A Organização Mundial de Saúde tem incentivado o uso da medicina tradicional nos
sistemas de saúde de forma integrada às técnicas da medicina ocidental moderna.
Contudo, destaca-se a necessidade de se garantir a segurança, eficácia e a
qualidade dos referidos medicamentos. Assim, é de fundamental importância investir
na pesquisa científica em plantas medicinais tradicionalmente utilizadas pela
população, considerando-se a análise de princípios bioativos e a necessidade de um
modelo de exploração auto-sustentável, através de estudos intra e interdisciplinar
(Química-Agronomia-Bioquímica-Farmacologia). Nativa do semiárido nordestino, a
Amburana cearensis ocorre do norte do Maranhão até o sul da Bahia, sendo
conhecida como Amburana-de-cheiro, Cerejeira, Cumaru, dentre outras. Possui
importância econômica na carpintaria e perfumaria, e inestimável valor quanto ao
uso tradicional no tratamento de enfermidades. As cascas do caule e as sementes
são usadas sob a forma de chá, para o tratamento de doenças do trato respiratório
por apresentarem atividade antiinflamatória e espasmolítica. Neste contexto, a
presente proposta teve como objetivo avaliar a atividade antioxidante em sementes
de Amburana cearensis, submetidas a estresse por restrição hídrica, por meio de
marcadores bioquímicos tais como fenóis totais, capacidade seqüestradora de
hidrogênio pelo DPPH e atividade de enzimas antioxidantes (glutationa peroxidase,
glutationa redutase, catalase e superóxido dismutase). Houve diminuição da
atividade antioxidante das sementes de A. cearensis durante a germinação em água
que variou entre 6,21 a 2,81%, entretanto, aumentou em sementes submetidas ao
estresse hídrico de 6,21% para 7,49% (-1,2 MPa) e para 10,00% (-1,4 MPa). Houve
uma direta relação entre a atividade antioxidante analisada e o conteúdo de fenóis
totais em extratos metanólicos de sementes de A. cearensis, nas primeiras 48 de
embebição em água e uma relação inversa a partir deste período, o que não ocorreu
quando submetida a estresse hídrico com PEG -1,4 MPa. Variações significativas
das atividades enzimáticas foram verificadas a partir de 48 horas de embebição. A
atividade da superóxido dismutase (SOD) diminuiu acentuadamente nas sementes
submetidas ao tratamento com o PEG, em ambos os potenciais, quando
comparadas com a germinação em água. A atividade das enzimas glutationa
redutase (GR) e glutationa peroxidase (GPOX) apresentaram comportamentos
semelhantes, com aumento da atividade enzimática a partir de 48 horas de
embebição, sendo o valor máximo de atividade em 72 horas, quando submetidas ao
estresse hídrico. A resposta enzimática obtida neste estudo permitiu concluir que as
enzimas antioxidantes podem ser consideradas como os melhores biomarcadores
bioquímico/moleculares para avaliação da atividade antioxidante das sementes de A.
cearensis em resposta ao estresse hídrico durante a germinação e
conseqüentemente, ao estresse oxidativo, em sementes de A. cearensis
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