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Cidades brasileiras património da humanidade: a reivindicação da herança urbana do Brasil
Revista do IHA, N.4 (2007), pp.232-245Objectivo da conferência, que redundou no artigo aqui publicado, era tomar o conjunto das cidades brasileiras classificadas pela UNESCO Património da Humanidade como um percurso possível para falar sobre a herança urbana do Brasil e reivindicar a sua identidade. O conjunto das cidades classificadas é uma amostragem representativa de vários tipos de fundação urbana da história do Brasil: desde as vilas dos capitãesdonatários, como é o caso de Olinda, ou os arraiais de mineração, como são Ouro Preto, Diamantina e Goiás ou as fundações da coroa, como são os
exemplos de Salvador e São Luiz e onde, numa linha meta-histórica também se poderia incluir Brasília, como outra cidade do poder. Mas se é inquestionável que este reconhecimento internacional das cidades “históricas” brasileiras foi significativo para o próprio reconhecimento da identidade urbana do Brasil, a verdade é que as candidaturas não teriam sido possíveis sem o trabalho anterior desenvolvido pela geração fundadora do IPHAN
Entrevista/Conversa com José Simões Belmont Pessôa
Revista do IHA, N.4 (2007), pp.172-183ENTREVISTA/ CONVERSA com José Simões Belmont Pessôa Conduzida por Renata Molder Arauj
Uma oficina de novidades : a implantação de núcleos urbanos na capitania de São Paulo, 1765-1775
Este trabalho apresenta parte dos resultados da tese de doutorado Método e Arte: criação urbana e organização territorial na capitania de São Paulo, 1765-1811, desenvolvida na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, com apoio de bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.Este artigo acompanha algumas dinâmicas de implantação de núcleos urbanos na capitania de São Paulo durante a administração do governador e capitão-general Morgado de Mateus (1765-1775). Destacam-se momentos significativos do processo de formação de paisagens urbanas, desde o recrutamento de povoadores e a busca de sítios até a definição dos traçados. A intenção é mostrar que a Coroa portuguesa foi tentando organizar determinados modos de conduzir a expansão urbana, ao passo que experiências e circunstâncias locais constantemente exigiram arranjos novos e específicos. A análise fundamenta-se numa seleção da documentação oficial já publicada e também em correspondência, em boa parte inédita, proveniente de agentes locais encarregados de tarefas ligadas ao povoamento. Procura-se tratar da política urbanizadora daquele período como um processo desenvolvido num contexto de conflitos mais do que como produto de um projeto pré-delineado por autoridades metropolitanas ou alheio a realidades do lugar. ______________________________________________________________________________________ ABSTRACTThis article investigates some of the dynamics associated with the establishment of urban nuclei in the captaincy of São Paulo during the administration of the Morgado de Mateus, governor and captain-general of the captaincy from 1765 to 1775. Several significant aspects about the formation process of urban landscapes stand out, from the recruitment of settlers and the search for suitable sites to the definition of urban layouts. The intention of this study is to show that the Portuguese crown made efforts to organize certain processes for conducting urban expansion, whilst local experience and circumstances continually demanded new and specific arrangements. The analysis is based on a selection of previously-published official documents, as well as mostly unpublished correspondence from local agents in charge of settlement-related tasks. The urbanization policy of the period is dealt with as a process that was executed in the context of conflicts, rather than as the product of a project pre-planned by metropolitan authorities or detached from the realities of the place at that time
Plantar povoações no território: (re)construindo a urbanização da capitania do Piauí, 1697-1761
The Piauí province´s urbanization has kept up with since late 17th century a complex process dealt among Portuguese Crown, the regal representatives, the network woven by the Casa da Torre and by the resident population in its countryside. What it was content of Rodelas countryside has begun to build with territorial identity since the foundation of first parish in 1697. Structuring itself discontinuously in time and space, the Piauí had reformed in 1758, year of creation of its autonomous government. And had became urban in 1761 when the king D. José I and marquis of Pombal had framed by the royal letter written in June 19 a territory formed by six towns and one city. Thus, this paper purposes to reconstructing the Piauí province according to agents involved in the urbanization processes. It proposes to deconstructing Crown´s polices by means towns strategically placed in territory aiming at control and "remedy" of routine injustices practiced in Piauí´s hinterlands. The method of presenting this reconstruction draws on interconnection between text (manuscript documents) and image (maps and photography) which in their discourses have represented a Piauí as space of experiences apprehended as much in official dimension as inhabitant´s everyday life.A urbanização da capitania do Piauí acompanhou, desde finais do século XVII, um complexo processo negociado entre a Coroa portuguesa, os representantes régios, a rede clientelar urdida pela Casa da Torre e a população residente em seus sertões. O que antes era conteúdo dos sertões de Rodelas passou a construir-se como identidade territorial a partir da fundação da primeira freguesia, em 1697, dedicada a Nossa Senhora da Vitória. Estruturando-se descontinuamente no tempo e no espaço, o Piauí reforma-se em 1758, ano da autonomização do seu governo. E fez-se urbano em 1761, quando D. José I e o marquês de Pombal equacionaram, por meio da carta régia de 19 de junho, um território formado por seis vilas e uma cidade. Nessa direção, o objetivo deste artigo consiste em reconstruir o processo de formação da capitania do Piauí segundo os agentes envolvidos na urbanização do território. Propõe-se descortinar as políticas da Coroa por meio da oficialização de povoações estrategicamente locadas no território visando o controle e o "remédio" das injustiças rotineiras do Piauí. O método de apresentar essa reconstrução vale-se da interconexão entre texto (documentação manuscrita) e imagem (mapas e fotografias), que em suas entrelinhas representam um Piauí como espaço de experiências sentidas tanto na dimensão oficial quanto no cotidiano dos seus moradores
Urbs e civitas: a formação dos espaços e territórios urbanos nas minas setecentistas
O presente artigo procura situar a evolução das abordagens acerca da cidade colonial mineira dentro da perspectiva mais ampla dos estudos sobre o urbanismo colonial português. A análise privilegia os trabalhos que, em vez de se aterem aos aspectos ligados à estética urbana, procuraram relacioná-los às questões fundiárias e à constituição das redes e hierarquias urbanas.This article seeks to situate the evolution of approaches to the study of the colonial towns of Minas Gerais placing them in the broader perspective of studies on the Portuguese colonial urbanism. Instead of restricting our approach to questions of urban aesthetics, the analysis focuses on the works that tried to relate these questions to aspects of land ownership and to the establishment of networks and urban hierarchies