Atualização do esquema terapêutico em 2009: um reflexo na morbimortalidade por tuberculose na Bahia / Updating of the therapeutic scheme in 2009: a reflection on morbidity and mortality due to tuberculosis in Bahia

Abstract

Introdução: A tuberculose (TB) é uma doença infectocontagiosa de evolução crônica e progressiva, causada pela Mycobacterium tuberculosis (Mtb). Seu tratamento acompanha os avanços tecnocientíficos da farmacologia e a resistência bacteriana. Em 2009 o esquema de tratamento foi mudado graças ao Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNTC). Foi introduzido o Etambutol como quarto fármaco na fase intensiva de tratamento do Esquema Básico, foram modificadas as doses de Pirazinamida e Hidrazida e houve a formulação das quatro drogas num único comprimido com dose fixa combinada nas seguintes dosagens: Rifampicina 150mg, Isoniazida 75mg, Pirazinamida 400mg e Etambutol 275mg. Uma das metas do PNCT é curar mais que 85% e reduzir o abandono para valores inferiores a 5%. Além disso, o Ministério da Saúde afirma que a TB deixará de ser um problema de saúde pública quando o Brasil tiver menos de 10 casos por 100mil habitantes. Objetivo:Determinar a taxa de incidência de casos notificados, tipo de entrada e de situação de encerramento na Bahia de 2004 a 2015. Metodologia: Estudo do tipo ecológico de série temporal, realizado com dados secundários do Ministério da Saúde. Os dados foram tabulados pelas seguintes variáveis: etnia, sexo, grupo etário, escolaridade, tipo de entrada e situação de encerramento.Resultados:Houve uma diminuição progressiva na taxa de incidência, chegando, em 2015, a 34,5/100 mil habitantes. O sexo masculino (63,9%), a etniaparda (53,8%), a faixa etária de 20-39 anos (75,3%) e analfabetos (21,6%) prevaleceram ao analisarmos o período de 2004 a 2015. A porcentagem de cura oscilou ao longo dos anos, sendo a maior em 2008 (69,9%) e a menor em 2014 (64,8%). A porcentagem a abandono também oscilou, sendo seu menor valor registrado em 2006 (6,9%) e o maior em 2013 (9,5%).Conclusão: A metas propostas pelo PNCT e pelo Ministério da Saúde não foram alcançadas. A incidência e o abandono mantêm-se elevados e a cura, insuficiente. 

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