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DECOLONIALIDADE NO FUTEBOL FEMININO
O Futebol, esporte conhecido mundialmente encanta milhões de brasileiras (os). A seleção feminina participou oito vezes na Copa América de Futebol, o qual ganhou sete. Nem sempre a trajetória foi marcada por sucesso. Nos seus primórdios, a participação masculina foi integral e a prática feminina foi proibida, sendo aceita definitivamente na década de 80. Diante disso, o objetivo do manuscrito é abordar de maneira breve a chegada do futebol ao Brasil e a caminhada das mulheres neste esporte no início do século XIX. A pesquisa será ancorada nos estudos de cunho bibliográfico, tendo referencias autores como Ramón Grosfoguel, Gayatri Chakravorty Spivak e María Lugones. Vimos no estudo que a passagem deste público por este desporto foi turbulenta e cercada com muitos preconceitos de ordem corporal, de gênero e um forte patriarcalismo. Outro ponto a se destacar é a imposição do eurocentrismo (Países no Norte) frente aos costumes dos povos latinos (Países do Sul). Neste sentido, os costumes, modos de viver e o gênero que poderia praticar o Futebol e até o seu modo de jogar deveriam seguir o modelo Europeu, ou seja, a colonialidade estava sendo imposta. Ressalta-se que os estudos decoloniais são meios para desmascarar e apresentar a perversidade da estrutura que foi imposta pela colonialidade. Por fim, conclui-se que a decolonialidade robustece os cidadãos para afastar todas as formas de discriminação, preconceitos e de forma a construir uma sociedade melhor e igualitária
Corpos que performam futebóis: “roda de conversa sobre mulheres no futebol e jogos de futebol" com os anos finais do ensino fundamental da Escola Estadual Abya Yala
Este estudo tem como objetivo analisar e compreender como os diferentes corpos que participaram de uma “Roda de Conversa sobre Mulheres no Futebol e Jogos de Futebol” com uma árbitra e ex-atleta de futebol performam nas partidas de futebol no espaço-tempo escolar da Escola Estadual de Ensino Fundamental Abya Yala. Para tanto, optamos pela pesquisa narrativa como caminho teórico-metodológico, apoiada nas manifestações orais (falas) e gestuais (expressões e manifestações corporais) dos(as) estudantes das turmas dos anos finais do ensino fundamental. As análises nos mostraram que a vivência com o futebol arbitrada pela convidada possibilitou a compreensão de que os(as) alunos(as) experienciam de distintas formas e atribuem diferentes significados ao que vivem nas suas trajetórias. Foram produzidas diversasressonâncias nos(as) estudantes, sendo as questões de gênero, sexo e sexualidade os fios condutores dos debates e da vivência esportiva entre os(as) estudantes
Futebol na Educação Física escolar: possíveis diálogos com gênero e raça
Este artigo tem o objetivo de narrar e refletir sobre as aulas de futebol na Educação Física escolar. Tais aulas foram suleadas pelos atravessamentos das relações de poder que envolvem gênero e raça, assuntos que já vinham fazendo parte das aulas de Educação Física de uma pesquisa-ação participante que intenciona desenvolver uma Educação Física sustentada por uma proposta pedagógica decolonial e intercultural com o sexto ano do ensino fundamental da Escola Estadual Abya Yala. A escolha pela pesquisa narrativa como caminho teórico-metodológico mostrou que as aulas de futebol na Educação Física possibilitam a compreensão de que os(as) alunos(as) experienciam de distintas formas e atribuem diferentes significados ao que vivem nas suas trajetórias, bem como que a oferta, o convite, o encontro e o diálogo se apresentam como instrumentos importantes para refletir as relações de poder que envolvem gênero e raça na escola.
