Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação (SOPCOM)
Abstract
A ruptura em relação à conceptualização clássica de arte, problematizando o conceito de ‘sublime’ -
em que se verificou um abaixamento de valores, da eternidade para a corporalidade - leva-nos ao
grotesco e sobre o que se entende por arte, belo e, em consequência, pelo seu contrário.
Com este artigo, pretende-se saber de que forma é que o grotesco se dissemina nas pinturas de
Paula Rego e os escritos de Adília Lopes e se o que a primeira referiu em relação à obra de Adília e
às suas próprias produções, usando o epíteto de “grotesco belo” e possuidor de “muita ternura”, é
verificável.
As postulações principais sobre o grotesco foram produzidas por Mikhail Bakhtin, Wolfgang
Kayser e Victor Hugo. Para além das produções de cada uma das criadoras, foi também observado
o cruzamento de ambas no livro “Obra”, uma antologia de Adília Lopes, com imagens da autoria
de RegoThe break with the classical conceptualization of art, questioning the concept of ‘sublime’ - in
which there was a lowering of values, from eternity to embodiment - brings us to the grotesque and
what is meant by art, beautiful and, consequently, its opposite.
With this article, we intend to find out how the grotesque is spread through the paintings of Paula
Rego and the writings of Adília Lopes and if what the painter commented about Adília’s work, and
her own artistic productions, using the epithet “grotesque beautiful” and having “a lot of
tenderness”, is verifiable.
The main postulates on the grotesque were produced by Mikhail Bakhtin, Wolfgang Kayser and
Victor Hugo. In addition to the productions of each one of the creators, the crossing of both
authors was also observed in the book “Obra”, an anthology of Adília Lopes, with images by Rego