanos reflete um processo duplo de legitimação política. Do lado palestino, a manobra diplomática representa o reconhecimento não apenas de um conjunto de indivíduos, e sim de uma nação palestina com história e identidade próprias, digna de atuar no plano internacional em pé de igualdade jurídica com os demais Estados. Para os Estados da América Latina, o reconhecimento formal da Palestina também tem peso simbólico importante, pois substancia o discurso de cooperação Sul-Sul e solidariedade promovido por muitos dos governos da região e abre portas para acordos e projetos de cooperação. No entanto, essa dupla legitimação depende da capacidade dos atores envolvidos de implementar e manter iniciativas concretas de cooperação em um contexto de elevada instabilidade no Oriente Médio e de contestação política