O CURRÍCULO SOB A LENTE DECOLONIAL
A discussão sobre a formação humana é um tema fundamental na atualidade, pensando nos caminhos que são possíveis e que refletem as escolhas da sociedade e dos professores. A colonização ocorreu no passado em termos geográficos, políticos e econômicos, mas ainda ocorre hoje, mesmo que em outros processos, como a colonização epistemológica, ontológica e psicológica. Essa colonização se transforma em colonialidade que pode ser encontrada, inclusive nos currículos escolares. Neste artigo, propomos a partir da discussão com a literatura e com nossa prática pedagógica, refletir sobre a possibilidade de que os currículos tenham uma lente decolonial. Abordamos as disciplinas de Educação Física, Biologia e Física, de maneira a contribuir para que a reflexão se estabeleça e que possamos avançar nos processos de decolonização dos saberes, propondo novas perspectivas e olhares que favoreçam uma educação emancipadora
Alianças, performances e resistências nas histórias das minas dos Slams Poesia no Rio de Janeiro
Esta tese tem como objetivo central analisar o processo de formulação das estratégias de luta e resistência pelas minas dos slams poesia do Rio de Janeiro - RJ. Desde a colonização, os corpos das pessoas negras, das mulheres e dos indígenas foram submetidos a um lugar de subalternidade, denominado por Lugones de colonialidade de gênero, que hierarquiza até hoje as pessoas em raça e gênero. Os negros, as mulheres e povos indígenas tiveram suas vozes silenciadas e suas histórias apagadas pelo eurocentrismo. No entanto, sempre houve movimentos de resistência contra a colonialidade, isto é, fissuras e fragmentos que possibilitam criar espaços. Neste aspecto, a poesia é um instrumento de resistência, como Audre Lorde afirma, pois não é apenas uma forma de expressão artística, mas uma maneira de produzir conhecimento e trazer à tona aquilo que ainda não foi imaginado ou ressignificado. A pesquisa dessa tese foi realizada por meio de entrevistas a seis poetas participantes de grupos de Slam poesia no Rio de Janeiro. As entrevistas foram inspiradas na metodologia de história oral de vida, porque cada uma delas são narradoras de suas próprias experiências. A partir dos dados coletados, percebi que o feminismo é visto por elas como um movimento de luta importante e impulsionador de algumas manifestações guiadas por elas, apesar delas hoje questionarem vários fundamentos dos feminismos e entenderem que não é possível dissociar raça, gênero e classe. Dessa forma, os slams poesia são formados a partir de alianças entre corpos em condição precária que por meio da poesia realizam performances para reivindicar direitos e manifestarem-se contra a precariedade. Por fim, concluiu-se que as estratégias de luta e resistência por meio da organização do Slam Poesia acontecem a partir do compartilhamento de suas experiências através da poesia e da visibilidade de corpos considerados invisíveis para a sociedade neoliberal.This thesis has as central objective to analyze the process of formulation of strategies of struggle and resistance by the poetry slams mines of Rio de Janeiro. Since colonization, the bodies of black people, women and indigenous people were submitted to a place of subalternity, called by Lugones, gender coloniality that hierarchizes people in race and gender until today. Black people, women, and indigenous peoples have had their voices silenced and their histories erased by Eurocentrism. However, there have always been resistance movements against coloniality, fissures and fragments that make it possible to create spaces. Poetry is an instrument of resistance, as Audre Lorde states, it is not only a form of artistic expression, but a way to produce knowledge and bring to light that which has not yet been imagined. The research for this thesis was carried out through interviews with six poets participating in poetry slam groups in Rio de Janeiro. The interviews were inspired in the methodology of oral life history, because each one of them are narrators of their own experiences. From the data collected, I realized that feminism is seen by them as an important movement of struggle and the driving force behind some of the demonstrations they have led, but today they question several fundamentals of feminisms and understand that it is not possible to dissociate race, gender, and class. In this way, poetry slams are formed from alliances between bodies in precarious conditions that through poetry perform performances to claim against precariousness. Finally, it was concluded that the strategies of struggle and resistance through the organization of the Poetry Slam happen from the sharing of their experiences through poetry and the visibility of bodies that are considered invisible to the neoliberal society
