Dissertação de Mestrado em Psicologia - Área de Especialização de Psicologia ClínicaA crescente multiplicação de instituições e a consequente proliferação de estudos
internacionais focalizados nesta temática tem revelado que a exposição a experiências
disruptivas nos cuidados e a vivência institucional da infância se encontram associadas a
resultados desenvolvimentais negativos posteriores. Têm sido assinaladas sequelas ao nível
das perturbações de vinculação, do crescimento físico, da atrofia neuronal, do
desenvolvimento cognitivo e sócio-comportamental. Nesta linha, a investigação
apresentada, tem como principal objectivo estimular o conhecimento acerca da vivência
institucional, sobretudo no plano nacional onde predomina a escassez de estudos científicos
nesta área.
Este trabalho empírico, com crianças institucionalizadas dos 3 aos 6 anos de idade,
visou estudar o desenvolvimento da criança a nível físico, mental e comportamental, a fim
de o correlacionar com variáveis relativas à qualidade da organização do contexto e à
qualidade dos cuidados prestados pelo cuidador de referência. Os resultados sugeriram que
o nível global de desenvolvimento dos participantes se situava abaixo dos dados normativos
e que as escalas de internalização/externalização se aproximavam da população clínica. A
maioria dos participantes apresentaram valores de segurança. No entanto, estes dados não
se correlacionaram com a representação de vinculação dos cuidadores.The growing number of institutions and the subsequent proliferation of international
studies focused on this subject have revealed that exposure to disruption in care and the
institutional experience in childhood are associated to negative development consequences.
After-effects have been signalled in terms of attachment disorder, physical growth, neural
atrophy, and cognitive and social development. The present research has the main goal of
taking further the knowledge of the institutional experience, particularly on the national level,
where a lack of scientific study of this field persists.
This empirical study with institutionalized children ranging from 3 to 6 years old had
the purpose of studying the child’s development on a physical, mental and behavioural level,
in order to correlate it with variables related to the institutional context and to the quality of
care provided by the primary caregiver. The results suggested the participant’s global level of
development was placed below the prescriptive data and the externalization and
internalization scales were near the clinical population. Most participants presented security
values, although this data has not been correlated to the caregivers’ attachment
representation