TCC (graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina. Centro Sócio-Econômico. Economia.No presente trabalho é analisada a competitividade da cadeia apícola de Santa Catarina,
estado que ocupa o quarto lugar na produção nacional de mel, bem como os impactos
causados, na cadeia, pelos ambientes institucional, organizacional e tecnológico. Utiliza-se o
método de pesquisa descritiva que incluirá diversas técnicas como a pesquisa bibliográfica e
documental.
Observou-se que esta cadeia possui características próprias naturalmente favoráveis à
produção apícola e a polinização. E que, nos anos analisados, houve grandes avanços
tecnológicos no segmento de processamento apícola, e organizacionais envolvendo todos os
segmentos da cadeia. Como avanços organizacionais, citam-se, o aumento de cursos e
treinamentos com o fornecimento de informações sobre tendências de consumo e produção,
visando o aumento da coordenação entre os seus segmentos e conseqüentemente sua
competitividade. Já os avanços institucionais foram absorvidos negativamente por toda a
cadeia, desde a produção apícola até a comercialização do mel, com cargas tributárias
excessivas.
No âmbito das transações, destaca-se a forma meramente comercial, muitas vezes sem
formalização, por meio de contratos, e sem predominância de relações duradouras, ou seja,
sem fidelidade mercantil entre os agentes da cadeia, o que dificulta a coordenação e interação
ao longo desta. O preço caracteriza-se como principal fator de escolha na hora da compra,
com exceção dos equipamentos, que são adquiridos de acordo com as especificações dos
produtos que mais se adaptam a realidade de cada apicultor.
No que diz respeito ao preço do mel, este desestimula tanto o melhoramento da produção
quanto o seu consumo. Registra-se, no Brasil, que a classe média é a que consome maior
quantidade do produto, cerca de 400g/pessoa/ano, que é consideravelmente inferior ao
consumo registrado em países da Europa e dos Estados Unidos, chegando a
1.000g/pessoa/ano.
No panorama internacional, o Brasil alcançou um patamar considerável de exportação, em
2003 e 2004, aproveitando a oportunidade mercadológica após o embargo do mel chinês e
argentino, por questões sanitárias. Mas no ano de 2005 teve suas exportações reduzidas
devido ao embargo do mel brasileiro pelos países europeus, devido ao não cumprimento das
exigências internacionais. Embargo que só foi revogado em maio deste ano. No panorama
nacional, em 2005, o Brasil teve sua produção melífera em patamares elevados, mesmo
registrando situações climáticas desfavoráveis: secas extensas na época da florada; floradas
foras de época; e excesso de chuva nos períodos de polinização. No mesmo ano, Santa
Catarina foi o quarto maior produtor nacional e segundo maior produtor da região Sul, ficando
atrás somente do Rio Grande do Sul.
Neste contexto, algumas políticas públicas e ações dos agentes privados ligados à cadeia
apícola de Santa Catarina são propostas no trabalho com o intuito de melhorar a
competitividade desta cadeia produtiva. São sugeridas, políticas governamentais de inserção
do mel na merenda escolar e cesta básica; ampliação do mercado interno com propagandas e
informes publicitários incentivando o consumo de mel, abordando os diversos benefícios à
saúde; sugestão de incremento das relações cooperativas entre os agentes da cadeia; redução
da carga tributária; investimento em pesquisa para oferecer abelhas com linhagens mais
produtivas no estado; entre outras
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