Autobiographic narratives in/from prison : horizons and possibilities of Resistances To colonialities
O presente artigo tem como objetivo analisar como as narrativas autobiográficas de sujeitos privados de liberdade podem protagonizar formas de resistência à colonialidade de poder, de saber e de ser. A narrativa trabalhada foi Diário de um Detento (2016), escrita por Jocenir Prado durante sua privação de liberdade no sistema prisional paulista nos anos 1990. Para refletir sobre as suas potencialidades de reescrita das histórias subalternizadas, o estudo baseia-se no pensamento decolonial, admitindo as histórias e saberes deslegitimados socialmente como essenciais à resistência à colonialidade e à constituição de saberes decoloniais. Para a análise, foi necessário contextualizar o sistema penitenciário brasileiro, as práticas de aprisionamento e os sujeitos que são mais afetados pelas lógicas coloniais de subalternização, marginalização e criminalização. Os resultados indicaram que as narrativas autobiográficas possibilitam a superação das visões assistencialistas e estigmatizantes, bem como promovem o reconhecimento e a humanização dos sujeitos em privação de liberdade.This qualitative research, with an exploratory scope, aims to analyze how the autobiographical narratives of individuals deprived of freedom can be a form of resisting the coloniality of power, knowledge and being. The narrative analyzed is the Diário de um Detento (2016), written by Jocenir Prado during his time in the São Paulo prison system in the 90s. In order to reflect the potentiality of rewriting "subalterned" history, the study is based on socially delegitimized histories and knowledge, considered essential to the resistance to coloniality. For the analysis, it was necessary to contextualize the Brazilian justice system, imprisonment practices, and the people most affected by the colonial logic of subordination, marginalization, and criminalization. Initial results indicate that autobiographical narratives enable the overcoming of assistentialist and stigmatizing views and promote the recognition and humanization of people deprived of freedom
Sobre-viver resistindo : adolescência LGBT+ na escola
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, 2020.Considerando que o Brasil é um dos países mais violentos do mundo com pessoas LGBT+ e concebendo a escola como importante espaço de socialização e elaboração de laços sociais, este trabalho tem como objetivo identificar, através da escuta de adolescentes LGBT+, como ocorrem a relação desses sujeitos com e na escola. Pretende apresentar contribuições da psicanálise, dos estudos de gênero e da perspectiva decolonial para refletir sobre a inclusão, o reconhecimento e a participação efetiva de sujeitos LGBT+ na instituição escolar. Para atingir esse objetivo geral, a pesquisa escutou 11 adolescentes com idades entre 18 e 20 anos, residentes no Distrito Federal, através da elaboração de questionários, rodas de conversa e uma entrevista estruturada. No referencial teórico, a pesquisa aborda a adolescência na contemporaneidade a partir da psicanálise, e desconstrói a naturalização da heteronormatividade e cisnormatividade através dos estudos de gênero e da decolonialidade. Também aponta a escola como uma instituição reguladora das sexualidades e identidades de gênero, e apresenta o potencial subversivo dos campos de conhecimentos supracitados. São essas as áreas de estudo que adotam um olhar de singularidade para o sujeito e apostam em mudanças significativas no laço social para que se evite a segregação das diferenças.Considering that Brazil is one of the most violent countries in the world towards LGBT + people
and conceiving educational institutions as importants places for socialization and elaboration
of the social bonds, this work aims to identify, through listening to LGBT + adolescents, how
the relationship of these subjects occurs with and at school. It intends to present contributions
from psychoanalysis, gender studies and the decolonial perspective to reflect on inclusion,
recognition and effective participation of LGBT + subjects in the school institution. To achieve
this general objective, this research listened to 11 adolescents aged between 18 and 20 years,
living in Distrito Federal (Brazil). The methods used were socioeconomic questionnaires,
conversation circles and structureds interviews. In the theoretical framework, the research
addresses adolescence in contemporary times through psychoanalysis, and deconstructs the
naturalization of heteronormativity and cisnormativity through studies of gender and
decoloniality. It also points to the school as an institution that regulates sexualities and gender
identities, and presents the subversive potential of the above-mentioned fields of knowledge.
