Complexo afetivo e imagem arquet??pica na escultura de Camille Claudel

Abstract

As imagens chamadas arquet??picas, ou imagens universais, surgem do inconsciente espontaneamente, tanto de forma saud??vel como em sonhos e fantasias positivas, como no adoecimento na forma de del??rios e alucina????es, e s??o a base de complexos afetivos presentes no inconsciente pessoal de todo indiv??duo. Elas s??o universais na medida em que evocam temas atemporais e que se repetem em diferentes espa??os geogr??ficos, principalmente pelo meio das hist??rias culturais e m??ticas. Tais temas s??o chamados de mitologemas e s??o atualizados na vida ps??quica inconsciente do indiv??duo toda vez que se re??nam as condi????es ambientais e relacionais adequadas, suscitando os complexos de tonalidade afetiva que trazem para a cena da vida concreta ang??stias, apreens??es, medo, ou seja, desencadeiam afetos. Nesse sentido, o presente trabalho, ?? maneira de estudo de caso, tem como objetivo articular os aspectos te??ricos propostos ??s informa????es biogr??ficas de Camille Claudel, uma escultora do final do s??culo XIX, de forma a evidenciar a din??mica complexual e sua base arquet??pica, a partir da sua arte em conson??ncia com sua hist??ria de vida. Assim, foi poss??vel depreender da hist??ria da escultora Camille Claudel um movimento din??mico a partir de sua obra e de sua vida marcada por intensa rela????o familiar, rejei????o, sentimento de abandono, for??a criativa, obstina????o, solid??o, paix??o, temas esculpidos em suas obras e que resgatam as imagens primordiais de seu percurso de vida que, no entanto, caminhou, como um destino, para o adoecimento sem volta. Nessa perspectiva, ela esculpiu uma sequ??ncia de imagens de abandono e outra sequ??ncia de velhas que se tornaram cada vez mais terr??veis na medida em que o sentimento persecut??rio e de abandono se intensificou, culminando com a decapita????o de sua cabe??a medusante, transformada em monstro terr??vel, e agora desprovida de equil??brio e sa??de mental. Concluiu-se que n??o foi poss??vel a Camille a dissolu????o de seus complexos e a integra????o das imagens arquet??picas, e tamb??m o alcance de um equil??brio, dado o aspecto 'incorrig??vel', persistente e auto-evidente da paranoia. E mais ainda, n??o foi poss??vel a ela ter a ajuda t??o insistentemente solicitada a partir do asilo, transformando-a em suplicante at?? o final

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Last time updated on 10/08/2016

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