A ação pedagógica com as crianças constitui um elemento identitário das educadoras de infância, atividade esta em que a dimensão humana e ética, bem como o conhecimento, a formação e a cultura se mobilizam e articulam. Neste processo assume especial importância a imagem de infância que transportam e das memórias da relação que as mesmas estabelecem com as crianças ao longo da vida profissional. Alicerçada em fundamentos humanistas, nesta linha valorizam-se as crenças, pensamentos e atitudes pessoais das educadoras, referenciais estes que, na nossa perspetiva, sustentam as interações que estabelecem com crianças e seus contextos.
A infância é um conceito heterogéneo, constituindo uma categoria geracional universal, cuja construção é social e historicamente muito diferenciada. Entende-se, assim, a infância como realidade social emergente no âmbito de um conjunto de processos sociais e culturais, entre outros. As crianças são sujeitos individuais, integrantes da categoria geracional infância, sobre cuja imagem e agência há representações sociais e históricas muito diversas.
Numa análise a narrativas biográficas produzidas por educadoras de infância, salientamos três tipos de referências a infâncias e a crianças: 1) as suas próprias infâncias; 2) infâncias e crianças com quem trabalharam ao longo da sua trajetória profissional; 3) descrição de situações que podem traduzir narrativas produzidas por crianças.
Na presente comunicação, depois de um enquadramento teórico sobre a relação com crianças como elemento promotor de identidades profissionais de educadoras de infância, partimos para uma breve análise teórica dos conceitos de infância e criança, para, com maior destaque, assumindo (e alertando para) a intersubjetividade de adultos que (re)significam vivências e interpretações sobre infâncias e crianças, desvelarmos imagens de cada um dos tipos acima identificados.info:eu-repo/semantics/publishedVersio