These are the areas of study that take a singular look at the subjects and rely on significant
changes in the social bond in order to avoid the segregation of differences
“Tecendo saberes, tramando a vida – a educação física e a pedagogia griô : uma experiência autoetnográfica de uma professora de educação física na RME POA”
Este trabalho propõe uma aproximação entre a Pedagogia Griô e a Educação Física em uma tentativa de ruptura com o pensamento eurocêntrico imposto na escola. É uma pesquisa de cunho qualitativo que, através de uma autoetnografia e de grupos de discussão, busca compreender quais os sentimentos, sensações e reflexos que a Pedagogia Griô suscita em uma professora de Educação Física. Que transformações ela provocou em mim e como isso afeta minha prática pedagógica e os meus alunos e alunas. Durante o texto vou elaborando a tese de que a Pedagogia Griô pode ser uma possibilidade de se construir uma Educação Decolonial nas aulas de Educação Física. Para isso, descrevo o processo de formação em Pedagogia Griô e como ele foi afetando os diferentes âmbitos da minha vida; apresento o projeto Corpo e Ancestralidade, que coloco em prática, nas minhas aulas com turmas de 8º e 9º ano, as vivências da Pedagogia Griô e o que pensam as alunas e alunos sobre a Educação Física antes e após o projeto. Finalizo analisando questões sobre as quais o processo de formação em Pedagogia Griô me fez refletir, como o tempo, o lugar de fala, a branquitude e a maternidade.This work proposes an approximation between Griô Pedagogy and Physical Education in an attempt to break with the Eurocentric thought imposed at school. It is a qualitative research that, through self-ethnography and discussion groups, seeks to understand the feelings, sensations and reflexes that Griô Pedagogy elicits in a Physical Education teacher. What changes it has caused in me and how it affects my teaching practice and my students. Throughtout this text, I elaborate the thesis that Griô Pedagogy can be a possibility to build Decolonial Education in Physical Education classes. For that, I describe the formation process in Pedagogy Griô and how it has been affecting the different areas of my life; I present the project Corpo e Ancestralidade, where I put into practice in my classes with 8th and 9th grade classes the experiences of Pedagogy Griô and what students think about Physical Education before and after the project. And I conclude by analyzing issues that the educational process in Pedagogy Griô made me reflect, such as: time, place of speech, whiteness and motherhood
As identidades e representatividades latino-americanas nos livros didáticos de língua espanhola do PNLD 2018
Este trabajo tiene como objetivo analizar cómo se constituyen las identidades y
representatividades latinoamericanas en los proyectos sugeridos por los nueve libros
didácticos de las tres colecciones del Programa Nacional do Livro didático (PNLD)
2018 (Cercanía Joven, Sentidos en lengua española y Confluencia). El edicto del PNLD
(2018) señala que los libros aprobados para componer la educación lingüística en la
escuela deben favorecer el contacto de los estudiantes con las diferentes variedades de
la lengua extranjera, que reflejan la diversidad de las comunidades lingüísticas
parlantes, valorando no solo la variedad patrón y la cultura peninsular. Sin embargo,
algunas investigaciones (LESSA 2013, LIMA y VILHENA 2013) realizadas en este
contexto apuntan al predominio de la hegemonía española y la devaluación de las
culturas latinoamericanas en la mayoría de los libros. En este contexto, es relevante
discutir si esta realidad es aún recurrente en los materiales más recientes según las
análisis de las tres colecciones ya mencionadas. Por tanto, este trabajo puede contribuir
a la valorización de las culturas latinoamericanas a través de los libros didácticos y a la
construcción de identidades culturales no marginadas e inferiores en las prácticas de
educación lingüística en lengua española. La investigación se inserta en el campo
teórico de la Lingüística Aplicada, partiendo de las categorías epistemológicas de
decolonialidad, interculturalidad, diversidad, identidad, cultura, pertenencia, hegemonía,
silenciamiento y estereotipo, según estudios de Canclini (2006); Castro-Gomes (2007);
Escobar (2003); Fabricio (2006; 2017); Hall (2003; 2006); Laraia (2009); Lima, (2013);
Matos, (2014); Mendes, (2012); Paraquett (2009; 2018); Pizarro (2005); Silva Júnior y
Matos (2019); Siqueira, (2012); Walsh (2009); Zolin-Vesz, (2013), entre otros, para
describir cómo se da la representación de las culturas latinoamericanas en los proyectos
sugeridos por los libros didácticos de español de las colecciones aprobadas en el PNLD
2018. La metodología seguida es de carácter cualitativo, cuantitativo (PRODANOV;
FREITAS, 2013) y documental (GIL, 2002; CELLARD, 2008) utilizando método
descriptivo e interpretativo (CELANI, 2005 y MOITA LOPES 1994). Los resultados
finales revelan que las colecciones analizadas contribuyen positivamente a la
construcción de identidades latinoamericanas no marginadas, así como se constata
varios aspectos culturales latinoamericanos, frente a la cultura peninsular, configurando
un comportamiento no hegemónico por parte de las colecciones, que a su vez asumen
una postura decolonial y suleada.Este trabalho tem como objetivo analisar como se constituem as identidades e
representatividades latino-americanas nos projetos sugeridos pelos nove livros didáticos
das três coleções do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) 2018 (Cercanía
Joven, Sentidos en lengua española e Confluencia). O edital do PNLD (2018) assinala
que os livros aprovados para compor a educação linguística na escola devem favorecer
o contato dos alunos com as diversas variedades do idioma estrangeiro, as quais
refletem a diversidade das comunidades de fala desse idioma, valorizando não somente
a variedade padrão e a cultura peninsular. No entanto, algumas pesquisas (LESSA 2013,
LIMA e VILHENA 2013) realizadas nesse contexto apontam para a predominância da
hegemonia espanhola e a desvalorização das culturas latino-americanas na maioria dos
livros. Dentro dessa conjuntura, torna-se relevante discutir se essa realidade ainda é
recorrente nos materiais mais recentes a partir da análise das três coleções já citadas.
