O conceito “intercultural” não pode (mais) ser ignorado na discussão teológica contemporânea. Ele se encontra no título de inúmeros eventos e publicações, suplantando outros conceitos utilizados para descrever a orientação missionárioeclesiástica mundial em revistas, instituições eoutras iniciativas. O atributo “intercultural” dá a impressão de conferir ao discurso teológico e à práxis eclesiástica a marca de contemporâneo, de avant-garde: ele sinaliza a capacidade de se conectar a debates atuais sobre pluralidade, alteridade e diferenças culturais; aponta para a competência de refletir sobre a própria identidade na forma de uma “constelação pós-nacional”, servindo como confissão contra a intolerância e o racismo, contra o neocolonialismo e o eurocentrismo. Nãoobstante – assim perguntam alguns com ceticismo – essa vasta recepção da interculturalidade no pensamento teológico contemporâneo não representaria uma tendência de curta duração, uma mais nova versão de “teologia genitiva”, capaz de adiar apenas marginalmente a inexorável perda de importância da teologia e da igreja? Ademais, umateologia formatada interculturalmente não se mostraria ao fim e ao cabo como uma cópia de outras “inter”-disciplinas, que demonstram sua própria significância através de redes, cooperações e projetos, mas, em termos de conteúdo, não têm muito a dizer? A interdisciplinaridade, a internacionalidade e a interculturalidade constituiriam em certo sentido a etiqueta a que a teologia deve se submeter no contexto da ciência política contemporânea
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