The multiple faces of medicalization: a historical review

Abstract

Essa dissertação tem por objetivo apresentar, de forma panorâmica, uma revisão histórica sobre o conceito de medicalização, analisando como o entendimento sobre este processo se transformou nas últimas décadas, passando de críticas mais ortodoxas, que julgavam ser este processo fruto de um imperialismo médico sobre a sociedade, às críticas contemporâneas, orientadas por uma compreensão mais nuançada a respeito do tema. Dentre as principais mudanças na leitura da medicalização, está o entendimento desta enquanto um processo interativo e coletivo, composto por inúmeros participantes-chave com interesses e papéis distintos na atualidade. Enquanto os primeiros teóricos da década 70 realçam a crítica ao controle social e malefícios da medicina, numa abordagem mais recente os indivíduos deixam de ser vistos como vítimas para protagonizarem o cenário de negociação pública acerca das fronteiras que legislam sobre os processos de saúde e doença. A noção de medicalização caminhou no sentido de uma complexidade maior, trazendo desafios que não são tão facilmente resolvíveis na conjuntura contemporânea. Ao final, destacamos como um dos desdobramentos centrais desta dissertação a pertinência atual de uma revisão mais apurada sobre o assunto, principalmente no que concerne ao tema do estreitamento da normalidade, onde o conceito de medicalização pode funcionar como uma ferramenta conceitual útil de análise. Aludimos ao exemplo da psiquiatria como um analisador nessa discussão, considerando o papel social historicamente desempenhado por esta na delimitação de fronteiras que, no fundo, ainda versam sobre antigos dilemas sobre normalidade e anormalidade. Para tanto, este estudo traz uma revisão histórica sobre o conceito de medicalização através das contribuições mais relevantes da literatura internacional.This study aims to present a historical review of the medicalization concept, analyzing how the understanding about of this process has changed in the past decades, moving from a orthodox point of view that considered this to be the result of a medical imperialism process on the society, until a modern-day critics, guided by a more nuanced understanding of the theme. Among the major changes in the reading of the medicalization, is the perception of it as an interactive and collective process, composed of numerous key players, each one with different interests and roles nowadays. While early authors of the 70 emphasized the social control and the damage caused by medicine, in a more recent approach individuals are no longer seen as victims, but as important advocates for medicalization. The individuals have begun to play a more significant role in this process, becoming key actors of a public debate about the ever-shifting boundary that legislate on the processes of health and disease. The notion of medicalization advanced towards a complex approach, bringing challenges that are quite different nowadays. Finally, we highlight a central development of this research presenting a more thorough review on the subject, especially regarding the issue of narrowing the normal, where the concept of medicalization can function as a useful conceptual tool of analysis. The example of psychiatry is mentioned as an analyzer question in this discussion, considering the social role historically played by this in the delimitation of boundaries that still deal with old problems about normality and abnormality. Therefore, this study provides a historical review of the concept of medicalization through the most relevant contributions of the international literature

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Last time updated on 10/08/2016

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