Esta tese não se baseia em uma pergunta, pois não há, a priori, nenhuma pergunta a ser respondida; apenas situações, questões, processos a serem submetidos à tematização crítica. Assim, ela discute o processo de constituição da Rede de Educação do Semi-Árido Brasileiro e o seu trabalho de articulação interinstitucional em prol de uma educação contextualizada, guiada pelo princípio de “convivência com o semi-árido”. E ainda assim vai além disso. O texto está constituído de três partes. Na primeira parte, ele começa por problematizar a própria forma como se produz o conhecimento no interior das universidades. Logo depois passa pelo horizonte de desreferenciação que hoje constitui a nossa contemporaneidade, especialmente na esfera do trabalho intelectual. Em seguida estabelece os parâmetros particulares da pesquisa que possibilitou este texto, a qual se define não como uma Pesquisa-Ação, mas como uma pesquisa-em-ação, para garantir uma margem de manobra que possibilite um movimento de autorização. Nesta parte as problemáticas são relativas às suas circunstâncias e aos seus modos próprios, enquanto texto acadêmico. A segunda parte entra na tessitura da RESAB, seu sujeito-objeto, começando pelo trabalho de re-configuração da noção de rede, e re-qualifica os termos conectividade e interoperabilidade para, aos poucos, entrar no horizonte instituinte da RESAB e do seu trabalho. Neste campo específico de produtividade, realiza uma tarefa mais descritiva (com a acuidade que foi possível) dos processos de constituição da rede. A pesquisa expõe e tematiza algumas tensões, particularmente aquelas que se situam no campo curricular e segue na direção de exceder a própria discussão ordinária da RESAB e do seu trabalho. A última parte é dedicada às excedências, cujas questões sugeridas não estão necessariamente na “ordem do dia” das pautas da RESAB. Buscou-se a coerência com a idéia de que produzir conhecimento sobre uma realidade é nãoapenas inventá-la um pouco, mas é excedê-la sempre. Neste sentido, a tese é finalizada entre a escassez e as riquezas invisíveis, entre o inacabado e o transitório, mas não abre mão de uma pergunta “excedente”, que permanecerá esperando respostas possíveis: como é que faz para andar na frente
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