Assim sendo, esse trabalho poderá contribuir para a valorização das culturas latinoamericanas pelos livros didáticos e para que se construam identidades culturais não
marginalizadas e inferiorizadas nas práticas de educação linguística de língua
espanhola. A pesquisa está inserida no campo teórico da Linguística Aplicada, partindo
das categorias epistemológicas de decolonialidade, interculturalidade, diversidade,
identidades, cultura, pertencimento, hegemonia, silenciamento e estereótipo, segundo
estudos de Canclini (2006); Castro-Gomes (2007); Escobar (2003); Fabricio (2006;
2017); Hall (2003; 2006); Laraia (2009); Lima, (2013); Matos, (2014); Mendes, (2012);
Paraquett (2009; 2018); Pizarro (2005); Silva Júnior e Matos (2019); Siqueira, (2012);
Walsh (2009); Zolin-Vesz, (2013), dentre outros, para descrever o modo como ocorre a
representação das culturas latino-americanas nos projetos sugeridos pelos livros
didáticos de espanhol das coleções aprovadas no PNLD 2018. A metodologia seguida é
de natureza qualitativa, quantitativa (PRODANOV; FREITAS, 2013) e documental
(GIL, 2002; CELLARD, 2008) por método descritivo e interpretativista (CELANI,
2005 e MOITA LOPES 1994). Os resultados finais revelam que as coleções analisadas
contribuem positivamente para com a construção de identidades latino-americanas não
marginalizadas, bem como há uma verificação de diversos aspectos culturais latinoamericanos, frente à cultura peninsular, configurando-se em um comportamento não
hegemônico por parte das coleções, que por sua vez assumem uma postura decolonial e
suleada.São Cristóvã
Reflexões acerca da educação na privação de liberdade : possibilidades a partir do pensamento decolonial
A presente pesquisa como objetivo analisar como, na educação de jovens e adultos em situação de privação de liberdade, é possível pensar as narrativas autobiográficas como parte constituinte de uma prática educacional viva e dialógica. A narrativa utilizada foi Diário de um Detento (2016), escrita por Jocenir a respeito de sua experiência de privação de liberdade no sistema prisional paulista nos anos 1990. Para refletir sobre as suas potencialidades na educação, este estudo baseia-se o pensamento decolonial, em que a valorização de histórias e saberes deslegitimados socialmente é essencial para estabelecer resistências à colonialidade. Os conceitos de colonialidade e decolonialidade são centrais na produção deste trabalho, uma vez que o Brasil é uma ex-colônia europeia e ainda vive as consequências da colonização e a face da modernidade-colonialidade, como práticas e discursos opressivos. Para a construir a análise, foi necessário relembrar a história e as mudanças de paradigmas acerca da privação de liberdade e do sujeito privado de liberdade, e as “políticas e práticas educacionais” destinadas aos jovens e adultos privados de liberdade, desde o Brasil colônia. Os achados do estudo indicam que as narrativas autobiográficas possibilitam a superação das visões assistencialistas e estigmatizantes, bem como promovem o reconhecimento e a humanização dos sujeitos em privação de liberdade.La investigación analiza cómo, en la educación de jóvenes y adultos en situación de privación de libertad, es posible pensar en las narrativas autobiográficas como parte constitutiva de una práctica educativa viva y dialógica. La narrativa utilizada fue el Diario de un preso de Jocenir (2016), sobre su experiencia de privación de libertad en el sistema penitenciario paulista en la década de 1990. Para reflexionar sobre su potencial educativo, este estudio se basa en el pensamiento descolonial, en el que la valorización de las historias y saberes subalternizados es fundamental para resistir la colonialidad. central para la producción de esta obra, ya que Brasil es una ex colonia y experimenta los efectos de la colonización y el rostro de la colonialidad. Era necesario recordar la historia y los cambios de paradigmas sobre las penas y el sujeto privado de libertad, y las “políticas” y prácticas educativas desde el Brasil colonial. Los hallazgos del estudio indican que las narrativas permiten la superación de visiones asistencialistas y estigmatizantes, además de promover el reconocimiento y la humanización de sujetos privados de libertad
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