Consulta interdita até nova indicaçãoDissertação de mest., Agricultura Sustentável, Faculdade de Engenharia de Recursos Naturais, Universidade do Algarve, 2006A necessidade de adoptar práticas de produção sustentáveis que minimizem os
riscos ambientais das práticas agrícolas convencionais justifica o recurso a tratamentos
alternativos de correcção da deficiência de ferro. Esta desordem nutricional afecta
sobretudo as espécies instaladas em solos calcários, afectando a quantidade e qualidade
da produção.
Pretendeu-se deste modo, caracterizar a deficiência em Fe em plantas de
morangueiro (Fragaria x ananassa, cv. ‘Selva’) e avaliar a capacidade de recuperação
destas plantas com clorose induzida por dois factores: i) ausência de Fe e ii) presença do
ião bicarbonato. Estabeleceram-se três ensaios, dois em hidroponia e um em substrato
calcário, que decorreram no ‘Horto’ da Faculdade de Engenharia de Recursos Naturais
da Universidade do Algarve. Foram avaliados diversos parâmetros de crescimento
vegetativo e reprodutivo, alguns processos fisiológicos assim como a produção e a
qualidade do fruto.
A ausência de Fe foi responsável pela diminuição da clorofila total, da biomassa e
pela indução de alterações morfológicas na raiz, não tendo sido no entanto registados
aumentos na actividade da enzima quelato de Fe(III) redutase. Sintomas mais
prolongados desta deficiência levaram a uma diminuição acentuada na floração e na
produção e, consequentemente, à morte prematura da planta. A pulverização com um
extracto vegetal conduziu à recuperação dos sintomas de clorose originada pela
ausência de Fe. No entanto, quando induzida pelo ião bicarbonato, a recuperação dos
sintomas motivada pelos tratamentos testados apenas foi parcial. O tratamento com uma
suspensão de microrganismos benéficos proporcionou a obtenção da produção mais
elevada, enquanto que os frutos com maior peso, maior teor de sólidos solúveis e maior
acidez titulável, ocorreram nas plantas com aplicação do extracto vegetal ao solo. As
plantas com clorose férrica apresentaram a maior concentração de ácidos orgânicos nos
frutos, nomeadamente ácido cítrico e succínico, denotando um atraso na maturação
fisiológica dos frutos
